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Cena da Semana*

publicado em:16/09/12 11:38 PM por: Kamila Azevedo Cena da Semana

*Atenção aos spoilers

(A cena final – As Horas [2002] – diretor: Stephen Daldry)

Com muita honra, recebi – e aceitei – o convite do amigo Alex Gonçalves, do estimado blog Cine Resenhas, para participar de uma das seções mais legais de seu site: “Os Cinco Filmes Favoritos”. Foi uma missão árdua escolher os meus cinco filmes favoritos, mas a lista foi publicada no ar, com os devidos comentários sobre cada um dos longas citados, nesta última sexta-feira, dia 14 de setembro. Quem me conhece bem, pode até achar que a minha escolha de filme favorito foi óbvia, até porque não escondo mesmo de ninguém a minha paixão pela narrativa escrita por Michael Cunningham e adaptada por David Hare. “As Horas”, erradamente, ganha o rótulo de filme depressivo e difícil, quando, na realidade, é uma das mais belas obras sobre a vida em si, simplesmente por não se furtar a falar dos dramas pessoais que muitas vezes estão escondidos em cada um de nós e que acabam desempenhando um papel importante nas escolhas que fazemos. E isso está perfeitamente representado pela citação da parte final da carta de suicídio que Virginia Woolf escreveu para seu amado marido Leonard. “Encarar a vida de frente. Sempre encarar a vida de frente. E conhecê-la pelo que ela é. Finalmente, conhecê-la. Amá-la pelo que ela é e, então, deixá-la para trás”.

Quem quiser ler a minha modesta contribuição ao Cine Resenhas, é só clicar aqui.



A última modificação foi feita em:setembro 27th, 2012 as 1:43 am


Jornalista e Publicitária


Comentários


Esse filme está também no meu top 5 de filmes favoritos, confesso que interessei a assistir o filme a partir do momento que comecei a visitar este blog e você sempre quando possível o citava.

O filme é maravilhoso. As atuações são soberbas, soberbas. A direção, direção de arte, o roteiro, tudo perfeito. Fiquei triste que perdeu aquele Oscar (que fosse pra “O Pianista”, mas pra “Chicago”?), é um filme encorajador pra mim. Sempre que vou indicá-lo, falo que é “uma análise de depressão”. Você passa a ver a depressão de outra forma, bem mais humana.

Vendo seu top 5 lembrei de comentar que outro dia tava vendo um vídeo com os ganhadores de “Melhor Filme em Língua Estrangeira” do Oscar e estava refletindo o quando os filmes italianos apelam para o carisma, encorajamento e com isso conquistam os votantes – casos de “Cinema Paradiso”, “A Vida é Bela”, “Mediterraneo”, “Ladrão de Bicicleta”, “A Estrada”… você também já percebeu isso

Dois adendos: 1 – Um dos filmes do meu top 5 é “Casa de Areia e Névoa”, um filmaço de 2003 que foi subestimado, te recomendo, Ka, você não vai se arrepender.

2 – Toda vez que vejo você citar filmes do Billy Wilder lembro d ete cobrar a assistir “Pacto de Sangue”. Tá esperando o quê?

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Pedro, já assisti “Casa de Areia e Névoa”. Gosto, principalmente, das atuações desse filme, que são sensacionais. Falta a oportunidade para assistir “Pacto de Sangue”, só isso.

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Filme lindo, lindo! E com essa frase da Virginia acabo aprendendo ainda mais lições. Ainda nesse ano, lerei algum livro dela! rsrs. Sobre a sua seleção, impecável, mostra ainda mais que admiro muito o seu estilo.

Beijos e tenha uma ótima semana! 😉

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*Comentários com Spoilers:

Kamila,a cena que você escolheu é muito bonita.Mas a cena que me tocou em “As Horas” foi o momento que Richard Brown(Ed Harris) relembra a morte da mãe Laura Brown(Julianne Moore) e se suicida.Ele é portador de HIV e as lembranças com a mãe é um tormento.Uma cena bem delicada e bonita é quando Laura beija uma mulher.Laura me parece uma mulher que precisa ser amada.A trilha de Philip Glass é bem utilizada(perdeu para “Frida”?) e o elenco é um caso a parte.Meryl Streep,Nicole Kidman e Julliane Moore são minhas musas e essas mulheres fizeram parte da minha vida de cinéfilo.Acrescento Kate Winslet.

Kamila,não consigo elaborar uma lista.Tenho 50 filmes do coração,mas o problema é ranking.Esses filmes dizem quem é o Paulo Ricardo.São 5 obras que me vem a mente:

“Sangue Negro” Eua,2007-Paul Thomas Anderson

“Cidade de Deus” Brasil,2002-Fernando Meirelles

“Táxi Driver” Eua,1976-Martin Scorsese

Beleza Americana Eua,1999-Sam Mendes

“O Poderoso Chefão ll” Eua,1974-Francis Ford Coppola

UFA! ,não me peça para escolher por ordem de preferencia.É o mesmo que perguntar para um pai qual é o seu filho favorito rsrs.

Beijos e boa semana 😉

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Paulo, nem me lembre dessa cena. Na primeira vez que assisti, fiquei em choque, depois sempre que assisto, eu choro. O elenco desse filme é uma coisa. É impressionante. As atuações que eu mais gosto são justamente a de Ed Harris e, principalmente, Julianne Moore, que na minha opinião, tem o papel mais difícil do filme, sempre muito contida.

Pra mim também é difícil fazer um top 5, mas Beleza Americana, Casa de Areia e Névoa e As Horas estão nesse top.

P.S.: 76 eu sou Rede de Intrigas, rsrsrsrs….

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Pedro, mas, um dia eu assisto ao filme, viu? :p

Mayara, obrigada. Beijos e ótima semana para você também.

Paulo, na verdade, as lembranças que Richard tem da mãe e o ato que ela cometeu para com ele e o pai foi o momento definidor da vida dele. Laura é a minha personagem favorita de “As Horas” por ser alguém completamente desajustada, diferente e que só está em busca do seu lugar no mundo. A coragem dela em buscar isso é pungente e muito representativa. A trilha sonora de Philip Glass deveria ter vencido o Oscar e, se dependesse de mim, as três atrizes centrais do longa também! Bela lista, a sua! Beijos e boa semana!

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A trilha do Phillip Glass é tão boa que escutei por meses a fio “The Hours” na playlist do celular e do carro (tô até colocando de novo, rs). Sei cantarolar ela toda, mesmo tão comprida. Tem um vídeo no Youtube, das atrizes que ganhara o Oscar de principal, que usa essa música como fundo, e coube perfeitamente nas transições, os momentos mais calmos e os mais intensos da música.

Pra mim, a protagonista do filme é a Meryl Streep, e Julianne e Nicole são as coadjuvantes. É como se a Clarissa “contasse a história” de como ela chegou a levar aquela vida. Isso também fica implícito no tempo de tela: Meryl>Julianne>Nicole. E das três, gosto mais da atuação da Julianne, apesar que todas estão divinas, além dos parceiros.

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Pedro, eu concordo com você. A protagonista é a Meryl Streep e as outras duas são coadjuvantes. Porém, ao mesmo tempo, entendo a questão da colocação das atrizes no Oscar, pois a trama gira em torno de Virginia Woolf e isso faz da Nicole Kidman também uma protagonista da história, porque são as palavras de Virginia que desencadeiam as duas outras histórias. A Julianne, no entanto, é a minha favorita dentre as três, pelo trabalho que fez neste filme. Além disso, a Laura Brown também é a minha personagem favorita.

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Pedro,adoro os anos 70 do cinema americano.Sidney Lumet,Martin Scorsese,Francis Ford Coppola,Steven Spielberg,Brian De Palma,John Boorman,William Friedkin,Sam Peckinpah,Robert Altman,George Lucas…que geração.Não assisti “Rede de Intrigas”(vou anotar para comprar) mas considero “Um dia de Cão” uma obra prima de Lumet.Quando teremos uma geração de cineastas assim? talvez os anos 90 com Paul Thomas Anderson,Quentin Tarantino,Sam Mendes,M.Night Shyamalan,Irmãos Coen(inicio de carreira nos anos 80,mas os anos 90 eles confirmaram o talento).Nos anos 2000 o cineasta americano que me chamou mais atenção foi Todd Field que desnudou a hipocrisia americana em “Pecados íntimos”(guarda alguma semelhança com “As Horas”) e a violência intrínseca da sociedade americana no soberbo “Entre Quatro Paredes”.Alexander Payne e Darren Aronofsky são revelações dos anos 2000.Kamila,qual sua geração de cineastas favoritos?(acho que vc vai escolher os anos 50 encabeçada pelo cânceriano do Billy Wilder).Confere?

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Eu citei Rede de Intrigas mais como uma brincadeira mesmo, porque 1976 foi um grande ano para filmes (Taxi Driver, Network, Rocky, Todos os Homens do Presidente), e a “briga” Taxi Driver x Network é intensa (desconsidero Rocky, porque aquele prêmio foi uma piada de mau gosto).

Um Dia de Cão é um filmaço mesmo, uma verdadeira obra-prima, as a obra-prima DEFINITIVA do Lumét foi sem dúvidas Network. Gosta de filmes “toca-na-ferida”? Assista Network. Gosta de filmes denunciantes? Assista Network. Gosta de ver grandes atuações (3 Oscars de atuações!)? Assista Network. Gosta de roteiros extremamente bem escritos? Assista Network. Gosta de direções inspiradas? Assista Network.

Adoro Taxi Driver, mas acho Network um filme superior. Mas Taxi Driver realmente é um marco, uma das obras-primas do Scorcese (porque tem Goodfellas, Touro Indomável, Gangues e Nova York, Era da Inocência… não dá pra escolher só um).

Realmente a década de 70 foi de ouro para diretores, faltou você citar Woody Allen, Michael Cimino (tá bm que depois ele sumiu pelo seu ego elevado, mas merece ser citado), Ingmar Bergman e John Cassavetes. Ufa! Que década!

A década de 2010 tem se apresentado até o momeneto como a de diretores enlatados, de única obra (Tom Hooper, por exemplo), ainda ão apareceu uma grande revelação. Uma pena que depois de “Casa de Areia…” o Vadim Perelman não fez mais nada relevante, porque achei a direção dele bem ousada e achei que poderia despontar.

Na minha opinião as melhores décadas em direção foram as de 30, 40 e 70.

O interessante dos anos 70 que eu notei é que foi a década que surgiram e brilharam MUITO vários atores: Jack Nicholson, Al Pacino, Robert de Niro, Michael Caine, Christopher Walken, John Travolta, Dustin Hoffman, Gene Hackman; enquanto a década de 60 foi dominada pelas atuações marcantes das atrizes, como Barbra Streisand, Katharine Hepburn, Julie Andrews, Vanessa Redgrave, Jane Fonda, Maggie Smith, Anne Bancroft, Sophia Loren, já percebeu isso?

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Bela escolha, bela cena.

Aliás, dos cinco filmes escolhidos por você lá no Cine Resenhas, só Orgulho e Preconceito (apesar de ser um bom filme), não pensaria em colocar em uma lista de favoritos. Não digo que os outros quatro são Os meus favoritos, mas são dignos disso, hehe, principalmente Crepúsculo dos Deuses que com certeza estaria em minha lista.

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Amanda, obrigada! “Orgulho e Preconceito” é um caso sério, meu. Um filme que eu amo mesmo. Entendo os outros “discordarem” dessa escolha. Eu poderia ter escolhido outro longa, por exemplo, mas preferi ir naqueles que me emocionam e mexem comigo sempre. Queria ver uma lista sua dessas, algum dia! 🙂

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