Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1
Seguindo a tendência do que foi visto em filmes que encerravam as séries cinematográficas baseadas em populares franquias literárias, como “A Saga Crepúsculo – Amanhecer” e “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, “A Esperança”, história que encerra a série “Jogos Vorazes” também será dividida em dois filmes. A primeira parte do filme, dirigida por Francis Lawrence (que também ficará responsável por essa continuação), chegou aos cinemas brasileiros em novembro de 2014.
Uma coisa que logo chama a atenção em “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” é que este é um filme em que, finalmente, o roteiro aborda algo que já deveria ter sido trabalhado, por exemplo, na segunda parte desta série cinematográfica, “Em Chamas”: o fato de que estar direta ou indiretamente envolvido com os Jogos Vorazes aos quais o título desta saga faz referência, aplica transformações profundas nas vidas daqueles a quem as competições afetam.
As mudanças advindas da vivência de um jogo em que há uma extenuante batalha física e emocional, com elementos como a manipulação de realidade e – por quê não – a crueldade, pela primeira vez, podem ser percebidas em todos os personagens deste longa. Mas a maior reforma pode ser percebida na população que formava o que a Capital (Estado dominante) chamava de Panem.
Se os distritos que formam Panem, pela primeira vez, estão com a força suficiente para enfrentar a ditadura autoritária que lhes é imposta pela Capital, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), que foi quem enfrentou os próprios desígnios desse Estado dominante dentro dos Jogos Vorazes, nas duas vezes em que participou deles, é o rosto ideal para ser o símbolo da resistência de seu povo. Enquanto o roteiro de “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” se aprofunda nesta parte política, é interessante ver a maneira como a história ainda mantém de pé um de seus elementos mais fortes: o desenho do triângulo amoroso que envolve Katniss, Peeta Mellark (Josh Hutcherson) e o corajoso Gale Hawthorne (Liam Hemsworth).
Nessas séries tipicamente juvenis que citamos no início de nosso texto, uma coisa comum era aguardar aquele filme/livro em que a história iria atingir um patamar mais sombrio, para não dizer maduro. Podemos afirmar que nenhuma dessas séries trabalhou conceitos tão fortes e densos, especialmente no que diz respeito à discussão de uma realidade política complicada, como “Jogos Vorazes”. Por isso mesmo, “A Esperança – Parte 1” acaba sendo uma ponte importante para aquele que, com certeza, será o ápice narrativo de todos os conceitos que essa franquia trabalha, bem como da consolidação de Katniss Everdeen como uma das personagens femininas mais fortes vistas recentemente no cinema.
Acho o resultado interessante, e concordo que possa ser uma ponte importante para o final, mas ainda preciso ver essa segunda parte para ter uma opinião mais fechada sobre essa primeira. Para mim ficou algo ainda muito incompleto, apenas expectativas para o que está por vir.
Amanda, não conheço os livros, mas concordo contigo que esse primeiro filme ainda é uma ponte para a segunda parte, que concluirá de forma adequada a história. Só sei que, depois desse primeiro filme, as expectativas em relação à segunda parte ficaram altas.