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O Canto da Sereia

publicado em:22/01/13 1:02 AM por: Kamila Azevedo TV

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Baseada no livro escrito pelo produtor e crítico musical Nelson Motta, “O Canto da Sereia”, do diretor José Luiz Villamarim, foi a microssérie que abriu a tradicional programação de início de ano da Rede Globo. Dividida em quatro capítulos, o programa tem um gênero que é pouco explorado pela dramaturgia nacional: o romance policial. A história se passa em Salvador, no meio da maior festa popular dos baianos: o carnaval, ocasião em que a cantora de axé Sereia (Isis Valverde) é assassinada enquanto se apresentava no seu trio elétrico.

Além de ser investigado pela polícia baiana, o crime de Sereia é desvendado, de forma paralela, pelo chefe de segurança da cantora, Augustão (Marcos Palmeira), que não aceita o fato do assassinato ter acontecido embaixo do seu nariz. É justamente a investigação de Augustão que move a trama da microssérie, a qual é apresentada por meio de flashbacks, que nos introduzem ao mundo de Sereia e às muitas relações turbulentas que ela tinha. Ou seja, muitos são aqueles que tinham motivos para matar a cantora.

Por ser uma microssérie dividida em quatro capítulos, cada um com uma média de 40 minutos, o trabalho dos roteiristas George Moura, Patricia Andrade e Sérgio Goldenberg foi bem desafiante, na medida em que eles tiveram que condensar uma trama complexa, que envolve política, fama, dinheiro, paixão e vícios em um programa curto, com uma certa agilidade nas cenas e no ritmo da narrativa. Entretanto, mesmo assim, a impressão que temos é a contrária: a de que “O Canto da Sereia” se desenvolve de uma forma um tanto corrida.

O ponto mais positivo de “O Canto da Sereia” acaba sendo a sua parte técnica, notadamente a fotografia do experiente Walter Carvalho, e a atuação expressiva de todo o elenco, com destaque para Isis Valverde, Camila Morgado, Marcélia Cartaxo (em curtíssima participação) e o camaleônico João Miguel, o melhor ator brasileiro em atividade, atualmente. Um outro elemento que chama bastante a atenção nesta microssérie é o retrato contundente que ela faz dos bastidores, muitas vezes sujos, da “criação” de um ídolo musical como Sereia.

Cotação: 6,0

O Canto da Sereia (2013)
Direção: José Luiz Villamarim
Roteiro: George Moura, Patricia Andrade e Sérgio Goldenberg (com base no livro escrito por Nelson Motta)
Elenco: Isis Valverde, Marcélia Cartaxo, Marcos Caruso, Fábio Lago, Margareth Menezes, Camila Morgado, Marcelo Médici, Fabiula Nascimento, Gabriel Braga Nunes, Zezé Motta, Marcos Palmeira



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Comentários


A história da série me interessou bastante, mas estava a fim de ler o romance antes, por isso, não assisti a “O Canto da Sereia”. Interessante a parte que você atenta ao ritmo da série. Eu achava que quatro capítulos seriam suficientes, mas é bom saber que a trama possui toda essa complexidade. Gostei de saber que o elenco está bem, adoro a Ísis Valverde, acho-a bastante carismática.

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Acho que Isis seja uma das melhores de sua geração. Gostei muito da série e a parte técnica é justamente o que salta aos nossos olhos. Quando se propõe a fazer algo de qualidade, a Rede Globo pode usar os melhores profissionais do mercado. Basta querer!

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Clóvis, não li o livro do Nelson Motta, mas a história da série também me interessou bastante.

José Francisco, não iria tão longe ao dizer que a Isis é uma das melhores de sua geração. Ela é dedicada, tem muita sorte de ter pego bons papeis. Concordo com seu comentário em relação à parte técnica da microssérie. Concordo ainda mais com seu comentário sobre a Globo. Ela sabe, sim, fazer algo de qualidade e já deu mostras suficientes disso, especialmente com as suas minisséries e microsséries. Até em relação às telenovelas, filão que estava meio saturado, ela conseguiu levar o gênero a outro patamar com “Avenida Brasil”.

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De início até que gostei da série, mas da metade para o fim perdi interesse em conta dos flash-backs intermináveis. E realmente o elenco e a produção é de primeira, mas o roteiro poderia ter sido mais criativo no desenvolvimento da trama…e confesso que ri com a conclusão do mistério.

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Fabrício, os flashbacks eram fundamentais para o desenvolvimento da narrativa. Não achei isso cansativo, pra falar a verdade. Não ri com a conclusão do mistério, mas acertei quem era o assassino de Sereia!

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João Miguel dá show mesmo, principalmente na cena final do personagem. Adoro.

Quanto a minissérie, o primeiro capítulo achei corrido também, mas depois acho que pegou um ritmo interessante. Apesar de concordar com vocês que a direção de arte, fotografia e cuidados técnicos em geral acabaram sendo o melhor dela.

Tinha lido o livro bem antes da minissérie surgir e o que mais gostava nele, era exatamente o clima meio noir das investigações e a própria história da personagem que alcança o estrelato, mas… (para não dar spoilers para quem não viu). Achei que a comoção pela morte dela, que no livro é muito bem trabalhada, ficou também muito solta aqui. Mas, no geral, achei um bom produto.

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Amanda, eu concordo com você sobre o João Miguel. O trabalho desse, nessa microssérie, foi fenomenal. Pelo seu comentário, vejo que o livro deve ser melhor que a microssérie. Especialmente porque não senti esse clima noir nas investigações da morte dela. Acho que a grande história aqui acaba sendo a ascensão de Sereia e, nisso, a microssérie foi muito bem.

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Gostei da série. Pena que não li a obra. Fiquei realmente com a sensação de correria. Entendo que com um tempo maior a história seria narrada de forma mais encantadora.

abraços

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Renato, também gostei da série e não li o livro de Nelson Motta. E concordo também com seu comentário sobre a sensação de correria. Abraços!

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