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Moça com Brinco de Pérola

publicado em:28/03/15 2:41 AM por: Kamila Azevedo Filmes

Johannes Vermeer era um famoso pintor holandês que retratava, basicamente, cenas domésticas, como uma mulher limpando uma janela ou um grupo de pessoas na mesa de jantar. Seus quadros possuíam perfeito domínio da composição e sensibilidade inigualável no trato da luz. “Moça Com Brinco de Pérola”, o filme de estréia do diretor inglês Peter Webber, irá fazer um retrato diferente de Johannes Vermeer. Irá mostrá-lo antes da fama e mais precisamente no momento em que ele pintará o seu mais famoso quadro – o qual dá nome ao filme.

Vermeer (Colin Firth) morava em uma pequena cidade holandesa em uma casa bastante confortável ao lado de sua esposa, dos seis filhos e da sogra. A renda obtida com a venda das pinturas para o mecenas dele (Tom Wilkinson) é que era a fonte principal de subsistência da família. Portanto, eram muitas as vezes em que a família passava dificuldades por causa da falta de dinheiro, uma vez que Vermeer levava meses para elaborar, compor e finalizar um de seus quadros.

Devido ao fato de que o número de habitantes da casa estar em constante modificação (o casal Vermeer vivia grávido), a família contratou uma segunda criada, a quieta e reservada Griet (Scarlett Johansson, indicada ao Globo de Ouro 2004 pela sua excelente atuação). A nova criada é aquilo que podemos chamar de pessoa intrigante (outros podem chamá-la de reprimida), afinal ela não demonstra nenhum de seus sentimentos – nem nos momentos de flerte com o açougueiro (Cillian Murphy, de “Extermínio”). As poucas vezes em que isto acontece é quando Griet se depara com o ateliê de Vermeer, com este ambiente irretocável e os seus quadros.

É neste ambiente que Griet revela sua sensibilidade e seu entendimento da arte – transmitidos a ela pelo seu pai, um pintor de azulejos. Ao contrário das outras pessoas, Griet se preocupa em oferecer o melhor local de trabalho para Vermeer, dispondo os objetos necessários e liberando a quantidade de luz certa. Vermeer irá notar isto e acolherá Griet como uma espécie de pupila, lhe ensinando a misturar tintas e a formar novas cores; mas, principalmente, adotando-a como modelo maior de inspiração num momento em que ele pintava por prazer, e não por necessidade. O que irá ser estabelecido entre eles, mais do que tudo, é uma relação de caráter platônico, de muito respeito e admiração; uma relação até certo ponto intensa e que, no entanto, nunca será consumada e sim eternizada em uma pintura cuja primeira impressão exala simplicidade.

É justamente a relação que se estabelece entre Vermeer e Griet que é o elemento que dá sustentação à “Moça Com Brinco de Pérola”. É dela que nasce a gama de sentimentos que se fazem presentes no filme. “Moça Com Brinco de Pérola” retrata o nascimento de uma obra-prima. Peter Webber, por sua vez, faz do seu filme uma obra digna de Vermeer através da reunião das imagens fotografadas pelo excelente Eduardo Serra, compostas por uma ótima equipe de direção de arte – não foi à toa que o filme foi indicado ao Oscar 2004 em ambas as categorias – e embaladas pela belíssima música de Alexandre Desplat (indicado ao Globo de Ouro 2004).



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Jornalista e Publicitária


Comentários


pois é… nunca me empolguei tanto para assistir a este filme, apesar de alguns elogios que li. não sabia que o filme tinha tanta gente boa, como o eduardo serra e alexandre desplat. tal qual a amanda, deixarei na lista! hehe

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Amanda, assista e volte para dizer o que achou! 🙂

Bruno, o filme tem uma equipe técnica sensacional, além da ótima dupla de atores centrais. Particularmente, eu gosto muito dessa obra.

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