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Até que a Sorte nos Separe

publicado em:18/10/12 2:05 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Livremente inspirado no best seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, do autor Gustavo Cerbasi, “Até que a Sorte nos Separe”, filme dirigido por Roberto Santucci, tem uma trama centrada no casal Tino (Leandro Hassum) e Jane (Danielle Winits), que veem uma vida de dureza e pobreza ser deixada para trás a partir do instante em que ela ganha 100 milhões na mega-sena acumulada, o que, venhamos e convenhamos, é o sonho de qualquer brasileiro. Quando os reencontramos, 15 anos depois, a situação é bem diferente: eles acabaram gastando tudo o que ganharam na mega-sena, algo que parece ser impossível de ocorrer.

O roteiro escrito por Paulo Cursino e Angélica Lopes tira muito de sua fonte de humor do fato de que Tino, após receber a notícia de sua iminente falência e contar com a assessoria de seu vizinho Amauri (Kiko Mascarenhas) – que está tentando ajudá-lo a reverter um pouco da sua difícil situação -, decide esconder da esposa que eles não possuem mais qualquer dinheiro. Enquanto Tino fica às voltas com as dificuldades de tentar encontrar uma forma de sair da crise financeira de uma maneira digna, Jane vai vivendo a vida como se nada estivesse acontecendo, levando o marido à loucura – isso por pura escolha dele.

É a partir deste ponto de virada que o roteiro de “Até que a Sorte nos Separe” começa a dialogar com o livro no qual foi inspirado, uma vez que a tese de Cerbasi se apoia no fato de que a maior causa de desentendimentos entre os casais reside justamente no fato de que eles não discutem sobre dinheiro, sobre os gastos da família, sobre compras desmedidas feitas sem reflexão, dentre outros. O livro vai além, pois mostra que esse é um quadro que pode ser mudado, desde que haja o comprometimento do casal em torno de uma meta em comum. Esse, de uma certa forma, é o desafio solitário de Tino, já que ele não divide o grande problema que tem nas mãos com a sua amada esposa.

Existe um elemento muito positivo em “Até que a Sorte nos Separe”: o filme não confirma a sensação de que pode ser uma bomba, como o seu similar “Totalmente Inocentes”, de Rodrigo Bittencourt. Pelo contrário: uma comédia de situações dirigida com um pulso firme por Roberto Santucci, o longa se apoia em atuações excelentes de Leandro Hassum e, principalmente, Danielle Winits – a qual demonstra ter um ótimo timing cômico. De uma certa maneira, “Até que a Sorte nos Separe” lembra a comédia “Os Delírios de Consumo de Becky Bloom”, de P.J. Hogan, na medida em que ambas as obras se tratam de comédias bobas, mas que possuem uma mensagem bem interessante, desde que você se proponha a olhar por baixo das entrelinhas das cenas cômicas.



A última modificação foi feita em:novembro 17th, 2012 as 12:15 pm


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