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Amor Extremo

publicado em:30/09/10 10:20 PM por: Kamila Azevedo TV

O bom poeta que se preza tira a sua matéria prima de várias fontes. Talvez, a mais forte (ou, quem sabe, a mais rica delas) seja o amor. Baseado levemente em uma história real, a obra “Amor Extremo”, do diretor John Maybury, está centrada na figura do poeta inglês Dylan Thomas, que é um dos nomes mais celebrados da literatura de seu país. Os acontecimentos retratados pelo roteiro escrito por Sharman MacDonald revelam de que maneira o amor pode ser, não só, um alimento para a alma, como também o caminho mais próximo para aquilo que chamamos de auto-destruição. 

Durante a II Guerra Mundial, Dylan Thomas (Matthew Rhys, da série “Brothers & Sisters”) reencontra Vera Phillips (Keira Knightley, que vem a ser filha da roteirista desta obra), um amor dos tempos de infância. O filme é bem explícito na forma como mostra que o sentimento que os uniu se reacende – independente do fato de Dylan ser casado com Caitlin MacNamara (Sienna Miller) e ser pai de um garotinho de tenra idade. O triângulo amoroso que aqui começa a se delinear se transforma em um quadrado amoroso com a entrada de William Killick (Cillian Murphy) na trama. Ele é um soldado que está prestes a servir na Guerra e que se envolve com Vera, com quem acaba se casando. 

Por mais curioso que seja, o relacionamento que acaba sendo mais importante para “Amor Extremo” não é aquele que renasce entre Dylan e Vera ou aquele que surge entre Vera e William. A relação mais bem construída deste filme é a de amizade e de respeito que nasce entre as duas mulheres da vida de Dylan: Caitlin e Vera. Talvez, pelo fato de as duas conhecerem bem o poeta e de saberem (e compreenderem, principalmente) que ele é o tipo de homem que necessita de experiências distintas porque é delas que ele tira o trabalho dele. Enquanto estas duas personagens estão em bons termos consigo e com seus respectivos homens, “Amor Extremo” é um filme interessante, mas, a partir do momento em que o roteiro começa a embarcar em uma série de clichês (envolvendo temas como ciúmes e traumas de guerra), o longa se perde a ponto de não se recuperar mais. 

Diretor de “Camisa de Força”, uma obra que também era co-estrelada por Keira Knightley, John Maybury pagou, em “Amor Extremo”, o preço por não ter um roteiro que o ajudasse – uma vez que este pula entre os territórios de história de amor, filme de época, suspense e melodrama sem nunca se decidir por um caminho certo, por um gênero definido. Talvez, para disfarçar esta falha, o diretor tenha decidido privilegiar a parte estética de seu longa e, por isso mesmo, acertou demais com a fotografia de Jonathan Freeman e  com a trilha sonora de Angelo Badalamenti. 

Cotação: 4,0

Amor Extremo (The Edge of Love, 2009)
Direção: John Maybury
Roteiro: Sharman MacDonald
Elenco: Keira Knightley, Sienna Miller, Cillian Murphy, Matthew Rhys, Lisa Stansfield



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Comentários


Nunca assisti e sempre fui curioso pra assistí-lo mais somente pela parte técnica onde todos elogiam,nada nesse filme me chamou muita atenção.Mesmo que no elenco tenha Keira Kneightley.
Abraços

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Taí um belo painel que vc construiu sobre o filme Ka. Passou no telecine outro dia e eu quase assisti. Não consegui. Estou devidamente alertado para quando puder assistir uma reprise.
Bjs

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Leandro, você não gosta da Keira? Abraços!

Raspante, assista sem expectativas.

Reinaldo, obrigada! Beijos!

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Eu vi esse filme a uns meses atrás e me decepcionei também.O enredo da história presupoe uma trama intrigante e polêmica.Mas a história vai perdendo sua força na segunda metade do filme.Destaque para Cillian Murphy.Beijo.

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Quase desisti do filme, achei-o muito cansativo. Concordo plenamente com você e dou a mesma nota. È um filme “colírio para os olhos”, mas vazio em sua narrativa.

Beijos! 😉

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Também não gostei desse filme, mas adorei o figurino usado pelas duas atrizes.

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Mayara, eu também achei bastante cansativo. Beijos!

Romeika, também adorei os figurinos.

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Concordo, o filme peca por não decidi em que lado se enquadrar e acaba comprometendo o resultado final. Fora isso, a fotografia é mesmo bela e os figurinos também (acho difícil qualquer coisa na Keira e na Sienna ficarem feios)

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