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Mama

publicado em:9/04/13 11:20 PM por: Kamila Azevedo Cinema

A trama do filme “Mama”, dirigido e co-escrito pelo espanhol Andrés Muschietti, tem origem num curta-metragem também escrito e dirigido por ele, chamado “Mamá”, lançado em 2008. Nesse curta, acompanhamos a jornada das irmãs Victoria e Lili, que buscam fugir de casa após perceberem que sua mãe não se encontra no local. Esse é o tipo de premissa bastante estranha, pois não é natural que duas filhas queiram fugir da sua mãe. Porém, o que “Mama” permite ao espectador (até mesmo porque a estrutura narrativa de um curta-metragem é muito diferente da de um longa-metragem) é adentrar na realidade assustadora e agoniante dessas duas irmãs, de forma a percebermos que o desejo de Victoria e Lili é perfeitamente normal.

O roteiro escrito por Neil Cross, Andrés Muschietti e Barbara Muschietti trabalha bastante com o conceito da obsessão, de acordo com a acepção desta palavra dentro da doutrina espírita. Desde a primeira cena de “Mama”, que retrata o sequestro de Victoria (Megan Charpentier) e Lilly (Isabelle Nélisse) pelo próprio pai (Nikolaj Coster-Waldau), após este assassinar a sua esposa e o seu sócio, o que assistimos é a uma série de situações em que as personagens do longa estão, claramente, sofrendo uma influência prejudicial, seja de espíritos encarnados ou desencarnados. E esse será o fator fundamental para desenrolar toda a gama de acontecimentos que fazem parte de “Mama”.

Em sua essência, o filme é uma obra do gênero de terror, na medida em que a atmosfera criada pelo diretor Andrés Muschietti é envolta por algumas cenas deveras assustadoras, porém, na realidade, “Mama” é um thriller psicológico, pois o roteiro se dedica a um estudo daquilo que condiciona, não só o comportamento das duas irmãs (que se encontram muito facilmente subjugadas ao domínio exercido pela personagem que dá título ao filme, muito em parte por causa do encontro entre elas ter se dado num momento de vulnerabilidade emocional, em que a formação de pensamento delas ainda não estava totalmente processada), como também dos tios de Victoria e Lilly, Lucas (Nikolaj Coster-Waldau, no seu segundo papel no filme) e Annabel (Jessica Chastain), que nunca desistiram de procurar as sobrinhas (por razões que nunca ficam muito claras) e que tentam ajudá-las nessa difícil tarefa de readaptação a um mundo que elas deixaram para trás – não por sua própria opção.

Além de marcar a sua estreia no cinema norte-americano, “Mama” também representa a primeira incursão de Andrés Muschietti num longa-metragem, após dois curtas no currículo. Para tanto, o espanhol contou com um apoio de peso na sua empreitada: o produtor/diretor Guillermo del Toro, que, além de ser um entusiasta do gênero de terror/suspense, deve ter dado toda a liberdade criativa necessária para que Muschietti desenvolvesse seu filme da maneira como o idealizou. Com certeza, e isso está refletido em cada cena de “Mama”, o espanhol teve segurança necessária para fazer um filme que, apesar de se apoiar em clichês mais que batidos do gênero de terror/suspense e de ter alguns furos de roteiro, consegue cumprir o seu papel, na medida em que coloca a plateia num clima de apreensão e de medo que não termina após os créditos finais.



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Comentários


Não conferi “Mama”(ainda não está me cartaz na minha cidade),mas é interessante o talento de Guillermo Del Toro como produtor.Nos últimos anos ele produziu “O Orfanato” e “Splice-A Nova espécie”(ficção cientifica da melhor qualidade).Não gosto de “O Orfanato”,mas Del Toro descobriu o jovem J.A Bayona(talento confirmado com “O Impossivel”) e faz o mesmo com o argentino Andrés Muschietti.Espero assistir “Mama” no cinema.

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Deixa a gente tensa mesmo, mas o roteiro é tão cheio de problemas que dá uma tristeza, hehe. Mas, ele consegue mesmo nos deixar ligados em cada cena e com medo das paredes ao voltar para casa.

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Paulo, verdade. Boa observação sobre o lado produtor de Guillermo del Toro. Vamos ver se Andrés Muschietti confirma a bênção de seu padrinho famoso e se torna um diretor de destaque em Hollywood.

Amanda, verdade. O roteiro é que prejudica mais o filme. Porém, mesmo assim, foi uma experiência agoniante assistir a este filme.

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    Sua avaliação se aproxima da minha. Essa vertente psicológica no filme, principalmente por se irmanar no terror, muito me agrada. Acho que fui um dos poucos que não viut tantos furos no roteiro assim…
    bjs
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Me decepcionei com esse filme. Apostam em assustar a platéia em detrimento ao tratamento melhor do roteiro. Pô, o carro cair do lado da pista e demorarem 5 anos para achar foi a maior mancada. Depois se livram sem mais nem menos do tio. Achei bem desleixado, só se salva o final.

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Reinaldo, gosto de thrillers psicológicos como esse, mas acho que o roteiro do filme tem coisas bem mentirosas. Mas, acho que essas mentiras ficam perdoadas por estarem servindo ao contexto geral de “Mama”.

Celo, concordo em suas observações sobre as mancadas do roteiro.

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Sério, eu ainda estou me perguntando como Jessica Chastain aceitou tal filme!?

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Cleber, acho que é fácil compreender o porquê da Jessica ter aceitado fazer “Mama”. É de um gênero no qual ela nunca trabalhou, tem produção do Guillermo del Toro, um diretor desconhecido, uma personagem diferente das outras que ela interpretou. Para mim, não é demérito algum ela ter feito esse filme.

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Sinceramente? Para mim, já é forte candidato ao cargo de maior bobagem do ano. Juro que não senti nada com “Mama”. Foi uma experiência completamente indiferente para mim. E ter mostrado a personagem-título foi um dos maiores erros. Se a tal Mama ficasse apenas na nossa imaginação, tudo teria sido bem mais interessante…

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Maravilhoso o filme!! RECOMENDO!
Prende nossa atenção… é um filme que deixa agente bem tenso e com medo o.O
O final a triste =(

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Matheus, pois eu fiquei muito agoniada assistindo a “Mama”. E preferi que eles tivessem mostrado a Mama mesmo.

Ricardo, sim, o filme prende a atenção e é bem tenso.

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