*Cuidado com os spoilers.

O site Film.com divulgou ontem, dia 20 de março, aquelas que eles consideram ser as 50 melhores cenas de abertura da história do cinema. Para eles, no cinema atual, as cenas de abertura se revelam mais importantes do que nunca, na medida em que “criá-las pode não ser a parte mais difícil de um filme, mas é, invariavelmente, a mais perversa. Todo filme já feito começa com o mesmo sendo de possibilidade infinita, as infinitas cores do universo ao seu dispor, e então – como num flash – limita tudo a uma só coisa”. Eles continuam: “a marca de uma grande cena de abertura é a mesma de sempre: tem que pegar você pela garganta e insistir que você não olhe para o outro lado.” As cenas de abertura devem deixar a plateia impotente para resistir ao filme. Eles finalizam: “as melhores cenas de abertura vão lhe seduzir para o mundo que você vê na tela, não importa o seu tipo ou tamanho”.

A lista do site Film.com, que você pode ler neste link, cita algumas das grandes cenas de abertura da história do cinema, como as de “O Poderoso Chefão”, “Bastardos Inglórios“, “Amor Sublime Amor”, “Up – Altas Aventuras“, “20o1: Uma Odisséia no Espaço”, dentre outras. Para eles, a melhor cena de abertura de todos os tempos é a sequência do sonho, que abre o filme “8 1/2”, do diretor italiano Federico Fellini, que eles consideram “brilhante pela mesma razão que o filme como um todo é brilhante. É rica em simbolismos como é em caráter, tão impressionante visualmente quanto é ressonante do ponto de vista emocional. “8 1/2″ é um triunfo de som e música que começa com um silêncio completo e absoluto.”

Aproveitando o ensejo da lista divulgada pelo site Film.com, deixamos aqui a nossa cena de abertura favorita do cinema. A cena de abertura de “As Horas” é um pequeno aperitivo do quão forte emocionalmente é o filme dirigido por Stephen Daldry. A impressão que dá é a de que o longa começa com o seu término, mas, na verdade, ao iniciar com a cena que retrata o suicídio da escritora inglesa Virginia Woolf, em consequência de um estado emocional inquietante (especialmente porque afetava diretamente a sua capacidade para fazer a atividade que mais dava sentido à sua existência: escrever), temos a ênfase naquele que é o tema principal dessa obra: o fato de que a vida é o resultado das escolhas que fazemos baseadas no nosso livre arbítrio. É uma cena que, sem dúvida alguma, insere a plateia dentro do contexto de “As Horas”.