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Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1

publicado em:7/12/10 3:02 AM por: Kamila Azevedo Cinema

“Harry Potter e as Relíquias da Morte” é o sétimo livro da saga literária escrita por J.K. Rowling. Por propósitos de mercado, a Warner Bros. – estúdio que detém os direitos cinematográficos da série de livros – decidiu dividir um livro em duas partes, de forma a poder sugar o que puder do carisma e do sucesso destes personagens. Quando a gente assiste a primeira parte dos filmes finais da franquia cinematográfica, não dá para não pensar que esta foi uma decisão completamente equivocada.

Falando do ponto de vista de alguém que não leu nenhum dos livros nos quais estes filmes se baseiam, assistir “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1”, do diretor David Yates, chega a ser uma experiência bastante cansativa. Explico: no decorrer do filme, a sensação que fica é a de que a história se desenvolve, mas sempre para no mesmo lugar. Ou seja, para mim, voltou à tona aquele sentimento de que toda a história de Harry Potter é uma verdadeira enrolação rumo a um encontro que será inevitável na parte 2 deste filme: a batalha entre o bruxinho (Daniel Radcliffe) e o Lorde Voldemort (Ralph Fiennes).

O roteiro escrito por Steve Kloves nos mostra que o poder de Voldemort está cada vez mais crescente – é dele o controle do Ministério da Magia e de Hogwarts. Para tentar ter uma chance de derrotar o mal, Harry, Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) decidem assumir a missão que antes era de Dumbledore (Sir Michael Gambon) e começam a destruir as Horcruxes restantes que guardam pedaços da alma de Voldemort (e que, por sua vez, fazem parte do próprio plano dele de se manter imortal).

Se comparado ao trabalho realizado pelo próprio David Yates, em “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1” é um verdadeiro retrocesso – muito em parte por causa dos problemas do roteiro de Steve Kloves. A verdade é que este filme nunca parece decolar. Apesar de ficarem esfregando na nossa cara que são tempos ruins vividos para os bruxos em geral, o filme não possui um clima tenso (a verdade é que eu senti muita tristeza nesta obra), nem nos deixa preparados para a importante batalha que está por vir. Talvez, por causa disso, o diretor tenha decidido privilegiar aqui a parte técnica de sua obra, que está impecável, com destaque para trilha do sempre competente Alexandre Desplat e para a fotografia de Eduardo Serra.

Cotação: 7,0

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 1, 2010)
Direção: David Yates
Roteiro: Steve Kloves (com base no livro de J.K. Rowling)
Elenco: Bill Nighy, Emma Watson, Daniel Radcliffe, Julie Walters, Rupert Grint, Fiona Shaw, Alan Rickman, Ralph Fiennes, Helena Bonham Carter, Jason Isaacs, Tom Felton, Timothy Spall, Michael Gambon, Robbie Coltrane



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Comentários


Assino embaixo. Aqueles que não se encantaram pelo filme, é verdade, acusam os mesmos problemas, os quais você analisa em seu texto. Dou, inclusive, a mesma nota.

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Nunca assisti um filme de Harry Potter. rsrs. Vou aproveitar as férias para reparar isso. rsrs.

Beijos! 😉

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Bem, fico tão perdido na saga que nem ligo mais. Assisti este apenas por assistir mesmo …

[]’s

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Mateus, bom que concordamos. A maioria das pessoas que conheço adoraram este filme. Estava me sentindo um peixe fora d’água.

Mayara, NUNCA?? Nossa, como você conseguiu?? rsrsrsrsrs Beijos!

James, eu também fico perdida com esses filmes. Na maior parte do tempo, acho tudo uma verdadeira enrolação. Só gostei mesmo do filme anterior a este aqui.

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O que posso dizer é que, particularmente achei que faltou algo, ficou muito “vazio” essa primeira parte, parece uma colagem de imagens, uma perseguição um tanto “sem graça”.

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Kamila, acho que as estatísticas comprovam como foi a recepção desse Harry Potter: a maioria que leu o livro aprecia demais o resultado, ao passo que quem não leu acha muito chato. Sorte que conferi a obra de J.K. Rowling e apreciei demais o trabalho de adaptação, já que a primeira parte do livro é um porre! Yates fez maravilhas com o material.

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Entendo sua angústia, mas esse parece mesmo que foi um filme para os fãs. Quem leu o livro tende a gostar do resultado dessa primeira parte, que é o meu caso. Não achei cansativo, tanto que vi duas vezes, acho que o clima ajuda a nos tornar mais íntimos dos três protagonistas. Ainda tem muita trama pela frente antes da batalha final.

bjs

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Matheus, seu comentário reflete uma verdade e confio na sua opinião sobre o trabalho de adaptação.

Otavio, ok! Assistirei o vídeo! Beijos!

Amanda, então que venha mais trama rumo à batalha final, de preferência num melhor filme. Beijos!

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pra mim foi o melhor dos filmes depois de harry potter e a ordem de fenix. no filme anterior pra mim conseguiram fazer uma cagada incrivel alterando a cena da morte de dumbledore, sem necessidade. nesse filme poucos pontos me irritaram, na verdade nenhum me irritou apenas alguns me chatearam um pouco, como não mostrarem o programa de rádio que apoiava harry e por onde eles descobrem que não podiam mais falar a palavra Voldemort…

aliás fica mto engraçado no filme… do nada eles param de falar voldemort mas não se explica que isso pq o MInistério colocou um rastreador na palavra voldemort e por isso eles foram encontrados na lanchonete logo após o casamento.

enfim, talvez como fã da série não consiga olhar ao filme por si só, mas consiga apenas comparar em termos de estragar menos ou mais a história que temos nos livros… eu daria nota 8,0 pra esse e 8,5 pro filme da ordem de fenix.

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Não tem jeito,quando o estúdio viu que podia ganhar uma grana com essa divisão dos filmes ele não pensou duas vezes.A Warner Bros e J.K Rowling vão ganhar milhões com esses 2 filmes.Já os fãs sairam perdendo.Bjs.

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Oi Kamila, tive a mesma sensação. Achei cansativo e chato! O anterior foi bem melhor resolvido! Mas como dizem no filme, os tempos sombrios chegaram! Bj.

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Ka, como sabe, discordo totalmente de ti. Totalmente mesmo.

“Harry Potter e as Relíquias da Morte” mostra o apuro total da série que conquistou milhares de fãs no mundo inteiro – até para os não iniciados no mundo da magia, ou viciados nesse contexto da fantasia.

É um filme que, finalmente, encontra seu teor de maturidade, numa direção mais central e cuidadosa de Yates – que com a ajuda do roteirista Kloves – consegue condensar todas as principais partes do livro, bem como diálogos. Toda a essência está ali, ao contrário dos anteriores que acabavam por correr demais em certas passagens.

É realmente admirável ver como o elenco aqui está mais entrosado, ou melhor: Temos um Daniel Radcliffe mais maduro. Rupert Grint e Emma Watson, num mundo mais justo e acolhedor, poderiam ser indicados ao Oscar. Sim, eles têm uma atuação mais emocional, estão realmente bem no filme, há momentos que até impressiona.

O roteiro consegue fluir bastante, evitando cenas rápidas, explica muito bem certos contextos do filme, é admirável o cuidado em até situações rápidas que no livro parece não ter importancia, mas no filme faz todo o sentido.

Eu gostei muito da forma sombria que o filme tem, da maneira “adulto” estampado em cada cena, nos diálogos até reflexivos do trio central. Inclusive, há mais ousadia nesse, até sensualidade em uns contextos, a puberbade mais evidente…e o senso dark, fora do contexto de magia dentro de Hogwarts – iniciado desde “A Ordem da Fenix” aqui atinge seu ápice…

Diferente mesmo este filme, pois o roteiro não tem partes confusas ou desconexas como muitos trabalhos cinematográficos, adaptados de livros, tendem a demonstrar.

Gostei dos momentos de Harry – Rony – Hermione.
Da forma como a mão de Yates priorizou as atuações deles…
Helena Bonham Carter conseguiu também acertar seu tom como Bellatrix Lestrange, se antes ela parecia meio artificial demais, neste filme assombra demais.

O que foi aquela parte da animação no meio do filme mesmo? muito bom ter colocado o Conto sendo explicado com uma animação.

As cenas de ação, ainda que não tão extensas e intensas, são impressionantes e iguais aos do livro. A trilha de Alexandre Desplat, ainda que correta(talvez, a menos inspirada deste compositor que surpreende a todo trabalho – a trilha dele pros filmes Lua Nova e tantos outros foram perfeitas), é satisfatória – mas, é verdade, de longe é o ponto mais fraco do filme. A fotografia de Eduardo Serra (admiro ele, já havia feito um belo trabalho no “Moça com Brinco de Pérola”)muito boa, dá todo o clima do livro/filme, a forma como o filme usou de referências de outros filmes tambem me agradou.

Há um clima triste que paira todo, algo meio pessimista, intimista até – de fato, o último livro da saga é o mais denso e pesado, precisava de um filme que fizesse jus a ele. Há momenos emocionais, como a passagem de Dobby…há cenas bem emocionantes mesmo.

Eu realmente estou admirado com o trabalho deste filme!
Gostei muito…e quero rever!

Que venha a parte dois!

Beijo

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Paulo Ricardo, não sei se os fãs saíram perdendo tanto assim, uma vez que eles gostaram do trabalho de adaptação do Yates aqui. Beijos!

Cristiano, mas eu falei do clima de tristeza em meu texto. Só não vejo uma marca sombria mais forte por parte da direção. Eu não fiquei no clima, pelo menos. Só concordo com alguns pontos levantados por você: o elenco, realmente, está no seu ápice e a parte técnica é excelente. No resto, acho que teria que conhecer bem o livro para apreciar tudo. Beijos!

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concordo plenamente com vc KA. Mais do que uma questão de estatística, estamos diante de uma inversão do sentido de adaptação. Muitos que lera o livro clamam este como a adaptação mais fiel de um livro de Harry Potter. Ora, por mais fiel não se significa a melhor. A tradução para o cinema foi – como vc pontou- severamente comprometida por razões financeiras. O resultado, como cinema, não poderia ser mais frustrante. Não é pq estão lá quase todas as cenas do livro que este se torna a melhor adaptação. Este é um equívoco que muita gente não se dá conta.
Beijos

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Kamila, podemos ver que as pessoas que gostaram do filme foram as que leram o livro, e as que não leram ficaram perdidas no desenrolar da história, o que tem que ser entendido é que um filme adaptado deve contar a sua história sozinho, se você precisa ler o livro para entender então para que serve o filme, apenas para servir de ilustração da história original?
Por isso concordo totalmente com você.
Abs.

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Eu discordo disso também, pois conheço muita gente que não leu o livro e entendeu muito bem o universo deste filme…

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Reinaldo, adaptação fiel ao livro é uma utopia. Um verdadeiro trabalho de adaptação é aquele que é independente da obra que a originou. Um verdadeiro trabalho de adaptação é aquele que oferece uma visão própria do material, até porque o meio cinema é completamente diferente do meio literário. Seu comentário foi PERFEITO! Assino embaixo! Beijos!

Jonathan, seu comentário também está perfeito. “Harry Potter” não deve ser um filme somente feito para os fãs. Tem que ser feito de uma forma que seja agradável para os leitores da saga e para aqueles que nunca entraram em contato com os livro. Abraço!

Cristiano, cada caso é um caso….

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Eu discordo, acho que a força do filme está justamente nessa calma que o Yates ganhou para desenvolver sua trama, com a divisão em duas partes. Acho o clima tenso sim, há momentos assustadores, que beiram o gênero horror, e outros profundamente emocionais. E o trio de protagonistas segura de forma admirável todo o drama envolvendo seus personagens. Talvez seja o melhor filme do Yates na franquia (preciso rever A Ordem da Fênix).

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Wallace, eu acho que, na parte técnica, é um grande filme, sim. Mas, peca no roteiro.

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“Ou seja, para mim, voltou à tona aquele sentimento de que toda a história de Harry Potter é uma verdadeira enrolação rumo a um encontro que será inevitável na parte 2 deste filme: a batalha entre o bruxinho (Daniel Radcliffe) e o Lorde Voldemort (Ralph Fiennes).”

Disse tudo, Kamila! Felizmente o visual do filme e a Bellatrix Lestrange da Helena Bonham Carter compensam isso (pelo menos pra mim). hehe

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Com certeza não é o melhor filme mas como pottermaniaca alucinada devo dizer que pensei que ia ficar pior… Teve muitas partes do qual acabaram faltando, parte dos qual devem encaixar no próximo por que senao ficará horrendo, por exemplo a carta da Lily pro Sirius falando sobre o Harry.

PS.: Fui ver na pré estréia 😉

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Romeika, obrigada! rsrsrs

, pelo jeito, só quem leu o livro gostou mesmo desse filme….

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