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Um Divã Para Dois

publicado em:4/09/12 2:23 AM por: Kamila Azevedo Cinema


Julie & Julia”, “Simplesmente Complicado”, “Mamma Mia!”, “O Diabo Veste Prada” e “Terapia do Amor”. Filmes como esses colocaram a atriz Meryl Streep num ponto inédito de sua carreira: como um sucesso de bilheteria e, principalmente, como uma quase especialista em comédias românticas com uma temática dirigida a um público mais adulto. Neste sentido, a aclamada atriz norte-americana retoma a parceria com o diretor David Frankel (de “O Diabo Veste Prada”) para mais um longa neste gênero: “Um Divã Para Dois”, que marca a estreia da roteirista Vanessa Taylor num longa metragem, após uma bem sucedida carreira na televisão, em séries como “Alias”, “Everwood”, “Jack & Bobby” e “Game of Thrones”.

Ao contrário de outras comédias românticas, que fazem o retrato de um amor quase impossível de ser vivenciado, na medida em que é muito idealizado, quase fantasioso; “Um Divã Para Dois” acompanha um relacionamento maduro, de um casal que está junto há 31 anos e que, por decisão da esposa, parte para uma semana de terapia de casal intensiva de forma a examinar os muitos desgastes de um relacionamento como o deles, que se propõe a ser duradouro, mas que, de uma certa forma, sofre com as acomodações de ambos os lados por todo esse tempo.

O mais interessante em testemunhar a jornada de Kay (Meryl Streep) e Arnold (Tommy Lee Jones) frente ao terapeuta Dr. Feld (Steve Carell) é perceber as transformações pelas quais as duas personagens principais irão passar, as quais são tão bem explicitadas pela linguagem corporal dos dois atores que os interpretam (prestem atenção, especialmente, na forma como ambos se colocam no sofá da sala de terapia e em como a distância inicial entre eles vai sendo diminuída com o tempo) e pela forma como ambos compõem as personagens que interpretam – Meryl como a mulher contida que tem que superar as suas próprias “frescuras” e Tommy como o homem ranzinza que esconde os seus sentimentos – e vão levando o casal até o ponto em que se torna um denominador comum entre eles a vontade de retomar o seu casamento.

Com um roteiro que alterna momentos dramáticos a outros bem mais leves, “Um Divã Para Dois” fala de uma forma bem humorada sobre um tema que, na verdade, é muito sério: o de que, para fazer um relacionamento dar certo, é necessário MUITO trabalho. Por meio do casal Kay e Arnold, a roteirista Vanessa Taylor nos mostra que um relacionamento duradouro tem diversas fases, momentos bons e ruins, mas que, o que vai acabar mantendo duas pessoas juntas, é justamente a vontade deles de permanecer um ao lado do outro, custe o que custar. Vale também ressaltar o grande trabalho de David Frankel por trás das câmeras, criando cenas românticas entre um casal de “meia idade” que são de pura delicadeza, sensualidade e bom gosto. O resultado é um longa que agrada a todo tipo de público.

Um Divã Para Dois (Hope Springs, 2012)
Direção: David Frankel
Roteiro: Vanessa Taylor
Elenco: Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell, Jean Smart, Elisabeth Shue, Mimi Rogers



A última modificação foi feita em:setembro 16th, 2012 as 11:25 pm


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Comentários


Kamila, gostamos do filme pelas mesmas razões. “Um Divã Para Dois”, sem dúvida, vale por todas as reflexões que traz sobre relacionamentos e por esse olhar diferenciado sobre o assunto. Sem falar da Meryl e do Tommy, que estão muito bem!

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Quero realmente ver! Não estava botando muita fé nesta comédia mesmo com a presença da Meryl. Parece ser realmente bacana 🙂

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Matheus, exatamente!!! 🙂

Paulo, indicação ao Globo de Ouro, sim. Oscar, não.

Raspante, qualquer filme com Meryl, a gente tem que botar fé. 🙂 Ela nunca desaponta a gente e esse filme é muito bacana mesmo.

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Foi uma grata surpresa mesmo, até porque ele estreou de maneira tímida… Mas, tem um ótimo texto, ótimas atuações e bastante honesto, de bom gosto como você falou.

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Mais uma vez, meus cumprimentos!

E, o meu agradecimento pela réplica ao comentário anterior, confesso que a recíproca é verdadeira!

Tommy Lee Jones e Meryl Streep…

Hum…

É Interessante o ponto que você mencionou: “O mais interessante em testemunhar a jornada de Kay (…) e Arnold (…), é perceber as transformações pelas quais as duas personagens principais irão passar…”!

Pensar esse seu ponto de vista em um contexto no qual o gênero parece atender apenas aos adolescentes e aos adultos-iniciados (jovens) é completamente saboroso, é – como disse Fernando Meirelles, num artigo intitulado “Culpa, Desejo” – “usar suas experiências para pensar no que me interessa. (…) Não preciso viver ou sofrer tudo na vida, tenho os personagens que podem viver por mim, enquanto eu aprendo por eles”, e, justamente, isso é que me chama atenção no mundo do cinema e nesse filme em especial, quero dizer, comédias românticas para adolescentes e jovens expressam as paixões, o calor, o fogo consumidor dos hormônios a flor da pele, apenas das primeiras fases do relacionamento, mas que vão se tornando efêmeras com o passar dos anos. E, aí? E, o depois? O filme responde muito bem a essas perguntas.

O que saboreei?

Nas palavras de Felipe André Pipoca Moderna do Portal Terra, que: “ver pessoas de mentira crescerem de verdade na tela do cinema não deixa de ser emocionante”, e estimulante, é claro!

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Amanda, ser honesto é a melhor qualidade deste filme, como você bem mesma disse.

B.S. Lima, obrigada! Meus cumprimentos! Perfeito seu comentário, mais uma vez. “Um Divã Para Dois” oferece esse outro lado da comédia romântica, sobre um relacionamento maduro, com marcas de desgaste, mas que se propõe a ser melhor, a se transformar. Eu adorei esse filme. Especialmente por ser uma comédia romântica mais madura.

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O filme parece q tem agradado bastante. Assim q tiver uma oportunidade, confiro. Gosto dos nomes envolvidos.

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Apesar de ser um filme voltado para o público de uma certa idade, como vc mesma disse ele agrada a todos e a atuação de Tommy Lee jones é até agora a melhor do ano na minha opinião!!!

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Celo, sim, parece que tem agradado bastante mesmo. Espero que você goste do mesmo quando o conferir.

Pablo, não acho que seja um filme voltado para o público de uma certa idade. Pelo contrário, acho que é interessante que ele seja visto pelo público em geral e acho que ele funciona bem com todas as idades.

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Também gostei, Kamila. Mas embora sejamos fascinados por Meryl, acho que é Tommy Lee Jones quem de fato brilha neste filme. Adorei ele.

Bjs!

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Ain… eu já não gostei tanto.
A dobradinha Meryl e Tommy valem o esforço, mas achei que a narrativa fica presa a uma estrutura meio esquemática, quebrando as expectativas e soando bem previsível. É um tema delicado e Frankel mandou bem atrás das câmeras, mas o problema, pra mim, é o roteiro em forçar as tentativas do casal se reaproximar. Poxa, parece que o amor deles sempre foi platônico e faziam sexo por telepatia!! rsrs. Ainda pretendo escrever um texto com as minhas considerações gerais, mas não gostei muito, não. Uma pena =/

Bjs!

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Elton, a dupla de atores principal vale mesmo o esforço. Discordo de suas observações em relação ao roteiro, apesar de compreendê-las. Discordo também que o amor deles parece ter sido sempre platônico. Não, pelo contrário: a relação deles estava completamente desgastada. Beijos! Aguardo seu texto.

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Concordo perfeitamente contigo, Elton,fiz um comentário aqui no mesmo sentido antes de ver o seu,,mas acho que você colocou mais especificamente. Eu teria outros olhos do filme se ele não terminasse daquele jeito, não convenceu realmente esta reaproximação do casal.

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Bárbara, mas eu acho que eles mostram bem a reaproximação do casal. Nada ali é forçado. Gente, lembrem-se de que se trata de um casal com 31 anos de relação, com todos os desgastes que isso traz. O filme é óbvio, sim, como toda comédia romântica, mas com o viés diferente de se tratar de um amor maduro, de gente madura.

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Ahh eu não gostei não! Achei super óbvio e happy end demais, achei que faltou profundidade aos personagens, embora a Marly e o Tommy Lee tenham atuado super bem o roteiro já é muito batido e não teve nada de original que o destacasse dos vários outros com esta temática. Na verdade sai de casa com muitas expectativas não pra este filme em si ,mas pra ver um filme bom, escolhi o cinema a dedo,e me decepcionei, um deperdício de elenco na minha opinião!:(

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[…] faz um retrato bem honesto de um tema que pode ter muita relação com a comédia romântica “Um Divã Para Dois”, de David Frankel, mais precisamente com uma frase que a personagem interpretada por Meryl […]

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