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Água Negra

publicado em:11/04/13 12:16 AM por: Kamila Azevedo Filmes

O cinema atualmente é uma arte sem fronteiras, que mistura diversos pontos de vista e, principalmente, diferentes culturas. “Água Negra” é um típico exemplo disto. O filme, além de ser baseado numa película japonesa do diretor Hideo Nakata (o mesmo que dirigiu “O Chamado 2”), é dirigido pelo brasileiro Walter Salles, foi escrito pelo mexicano Rafael Yglesias, é estrelado por um elenco formado por atores de diversas nacionalidades e foi produzido por norte-americanos.

Apesar disto, “Água Negra” é um filme tipicamente hollywoodiano, o que poderá desapontar os fãs do brasileiro Walter Salles, que fez aqui a sua estréia na direção de um longa produzido por Hollywood. Na realidade, quando assistimos “Água Negra” não reconhecemos nenhum traço de Walter; a única coisa no filme que remete ao diretor é o cuidado com as imagens, que, por sinal, foram belamente fotografadas por outro brasileiro, Affonso Beato, que costuma trabalhar nos filmes do diretor espanhol Pedro Almodóvar.

Em “Água Negra”, acompanhamos a história de Dahlia Williams (Jennifer Connelly), uma mulher que está passando pelo processo de divórcio do marido (Dougray Scott) e por uma difícil batalha pela custódia da única filha Cecilia. Dahlia tenta reiniciar sua vida e se muda com Cecilia para um apartamento na Ilha Roosevelt, que fica perto de Nova York. O apartamento para o qual mãe e filha se mudam tem pouco espaço e logo começa a apresentar uma série de fatos estranhos (vazamentos, goteiras, água poluída).

A partir daí, “Água Negra” vira mais uma daquelas novas versões de filmes de terror japoneses. O medo novamente é representado por uma menina que se ressente da mãe relapsa, por enormes quantidades de água que aparecem por todos os lados e pelo estranho aparecimento de mechas de cabelo na água encanada. Mas, ao contrário do filme japonês (que apela para imagens chocantes e assustadoras), Walter Salles apresenta “Água Negra” como um thriller psicológico ao ligar a história da menina Natasha (que atormenta a vida de Dahlia e Cecilia) com a da própria Dahlia, que, quando pequena, também foi esquecida e abandonada pela mãe alcoólatra.

Por isso, quem vai assistir “Água Negra” pensando que vai morrer de susto irá se decepcionar. Entretanto, quem já conhece a versão japonesa do filme vai gostar da nova interpretação de Walter Salles, pois o diretor fez o impossível: transformou um filme que era muito chato em uma película tolerável e, em alguns momentos, bastante intrigante.



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Comentários


Kamila, acho que este filme foi uma derrapada na carreira do Walter. Curto por demais esses filmes de terror japoneses, mas a maioria de suas versões americanas deixa a desejar, a exceção do primeiro O Chamado.

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Ah, eu gostei de “Água negra”. Não é nenhuma obra prima, mas um filme que cutuca cânones do terror com vara curta…
Enfim, pareço um dos poucos entusiasmados com um terror menos espetacularizado…
Bjs

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Flávio, sim, foi uma derrapada na carreira dele. Não gosto desses filmes de terror japoneses e, pra ser bem sincera, acho que a maioria dos remakes norte-americanos são bem melhores que os longas originais.

Reinaldo, eu gosto de thrillers psicológicos, que fujam desse dito “espetáculo” comum aos filmes de terror, mas acho que esse longa do Walter Salles é muito irregular.

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