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Lendo – “A Sombra do Vento”

publicado em:7/08/08 8:30 PM por: Kamila Azevedo Livros

“Nós existimos enquanto alguém se lembra de nós”. (p.143)

A frase citada no início do post fala muito a respeito do livro “A Sombra do Vento”, do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, cuja trama se passa num período de 21 anos acompanhando o processo de crescimento e amadurecimento de um jovem em meio a acontecimentos muito difíceis e, de certa forma, trágicos.

 

Quando “A Sombra do Vento” se inicia, Daniel Sempere está prestes a completar 11 anos. Ainda muito atormentado pela perda da mãe, o garoto acorda assustado uma noite por não conseguir mais se lembrar do rosto dela. Tentando confortar o filho, seu pai (que é um livreiro tradicional em Barcelona) o leva a um local que guarda uma característica mítica. O Cemitério dos Livros Esquecidos abriga livros que carregam em si a alma daqueles que os haviam escrito. Cabe a Daniel escolher uma obra que lhe será só sua. É assim que ele acaba se deparando com o livro “A Sombra do Vento”, escrito por Julián Carax.

 

A partir deste instante, o relato de Zafón começa a discorrer sobre algo raro que acontece entre livro e leitor: aquele ponto em que você lê a obra de um fôlego só, em que você se conecta com a prosa daquele determinado autor, em que você se interessa em saber mais detalhes sobre ele e sobre seus outros trabalhos.

 

É justamente na busca por mais informações sobre Julián Carax e sua bibliografia que Daniel Sempere se vê chamando a atenção de gente de caráter duvidoso e que possui o claro objetivo de fazer com que ele não saiba nada a respeito de Carax. O interessante é que, na medida em que vemos Daniel se aprofundando na sua busca e amadurecendo como homem, começamos a perceber paralelos existentes entre os caminhos que a vida dele toma e aqueles que foram seguidos pelo próprio Carax.

 

Um livro extenso, cheio de nuances e de segredos que vão sendo desvendados aos poucos, “A Sombra do Vento” é um daqueles exemplares que surpreende o seu leitor em vários momentos. A escrita de Carlos Ruiz Zafón é extremamente pictórica – não ficaríamos surpresos se esta obra fosse adaptada para o cinema. Apesar da densidade de sua trama, “A Sombra do Vento” é, na sua essência, um livro sobre o amor e fala sobre como este sentimento nos leva a percorrer lugares e a explorar caminhos nunca antes imaginados.

 

A Sombra do Vento (2007)

Autor: Carlos Ruiz Zafón

Editora: Suma de Letras

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A última modificação foi feita em:outubro 22nd, 2019 as 6:23 pm


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Comentários


Eu estava esperando por suas primeiras impressões sobre o livro. Tenho muita vontade de ler A Sombra do Vento. E tem A Menina Que Roubava Livros também que quero ler….

Abraço, Kamila!!!

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Olha, minha mãe leu este “A Sombra do Vento” e simplesmente adorou. Eu ainda não tive a oportunidade de ler. Entretanto, achei “A Menina que Roubava Livros” maravilhoso e espero ansiosamente que algum roteirista faça a sua transposição para o cinema. Bjos!

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Nossa, Kamila, me deixou muito curioso sobre o livro. Confesso que desde que ele estava ali no canto esquerdo do seu blog eu me perguntava se era bom ou não. =) Acho que vou acrescentar à minha lista, que está bem grande por sinal. Estou lendo agora “Ensaio Sobre a Cegueira”, estou quase na metade e adorando, também já tenho aqui “Criancinhas” (livro que deu origem a “Pecados Íntimos”) esperando e depois ainda não sei qual será.

Li nos comentários que você está pensando em ler “A Menina que Roubava Livros”, eu sinceramente não recomendo. Acabei de ler faz menos de um mês e não gostei nem um pouco do livro, juro que só acabei por que já tinha começado. rsrs Vontade de ler eu não tinha, tanto que demorei séculos. A premissa do livro é brilhante, mas eu achei mal desenvolvida e bem entediante pra falar a verdade.

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esse eu nao li ainda, vou por na lista 😀
faco coro com o marcel, kamila, infelizmente. Ele ja acabou, mas eu que comecei junto ainda to tentando terminar A Menina Que Roubava Livros. Como ele bem disse, a premissa eh excelente, mas mt mt mal desenvolvida. Ensaio sobre a Cegueira do Saramago, entretanto, eu recomendo e muito. Li por causa da faculdade e so faco agradecer por finalmente me mandarem algo bom pra ler rs. Eh excepcional, e fez com que As Intermitencias da Morte, do msm Saramago, entrasse na lista tb d livros que eu qro ler…

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Ka, não to tendo tempo de ler nada (meio por preguiça, meio por relaxo, meio por dar prioridade pras séries e filmes no tempo vago), mas sempre tive o habito de ler e esse A Sombra do Vento parece ser bastante interessante. Quem sabe um dia…

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Ummm…interessante. Fiquei fisgado agora. Se ao menos eu não tivesse que estar lendo esse tanto de livro de vestibular, poderia estar lendo livros melhores e mais gostosos como esse.

Mas bela dica! 😉

Ciao!

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Adoro seu blog pela diversidade dos assuntos, ultimamente nem dá pra parar e ler um livro direito (parei na metade do último Harry Potter nessas férias). Mas fiquei curioso pelo livro.

Bom Fim de Semana

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Kami, ao contrário do Marcel, eu adorei A Menina que Roubava Livros. Inclusive acho o contrário: a premissa é simples, mas o desenvolvimeto é brilhante! Bjos.

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Essa frase é ótima, acho que é bem isso mesmo. Não conhecia nada a respeito desse “A Sombra do Vento” e achei bem curioso por seu texto.

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Kamila, adorei a frase do livro, que é bem verdadeira por sinal. Como você sabe, sou um leitor assíduo. Mas, devido aos meus estudos para o vestibular, não tenho mais tempo para ler os livros que gostaria. Ultimamente tenho lido apenas alguns livros para o vestibular. O último que li foi “Primo Basílio” e “Antes do Baile Verde”. O primeiro é bem chatinho, já que não gosto dos livros do Eça de Queiróz, principalmente “O Crime do Padre Amaro”. Já o segundo é bem interessante, pois adoro pequenos contos e a Lygia Fagundes Telles realiza alguns bem subjetivos e interessantes! Grande abraço!

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Cassiano, esta frase é o resumo total deste maravilhoso livro!

Marcel, obrigada pelo comentário sobre “A Menina que Roubava Livros”. Interessante a sua perspectiva! Eu já li “Ensaio Sobre a Cegueira” (livro que achei maravilhoso) e ainda tenho que conferir “Criancinhas”.

Breno, você e o Marcel estão me fazendo repensar a decisão de dar uma chance para “A Menina que Roubava Livros”….

Louis, anote na sua lista de leitura.

Wally, deixa este livro para depois da leitura obrigatória para o vestibular. Assim, você lerá “A Sombra do Vento” como lazer. 🙂

Arthur, obrigada! Bom final de semana!

Ibertson, o livro é maravilhoso!

Kau, acho que só lendo, então, “A Menina que Roubava Livros” para saber de que lado irei ficar. Beijos!

Vinícius, a frase citada no início do post é totalmente verdadeira e comovente. Tem tudo a ver mesmo com o livro.

Matheus, como disse ao Wally, deixe, então, para ler “A Sombra do Vento” depois das leituras consideradas obrigatórias. Assim, ela será mais prazerosa. Abraço!

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Pedro, então pegue o livro emprestado com sua mãe para ler. 🙂

Bom final de semana!

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Kamila, fiquei tao intrigada com seu texto que ja privilegiei este livro em primeiro lugar na lista de proximas leituras.

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Peço desculpa na outra mensagem…
Gostei do Livro “A Sombra do Vento” Livro Lindo!!! O melhor livro que eu já li… e eu já li muitos! Tenho que ler ” A Menina que Roubava Livros”
Obrigado!

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João, eu também gostei bastante de “A Sombra do Vento”. É um belíssimo livro! Eu também ainda tenho que ler “A Menina Que Roubava Livros”.

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Não li a menina que rouba livros, mas deve ser bem interessante, porém a sombra do vento é maravilhoso, comecei a ler por acaso, pois queria ler outro livro e não pude, quando cheguei na metade do livro fique triste por saber que logo ele acabaria, mas espero que o passem para o cinema ira fazer um grande sucesso, espero que coloquem Stuart Townsend como Julian Carax, pois me apaixonei por ele (Julian).

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Paula, ótima escolha a de Stuart Townsend para Julian Carax. Acho que ele ficaria bem mesmo no papel.

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Boa noite!
Acabei de, por ventura, ao procurar por uma foto que poderia assemelhar-se a Daniel Sempere, cair no seu blog e pensei em fazer uma recomendação sobre outro dos livros de Carlos R. Zafón e, ao ler os outros comentários, vi que foi recomendada negativamente quanto à Menina que Roubava Livros; Achei um disparate!! Sou, deveras, condescente quando se trata de gostos, mas agora senti-me quase ofendido em honra a Markus Zusak!! A Menina que Roubava Livros é, com certeza, um dos melhores livros que já li! É tocantes e merece horas e horas de leitura ininterrupta, se assim você puder!

Enfim, voltando ao propósito que me trouxe aos comentários: O Jogo do Anjo, melhor livro que já li, escrito pelo autor de A Sombra do Vento. O livro é sombrio misterioso, romântico e com suspense: Leia! É extremamente bom!

Até!
Boa Noite!

PS: Visite meu blog! É ambientado como a Livraria Sempere. Acabei de criá-lo na verdade e eu escrevo como Daniel Sempere. Espero que goste.

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PSS: Creio que, apesar da escolha de S. Townsend é ÓTIMA[!], apenas visualmente, sinto, este filme deveria ser feito com atores espanhóis!!

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Procurei alguma maneira, em seu blog, de entrar em contato com você, e decidi que este deve ser o mais fácil, já que foi o único que encontrei. 😀
Como sou novo na blogosfera, gostaria, se possível, que você me dissesse o que achou e se meu blog é digno de portar esse nome 😀

Já que você gostou da idéia, visite esse também: http://cemiteriodoslivros.blogspot.com/ O nome sugere algo? Neste, escrevo como Isaac Monfort.

A propósito, chamo-me Bruno Perissotti.
E obrigado pelo elogio. Significa muito para um tolo vaidoso que gosta de achar que sabe escrever e articular tal qual dom Gustavo Barceló.

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Na real, eu amei ” A sombra do vento”…é ótimo, facinante, cativante!
Mas juro que não consegui acabar ” A menina que roubava livros”..aff…
Fiquei decepcionada, pq figurando por tantas semanas na lista dos mais vendidos deveria ser um livro mais gostoso de ler…No entanto.. =(
Agora, vale ler tbm ” Leite Derramado” do Chico Buarque, e “A Cabana”…
Abçs

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Bruno, desculpa pela demora em visitar seu blog, mas só agora li seu comentário e visitei seu excelente blog. Parabéns!!!!

Tali, obrigada pelas dicas. Vou tentar lê-los.

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Já nas primeiras páginas, me tomei de assalto, fiquei meio que presa a elas, sem conseguir respirar, ao chegar ao fim, parecia que eu estivera o tempo todo naquele universo cheio de poesia, lirismo e muita astúcia, foi um verdadeiro presente que caiu em minhas mãos, dizer que me apaixonei por essa estória, é muito pouco, pois estou em extâse até agora.

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Kamilla, também adoro o livro. Beijos!

Sara, realmente, é um livro que insere a gente dentro daquele universo. É uma história cativante!

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