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As Sessões

publicado em:21/02/13 1:05 AM por: Kamila Azevedo Filmes

Baseado em uma história real, “As Sessões”, filme escrito e dirigido por Ben Lewin, tem como personagem principal Mark O’Brien, que contraiu poliomielite aos seis anos e, em decorrência disso, perdeu os movimentos de seu corpo do pescoço para baixo e ficou dependente de uma máquina que ele chamava de “pulmões de aço” (que funcionava como um pulmão artificial). Mark O’Brien também era um poeta e jornalista e a trama do filme, que foi baseada em um artigo de autoria do próprio O’Brien, segue uma de suas experiências mais pessoais, em que ele passou por um importante rito de passagem em sua vida.

No final da década de 80, quando Mark O’Brien (John Hawkes) tinha 39 anos, ele foi convidado por uma revista para escrever um artigo sobre os deficientes físicos e a sexualidade. Apesar de ter conversado com vários amigos também deficientes físicos sobre suas experiências nesta área, O’Brien pouco se sentia à vontade para falar sobre o assunto, pois ele mesmo nunca havia tido uma experiência sexual. Após se consultar com uma terapeuta sexual, Mark decide seguir o conselho dela e contrata Cheryl Cohen-Greene (Helen Hunt, em atuação indicada ao Oscar 2013 de Melhor Atriz Coadjuvante), uma espécie de conselheira sexual, alguém que orienta os pacientes com deficiência física a encontrarem a sua própria sexualidade, a se sentirem mais à vontade com a sua condição e poderem viver uma vida considerada normal, nesta área.

O título “As Sessões” se refere justamente aos encontros realizados entre Mark e Cheryl com o objetivo de cuidar do corpo dele, visando a plena satisfação sexual. Tendo em vista o tema principal do filme e o fato de que o roteiro se baseia na experiência que o próprio Mark O’Brien compartilhou com seus leitores, “As Sessões” poderia ser um longa em que existe uma exposição muito grande por parte não só das personagens, como também por parte dos atores que as interpretam. Entretanto, um fato louvável a se notar em relação ao trabalho de Ben Lewin na direção do filme é que ele trata a sexualidade de uma forma muito natural, sensível, bonita e respeitosa. Isso também é resultado direto da forma como Cheryl se comporta diante de seu paciente.

Por mais estranho que isso possa parecer, “As Sessões” é uma história de amor, mas principalmente é o relato do encontro de um homem (Mark O’Brien) consigo mesmo. Ao entrar em contato com seu lado mais íntimo, Mark vence seus próprios medos e os seus próprios sentimentos de culpa. Neste sentido, talvez, até mesmo, mais importante do que o encontro dele com Cheryl, é fundamental a presença do Padre Brendan (William H. Macy) na vida de Mark. É ele que dá o melhor conselho que o protagonista de “As Sessões” poderia ouvir: seja romântico. Ao fazer isso, ao não pensar demais sobre as coisas, Mark, não só dá uma chance a si mesmo, como também dá uma oportunidade para que toda uma nova porta se abra em sua vida.

Indicações ao Oscar 2012
Melhor Atriz Coadjuvante – Helen Hunt



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Jornalista e Publicitária


Comentários


“As sessões” é o mineirinho dos filmes do Oscar: de vargarzinho vai se estabelecendo entre os nossos favoritos. rsrs.
Belo texto!
Bjs

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