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O Expresso Polar

publicado em:22/08/13 1:27 AM por: Kamila Azevedo Filmes

Em 2004, o Natal chegou mais cedo. Pelo menos isto foi o que ocorreu nos cinemas de todo o mundo quando do lançamento da animação “O Expresso Polar”, do diretor Robert Zemeckis (“Forrest Gump – O Contador de Histórias”). O filme é baseado em um famoso conto natalino publicado nos Estados Unidos pelo autor Chris Von Allsburg e demorou muito para a adaptação sair do papel. A razão: Zemeckis temia não conseguir reproduzir o colorido e a beleza das imagens encontradas no livro.

A solução veio quando a equipe de Zemeckis o apresentou à técnica batizada de “captura de performance”. A técnica permitia a captura dos movimentos de um ator real através da colocação de sensores em pontos estratégicos do seu corpo; transformando os seus movimentos em elementos que darão base à criação de uma personagem virtual. Tecnologia semelhante à que deu vida a mais famosa das personagens digitais do cinema: a criatura Gollum, da trilogia “O Senhor dos Anéis”.

Desta maneira, Zemeckis pôde começar a dar vida à aventura do menino que não acredita mais em Papai Noel e na magia do Natal. O garoto é convidado, na véspera do Natal, para embarcar no Expresso Polar, um trem que o levará ao Pólo Norte, o lar do bom velhinho. Na viagem, ele terá como companhia um grupo de crianças que, assim como ele, não vêem o Natal como uma data de harmonia, união, gratidão e amor.

E é através das experiências pelas quais o menino irá passar na sua jornada até o Pólo Norte, que a mensagem de “O Expresso Polar” começa a ser delineada. O que Zemeckis tenta despertar em nós é a sensação que também somos aquele garoto incrédulo e que, mesmo diante das dificuldades, é necessário que nós acreditemos em um destino melhor. É este o verdadeiro espírito do Natal: manter as chamas da esperança, do amor, da união e da paz acesas.

A técnica de “captura de performance” permitiu que Robert Zemeckis liberasse os seus medos e recriasse em animações o mundo mágico retratado no conto de Chris Von Allsburg. O resultado são imagens que impressionam e o primeiro passo rumo a uma nova maneira de se fazer cinema (numa técnica que ele mesmo aperfeiçoou em “A Lenda de Beowulf” e “Os Fantasmas de Scrooge“). Um trabalho notável e que, apesar de não ter sido indicado na categoria de Melhor Filme de Animação, foi reconhecido com três indicações ao Oscar 2005 (Melhor Canção Original, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som).



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Comentários


Lembro com muito carinho de “O Expresso Polar”, que é um filme muito carinhoso e nostálgico. E adoro a canção “Believe”! Mas, para ser bem sincero, tenho preguiça de rever. Talvez porque Robert Zemeckis não tenha acertado mais em animações depois desse filme.

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Matheus, também guardo esse filme com muito carinho. E concordo com o que você disse sobre o Robert Zemeckis: ele apostou bastante nessa técnica nova de captura de performance, mas acho que, em suas outras animações, essa mesma técnica mostrou-se ainda passível de muita melhora, especialmente no que diz respeito à forma como mostra os sentimentos das personagens.

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