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Alexandre

publicado em:12/04/13 1:02 AM por: Kamila Azevedo Filmes

Alexandre Magno, o rei da Macedônia é uma das figuras mais míticas da história. Na sua curta existência (ele faleceu aos 33 anos), ele levou o seu exército a conquistas maravilhosas e, conseqüentemente, à construção de um grande Império e à disseminação da cultura grega pelo mesmo. Tais acontecimentos levaram Alexandre a ficar conhecido como “Alexandre, o Grande”. Com o objetivo de entender o homem por trás do mito, o polêmico diretor Oliver Stone idealizou a cinebiografia “Alexandre”.

Em “Alexandre”, o grande rei é interpretado por Colin Farrell (que, neste filme, pela primeira vez na carreira, teve a responsabilidade de carregar todo um longa nas costas), figura ideal para incorporar o Alexandre idealizado por Stone, o qual era atraente, sensual, carismático e magnético. No entanto, por trás da aura de homem auto-suficiente, existia um ser extremamente inseguro, sem convicções e que dependia fundamentalmente das pessoas que o rodeavam.

Oliver Stone destaca três destas pessoas. A primeira delas é a mãe de Alexandre, a rainha Olímpia (Angelina Jolie, com um sotaque terrível e naquela que uma das piores atuações de sua carreira), ou “a feiticeira” (maneira como o pai de Alexandre se referia à esposa). Olímpia fazia jus ao seu apelido e enfeitiçava cobras e, especialmente, o filho; enchendo a cabeça dele de idéias paranóicas sobre o poder. Entre Olímpia e Alexandre existia uma relação que se assemelhava ao Complexo de Édipo; e o grande rei passará a sua vida fugindo da influência da mãe.

O segundo é o rei Filipe II (Val Kilmer, ótimo), o pai de Alexandre. Ao contrário de Olímpia, Filipe era realista e não se inebriava com o poder. A liderança dele e os seus desígnios (como trazer grandes intelectuais para ensinar os futuros soldados da Macedônia) exerceram grande influência sobre Alexandre. E como ele já possuía o amor incondicional da mãe, Alexandre lutará durante toda a sua vida para obter o amor e respeito do pai, bem como pela manutenção da honra da família.

O terceiro é Hefastion (Jared Leto), amigo de infância de Alexandre. Entre os dois, nasceu um amor verdadeiro fruto da maneira como os dois se tratavam. Hefastion amou Alexandre pelas suas virtudes e defeitos e não porque ele era o herdeiro do trono da Macedônia. Com Hefastion, Alexandre vivenciará o amor “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”; no entanto, nem a morte será capaz de separá-los.

Por causa desse viés narrativo, as conquistas territoriais de Alexandre e seu exército foram colocadas em segundo plano no filme de Stone. Para o diretor, as vitórias de Alexandre são o resultado do carisma e do amor que ele despertava nos seus soldados. Fato que não impedia o surgimento da inveja e do rancor entre ambas as partes. Alexandre era um comandante exigente e exauriu todas as forças dos seus soldados. Foram as decisões que ele tomou – incluindo o casamento com a bela Roxana (Rosario Dawson) – que o levaram ao seu destino.

Narrado por Ptolomeu (Anthony Hopkins), um dos soldados de confiança do grande rei, “Alexandre” é um filme tecnicamente perfeito. Não se pode ignorar a beleza da fotografia, dos figurinos, da direção de arte e da trilha sonora presentes no longa. No entanto, a grande falha de Oliver Stone foi mexer com o mito em torno da figura de Alexandre, o Grande. Oliver Stone, durante as três horas de projeção do seu filme, transforma não só o personagem que dá título ao longa – bem como o seu épico – em uma figura pequena.



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Comentários


Nossa, está aí uma bomba que eu gostaria de esquecer, hehehe. Uma pena ver Oliver Stone errar tão feio. Concordo com você que ele torna Alexandre, o pequeno, e isso é o maior problema.

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Amanda, pois é! Uma bomba mesmo! Na época desse filme, o Oliver Stone vivia uma fase difícil de carreira. Era complicado…. Para mim, esse é mesmo o maior problema de “Alexandre”.

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Lembro que na época não achei tão ruim. E, apesar da escalação absurda da Angelina Jolie como mãe de Colin Farell, ela nunca esteve tão bonita hehe

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Matheus, sim, a Angelina estava muito bonita nesse filme e muito mal escalada como a mãe de Colin Farrell. Mas, beleza não é tudo! rsrsrsrsrsrs A atuação dela aqui é uma das piores de sua carreira.

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