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O Fantasma da Ópera

publicado em:31/08/13 2:20 AM por: Kamila Azevedo Filmes

A cena de abertura de “O Fantasma da Ópera de Andrew Lloyd Webber”, do diretor Joel Schumacher, mostra uma Paris emoldurada, que lembra uma pintura. A câmera se dirige ao local que abriga a história do filme: a Ópera Popular, que, como o próprio nome já diz, é um teatro francês que oferecia óperas e bailes para o seu público. Lá dentro, um homem idoso participa de um leilão público e adquire itens que lhe trazem lembranças de uma época que foi, ao mesmo tempo, alegre e triste de sua vida. Essa é uma cena muito parecida com a de outro musical situado em uma casa de espetáculos parisiense: “Moulin Rouge! – Amor em Vermelho”, do diretor australiano Baz Luhrmann. No entanto, as semelhanças entre os dois filmes acabam por aqui.

“O Fantasma da Ópera de Andrew Lloyd Webber” relata a história de uma figura mítica e misteriosa que assombra e habita a Ópera Popular. O filme também retrata a ascensão de uma jovem ao posto de estrela da Ópera. Tais acontecimentos ocorrem em uma época de mudanças no comando da Ópera: sai o empresário que quer cuidar de sua saúde frágil e entram dois verdadeiros amadores na arte de administrar uma casa de espetáculos. Eles encontram o teatro em uma confusão só, todas elas causadas por Carlota (Minnie Driver, a única do elenco a não cantar com a sua própria voz, com uma atuação propositalmente exagerada), a estrela da Ópera, uma verdadeira diva (tanto no talento quanto no comportamento).

Um dos ataques de estrelismo de Carlota é responsável por abrir as portas para o talento – até então desconhecido – de Christine Daae (Emmy Rossum, a melhor do elenco, indicada ao Globo de Ouro 2005 de Melhor Atriz num Filme de Comédia/Musical), a filha de um famoso violinista sueco. Desde que seu pai morreu, a deixando órfã, Christine mora na Ópera e, ao longo dos anos, confirmou a última profecia de seu pai (antes de morrer, ele disse que ela seria visitada por um Anjo da Música). Christine tem sido visitada pelo Anjo da Música, que a ensinou e tomou sob sua proteção. O Anjo, além disso, fará tudo o que estiver ao seu alcance para transformar Christine em um grande sucesso.

O Anjo da Música de Christine é nada mais nada menos do que o Fantasma da Ópera (Gerard Butler, que canta mal, mas compensa dando uma profundidade emocional ao seu personagem), um homem traumatizado pela deformidade física que carrega em seu rosto, a qual lhe negou para sempre qualquer demonstração de amor, afeto e carinho e que só lhe trouxe rejeição. Na Ópera (local que ele adotou como sua casa e que ele conhece como a palma de sua mão), ele descobriu o talento para a música e acredita que Christine é a única que pode fazer a sua música – usando um dos versos da música de Andrew Lloyd Webber – “alçar vôo”.

O talento de Christine não é a única coisa a ser descoberta durante “O Fantasma da Ópera de Andrew Lloyd Webber”. No filme, Christine entrará em contato com – seria melhor dizer que ela despertará para – dois tipos de amor: o verdadeiro, inocente e juvenil com o amigo de infância e patrocinador da Ópera Popular, Raoul (o ótimo Patrick Wilson); e o apaixonado, ardente e dominado pelo desejo com o Fantasma. Inevitavelmente, chegará o momento em que Christine terá que tomar uma decisão e lidar com as consequências da sua escolha.

O compositor Andrew Lloyd Webber (criador de musicais como “Cats” e “Evita”) causa reações diversas no grande público. Ou ele é amado ou odiado. Webber é uma espécie de Roberto Carlos dos musicais, pois ele une melodias sofisticadas a letras simples e de grande apelo popular. Não é a toa que “O Fantasma da Ópera” é o musical mais popular de todos os tempos (o disco com a trilha do musical bateu recordes de venda). Entretanto, seja qual for o encanto que o musical tinha (tem), este não foi passado para o cinema e o filme – com certeza – não será dos mais amados, pois Schumacher fez uma película dirigida aos fãs do musical e que não carrega em si um apelo universal. Fato que não diminui de maneira alguma o ótimo acabamento do filme: os figurinos, direção de arte, fotografia e edição são alguns dos melhores vistos no cinema em 2004.



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Comentários


Eu estou no time que adora, realmente, sempre amei o musical desde pequena, e esse filme foi uma espécie de homenagem que só não me emocionou mais do que ver a montagem da peça em São Paulo. Ainda sonho em ver a de NY ou Londres.

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Amanda, eu também estou no time que adora o filme. Sou fã do musical e também sonho em assistir a uma montagem de “O Fantasma da Ópera” nos palcos.

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