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O Vencedor

publicado em:23/02/11 2:24 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Preste atenção ao que o cartaz nacional de “O Vencedor”, filme dirigido por David O. Russell, nos mostra. Nele, temos o ator Christian Bale em primeiro plano. Logo atrás, lá no alto, no cantinho direito, as figuras de Mark Wahlberg e Amy Adams. Olhando assim até parece que Bale é o cara a quem o título se refere. Ledo engano. O título se refere ao personagem de Mark Wahlberg, que, aliás, não só é nosso protagonista, como também produtor da obra. Entretanto, o cartaz nacional deste filme é completamente feliz, uma vez que Wahlberg desfila sua habitual canastrice e Christian Bale acaba roubando – e polarizando – a cena por completo (tanto que é o favorito absoluto ao Oscar 2011 de Melhor Ator Coadjuvante), deslocando seu colega de filme para o completo esquecimento.

Curiosamente, até o roteiro escrito por Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson parece saber disso. No primeiro ato de “O Vencedor”, a história gira em torno de Dicky Ecklund (Bale), que, um dia, foi um famoso boxeador, orgulho de sua cidade natal e que se gaba de ter derrubado o lendário Sugar Ray Leonard em uma luta. Entretanto, o tempo não foi muito justo com Dicky, uma vez que ele sucumbiu ao uso de drogas. Mesmo assim, é esta figura contraditória o grande heroi de seu irmão mais novo, Micky Ward (Wahlberg), o qual é aspirante a boxeador e tem Dicky como treinador.

No seu segundo ato, o filme enfoca muito a seguinte questão: Micky tem boa vontade, um bom coração e quer fazer a coisa certa em sua carreira. A gente sabe que o mundo do boxe pode ser um tanto traiçoeiro e pessoas podem ser usadas. Por incrível que pareça, aqueles com quem Micky mais poderia contar – a mãe (Melissa Leo, favorita ao Oscar 2011 de Melhor Atriz Coadjuvante), que é sua manager, e o irmão Dicky – são as pessoas que mais traem sua confiança e o magoam. Ganhar esta consciência e tentar fazer o que é mais certo ainda (recomeçar do zero sem eles em sua vida profissional) é o grande conflito de Micky em “O Vencedor”. Porém, o que o filme nos mostra, no final, é que família é família e são eles que estão ao nosso lado nos bons – e nos maus – momentos. Então, se é “ruim” com eles, pior será sem eles. Micky precisa desse apoio – e do de Charlene (Amy Adams, indicada ao Oscar 2011 de Melhor Atriz Coadjuvante), a namorada que vai ter um papel importantíssimo no ganho de autoestima e confiança dele.

Baseado em uma história real, “O Vencedor” é o tipo de filme que segue totalmente a linha de “Rocky – O Lutador” – e não é porque estamos diante de duas obras que falam sobre o boxe. Mas, é porque ambos os filmes têm personagens principais que são pessoas comuns que vêm de uma realidade dura, que são azarões e que têm a chance de marcar seus nomes na história. É o tipo de relato de superação e de vitória que inspira (e faz vibrar) milhões de pessoas ao redor do mundo e que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas adora – tanto que “O Vencedor” está indicado a 7 Oscars (6 dos quais nas categorias principais), o que, por si só, já é um grande feito.

Cotação: 8,5

O Vencedor (The Fighter, 2010)
Direção: David O. Russell
Roteiro: Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson (com base na história de Paul Tamasy, Eric Johnson e Keith Dorrington)
Elenco: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Mickey O’Keefe, Jack McGee



Jornalista e Publicitária


Comentários


Muito boa a sua observação sobre o cartaz, resume bem o que é o filme. Christian Bale rouba a cena e no final, seu personagem é mesmo o grande vencedor da história.

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Amanda, o que eu achei mais curioso no personagem dele é que o Dicky tinha tudo para ser muito irritante, mas a gente acaba não sentindo isso, no final.

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Acho o filme satisfatório, mais pelas densas atuações, principalmente de Bale que é a pérola do filme, convenhamos. Melissa Leo está excelente, mas não desmereço Amy Adams e, sinceramente, as duas estáo ótimas mesmo. Porém, ao meu ver, eu aposto mais na Hailee Steinfeld pelo ‘Bravura Indomita’ mesmo.

Bem verdade, só pela cena do “I started a joke”, entendemos o porquê de Bale e Leo levarem todos os prêmios, até agora.

Só me incomodou um pouco o tom cômico e esteriotipado das irmãs de Bale e Wahlberg no filme. Ficou muito “familia dó ré mi trash”.

Beijo

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Acho o filme bom, nada além disso – ele é uma junção de tudo o que já foi feito, um filme repetido, adicionar alguns personagens um tanto irritantes não ajudam muito, mas, no geral gostei um pouco.

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Cristiano, também acho que o filme se torna satisfatório muito em parte por causa do elenco. Eu também aposto mais e gosto mais da Hailee Steinfeld. 🙂 É! Esta cena é bem Oscar bait…. Concordo sobre o tom das irmãs de Bale e Wahlberg no filme. Beijo!

Tatiana, obrigada pela correção!

Cleber, exatamente!

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Boa crítica Ka. Contudo, eu discordo veemente d evc. Não só não acho que Wahlberg esteja canastrão, como acho que ele é o melhor do elenco. Estão todos bem, mas na minha avaliação, Wahlberg é quem tem o trabalho pesado e o papel de menos potencial dramático.
Bjs

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Perfeito! Segue a linha “Rocky” mesmo. Mas o diretor deveria ter tratado mais Christian Bale como protagonista ao lado de Mark Wahlberg. Acho que a história é sobre os dois.

Bjs!

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É um bom filme, mas não chega a apresentar coisas tão diferentes e que me façam a destacá-lo do mais do mesmo no gênero. Segue mesmo a linha de Rocky, de usar o boxe como metáfora de superação para algo. A história das drogas, da família conturbada está ali, mas ainda tudo muito superficial, simplesmente está ali como um leve obstáculo.

Mas Bale e Melissa Leo estão realmente muito bons! A cena deles cantando no carro é das mais bonitas do filme, e talvez fosse uma linha a ser explorada, mais sutil pra tratar dos conflitos. Já Wahlberg não muda com a sua velha apatia, um horror! Adams faz o básico, não a vejo também com tanto destaque.

De modo geral, é um bom filme, mas ainda esquecível pra mim.

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Reinaldo, eu concordo que o papel dele é difícil, mas Wahlberg aqui repete todos aqueles trejeitos que estamos cansados de conhecer. Beijos!

Otavio, concordo com a sua sugestão ao diretor. Beijos!

Victor, eu só destaco Bale mesmo. Acho que a Leo está meio superestimada. Gostei mais da Amy!

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Pra mim esse filme foi a grande surpresa do Oscar esse ano. Ninguém dava nada por ele! E o Bale, mais uma vez, calou a boca da crítica.

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Acho que o filme foge um pouco da idéia de Rocky Kamila. Tem elementos em comum, familia, boxe, mas acho que o filme é centrado na personagem de Bale, inclusive acho erradissima sua indicação a coadjuvante, seria principal, mas querem dar a estatueta de qualquer maneira a Colin, fazer o que?

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Roberto, é verdade, é uma das grandes surpresas do Oscar 2011.

Cassiano, eu concordo que a história é centrada no personagem do Bale, tanto que comentei isso aqui. E concordo que ele não tem nada de coadjuvante…

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Uma história que tinha tudo pra ser clichê mas que consegue surpreender a platéia.Christian Bale muito bem no papel.Leo e Bale faturam domingo as estatuetas de coadjuavante.Beijos.

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Paulo, exatamente. Acho que o elenco é o grande diferencial, mas espero que Leo não vença domingo! Beijos!

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O filme se sustenta pelas atuações, especilamente Bale. Melissa está bem, mas nada demais, estou torcendo contra ela. Merecia mais por “Frozen River”. rsrsrs.

Beijos! 😉

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Bom filme, q valeu + pelas ótimas atuações do elenco, principalmente os coadjuvantes oscarizáveis!
Christian Bale é o cara!
Abs! Diego!

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Mayara, concordo contigo. Especialmente no que diz respeito à Melissa. Achei-a meio exagerada. Sou mais a Hailee! Beijos!

Diego, exatamente. Abraços!

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acabei de ver O Vencedor e não achei lá essas coisas, achei uma mistura irregular de drama com comédia (o que são aquelas roupas dos anos 90; as cenas iniciais de boxe, até gozaram com O Touro Indomável; e lógico,as pavorosas irmãs de Mick e Dicky). E gostei mais da atuação de Walhberg e Adams do que Bale e Leo (os seus maneirimos me incomodaram).

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Fabrício, eu não gostei do Wahlberg e nem da Leo! Os destaques foram Bale e Adams!

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[…] ele pode dizer que é um diretor e roteirista nomeado três vezes ao Oscar (por este filme e por “O Vencedor”), com uma sensibilidade enorme para a direção de atores (este longa, por exemplo, obteve […]

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