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Comentando o Oscar 2011

publicado em:28/02/11 5:10 AM por: Kamila Azevedo DiversosPrêmios

Não é preciso ser futuróloga para perceber que o filme vencedor da categoria mais importante do 83rd Annual Academy Awards (“O Discurso do Rei”) será um daqueles ganhadores que pouca relevância terá na história do prêmio. Ficará ao lado de obras como “Shakespeare Apaixonado”, “Crash – No Limite”, “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, dentre outros. Também não é preciso ser qualquer especialista na arte de prever o Oscar para saber que iria dar “O Discurso do Rei” desde o início, uma vez que estamos diante de uma obra de linguagem cinematográfica clássica, feita sob medida para agradar os votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Um dado curioso da lista de vencedores do Oscar 2011 é o seguinte: os dois filmes que mais ganharam estatuetas na noite, “O Discurso do Rei” e “A Origem”, com 4 prêmios cada, revelam os dois lados ambíguos da Academia. Se ela não se decide se vai premiar a cinematografia clássica ou um longa mais ousado, que convida a gente a pensar, por quê não ficar em cima do muro? Aliás, a expressão “ficar em cima do muro” pode ser o perfeito modo para definir tudo que assistimos hoje à noite.

Muito se falava do desejo da Academia, ao convidar James Franco e Anne Hathaway para apresentar a cerimônia de premiação, que isso refletia a vontade da AMPAS de atrair um público mais jovem. Curioso que não foi isso que deu a entender a forma como o show foi estruturado, uma vez que tivemos uma ponte constante entre o cinema clássico (representado pelos clássicos homenageados no decorrer do prêmio e pelo grande vencedor da noite) e o cinema do futuro (representado por obras como “A Origem”, “A Rede Social” e “Cisne Negro”). Em cima do muro!

Por falar na dupla de apresentadores, foram muitos os comentários, muitas as expectativas. Somente Anne Hathaway, no caso, correspondeu ao que se era esperado dela. Visivelmente alegre, uma performer nata, a imagem dela foi um contraste enorme com a postura blasé de James Franco, que mais ficou nos bastidores, deixando o espaço todo para Hathaway brilhar com seu carisma natural – e olha que ela ainda tentou ajudá-lo quando os dois apareciam juntos…. Generosa, ela…

Mas, calma. Nem tudo foi desastroso no Oscar 2011. Além de Anne Hathaway, tivemos um cenário sensacional (que se adequava aos diversos segmentos planejados e aos muitos filmes homenageados), gostei muito do aproveitamento da Orquestra na premiação e, principalmente, de alguns dos vencedores, como: “A Origem” nas categorias técnicas as quais estava indicado, Christian Bale em Ator Coadjuvante, Aaron Sorkin em Roteiro Adaptado e, principalmente, Natalie Portman em Melhor Atriz – naquela que foi a escolha de vencedora mais acertada da AMPAS, nesta categoria, desde Marion Cotillard.

E, se fica alguma lição da noite de hoje, eis ela: não dá para ser ousado em se tratando do Oscar. Eles são extremamente previsíveis. O estilo que eles gostam é muito bem definido. Quer apostar nos vencedores, vá, na maior parte das vezes, contra a maré, seja covarde e vote naquilo que é considerado mais clássico. Ousadia é uma palavra que a AMPAS ainda não conhece! Premiar filmes belamente orquestrados como “Cisne Negro” ou “A Origem” é demais. Reconhecer a direção sóbria, mas competente de um David Fincher?? Piorou!!! Mas, como otimistas que somos, espero poder ver, um dia, a Academia mudando seus conceitos….



Jornalista e Publicitária


Comentários


Kamila eu aceito todos os absurdos da academia.Ok?eles são quadrados e gostam de filmes academicos.O Paciente Inglês,Shakespeare apaixonado,Chicago…beleza sem problemas.Mas a categoria direção foi um ABSURDO.Nunca vi uma injustiça tão,mas tão grande.Quem é Tom Hooper?vi o filme o Discurso do Rei ontem e o filme é academico ao extremo,omite o fascinio que o rei tinha por hitler,e faço justiça a excelente atuaçõa de Colin Firth e Geoffrey Rush esta muito bem como coadjuvante.Helena Bonham Carter não esta tudo isso mas mereceu a indicação.E o resto é aquele pastel de vento.Direção de Arte,Figurino,Trilha e tudo mais belissimo,mas sem nenhum conteudo,muito mas muito fraco.Kamila,nada contra um diretor que não tem uma filmografia vasta ganhar o Oscar.Sam Mendes merecia milhões de Oscar pela obra prima Beleza Americana,era o 1° filme do ex marido de Kate Winslet e a academia acertou ao premia-lo.Mas no caso de Tom Hooper a direção dele é ruim.Que filme esse sujeito tem?Maldito Futebol Clube que é sobre um técnico que livra o Newcastle do rebaixamento.Só isso.E não me venham falar que ele dirigi séries de Tv pq estou falando da sétima arte.Em um ano que tivemos direções arrebatadoras com de Aronofsky(já vi Cisne Negro e é mais uma obra prima desse jovem gênio),Danny Boyle,Brothers Coen,Martin Scorsese,Christopher Nolan,Roman Polanski…e o vencedor é Tom Hooper? Olha estou muito mas muito indignado.O David Fincher precisa dirigir Seven,Clube da Luta,O Curioso Caso de Benjamin Button,A Rede Social(o meu favorito junto com Cisne Negro)e não levou o Oscar e Tom Hooper levou.Estou de ressaca do Oscar.Beijos e O Discurso do Rei é o maior filme do ano.E o Saci Pererê tem 2 pernas.Que ridiculo a academia!

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Rafael, essa vitória já era esperada, não me surpreendeu!

Paulo, a gente precisa aprender a não levar o Oscar muito a sério….

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Estou frustrado. É ruim ficar o ano todo esperando por algum filme se destacar e passar a torcer para o Oscar e O Discurso do Rei surge do nada e vence kkk Realmente é preciso aprender a não levar tão a sério, assim como o Globo de Ouro, apesar que o Globo de Ouro este ano deu o prêmio ao meu favorito. Ai eles querem nos confundir ainda mais rs.

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Nao curti muita a dupla de apresentadores desse ano (o que tá virando rotina com os anos rsrsrs – saudades do Billy Cristal). E vcs perceberam a euforia de Anne Hathaway? Toda vez que ela anunciava um apresentador, ela dava um grito de vaqueira no final…não seja tão informal garota, isso não é vaquejada!!!

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Oi Kamila, que mico é aquele a Melissa Leo pagando no palco hein….Totalmente rídicula.

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Jesus amado… volto mais tarde pra falar do vexame da Melissa Leo… achei que ela desrespeitou totalmente um dos 25 maiores atores de todos os tempos, Kirk Douglas… ela tinha que no mínimo ficar de joelhos. Mas volto mais tarde fazendo uns tres parágrafos só pra detonar ela. (E a falsa cara de surpresa ao ser anunciada? Quero matar aquela vaca! Falar palavrão? Affff…

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Ivan, a minha frustração passou, pra dizer a verdade. Mas, casos como o de “O Discurso do Rei” acontecem direto. Para o bem ou para o mal. O ideal mesmo é não levarmos o Oscar tão a sério assim, apesar de ser difícil, isso…

Fabrício, eu só curti mesmo a Anne. O James me decepcionou.

Flávio, a Melissa Leo é a Mo’Nique de 2011. Emoções completamente fakes. Sinto vergonha por ela.

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Pedro, não achei que ela desrespeitou o Kirk Douglas, mas ela pagou um mico horroroso, fingindo emoção, quando ela sabia que ia ganhar. Ninguém mais acreditava naquele ato dela. FAKE!

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Não achei a Mo’Nique falsa ano passado. Achei ela correta e elegante isso sim. Vivo revendo esse vídeo da sua vitória.

já Melissa, aquela bitch, espero que fique manchada por causa daquele vexame no Oscar. (O que foi aquilo, gente…)

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Ela desrespeitou o Kirk Douglas sim, pegando a bengala dele e andando com ela (saindo do palco, não viu?)… achei aquilo uma falta de respeito com um dos melhores atores de todos os tempos, mas como ela tava drogada mesmo, deixa.

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Kamila, você está certa em tudo. Só que fosse comedida demais na postagem. Os filmes desse ano estava fraquíssimos. Tão fraco que até me fizeram pensar que o Oscar do Quem Quer Ser um Milionário foi muito bom. Ano passado, assim como esse ano, o cinema sofreu. Está faltando coisa boa. É triste constatar mas estamos vivendo um lapso criativo.
Você comentou que A Origem faz pensar. Sinceramente não sei no que. Um filme sem pé nem cabeça, que todos os desafios a serem resolvidos só servem para criar cenas mirabolantes. Faltou alguma lógica que mantivesse os sonhos conectados.
127 horas fraco para o Oscar.
O Discurso do rei é clássico e bonito. Mas fraco.
Cisne Negro é deslumbrante, mas fez seu papel, servindo como filme coadjuvante dentre os grandes indicados.
Toy Story 3 para melhor filme? Que é isso?
O Vencedor é muito bom, mas para melhor filme estava fraco.
E por aí vai… no final de contas já estava torcendo para Rede Social levar. Mas também seria algo injusto.
Em um ano de baixa qualidade de filmes resultado é injustiça.

Até mais!

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Corrigindo:
Em um ano de baixa qualidade de filmes, qualquer resultado é injustiça.

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Ai Kamila, faço parte do grupo ‘inocente’ que torcia por Aoronofsky e seu “Black Swan”. Adoraria ter visto o filme ganhando de Direção e Filme. Mas, enfim. Tudo bem, pelo menos Portman levou a estatueta pra casa. Agora, achei desnecessário premiar Tom Hooper. Fincher e Darren eram escolhas mais… ‘plausíveis’. Enfim, Academia é a academia, né?! rs

abs 🙂

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Ramon, concordo que o cinema vive um lapso criativo. Foi um dos Oscars mais fracos dos últimos tempo, especialmente em termos de show, já que acho que a lista de filmes indicados na categoria principal era muito boa! Mas, respeito sua opinião!

Raspante, eu também estava nesse grupo e fiquei satisfeita com a vitória de Natalie Portman. Incontestável e merecidíssima! Abraços!

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Até agora minha ficha não caiu.Quem é Tom Hooper?ele ganhou o Oscar em cima de Darren Aronofsky e David Ficnher.Como isso foi acontecer.Um ABSURDO!

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A Academia não ficou em cima do muro, Kamila. Valorizou “A Origem” como um filme de efeitos. Só. Sabemos que ele é muito mais que isso. Mas a Academia não pensa assim. Mas para ela, “A Origem” foi devidamente premiado. Agora, a Academia prefere, como filme completo, algo conservador, como “O Discurso do Rei”. Não sei onde está a surpresa. É sempre assim. Raramente ganha um filme fora dos padrões, como “Midnight Cowboy”, “Onde os Fracos Não Têm Vez” e “Guerra ao Terror”. A Academia ainda está presa ao século passado. Vai demorar pra isso mudar. Acho que vai mudar, afinal há renovação entre os membros da Academia. Mas não de um ano pro outro.

Bjs!

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Reinaldo, soei frustrada demais??? rsrsrsrs Beijos!

Paulo, Tom Hooper é um diretor de mais destaque na televisão. É dele as minisséries “Elizabeth I” e “John Adams”, grandes trabalhos de reconstituição de época e que tiveram excelente trajetória nas awards seasons das quais participaram.

Otavio, eu acho que ficou em cima do muro, sim, ao decidir não ousar demais. “A origem” venceu onde iria vencer. Se, nas categorias gerais, com todos os votantes, tivesse se destacado, aí sim, a valorização seria maior. Também acho que a vitória de “O Discurso do Rei” não é uma surpresa, tanto que comentei isso no meu texto. Beijos!

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É, o Oscar foi sem surpresas mesmo. Venceu mais uma vez a tradição e conservadorismo…. Quanto a Melissa Leo…. Deus me livre, viu?

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Amanda, exatamente! Deus nos livre da Melissa Leo e suas emoções fakes. Vergonha alheia!!!

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Nossa! A reação de surpresa da Melissa Leo foi muito falso, não merecia mesmo! rsrsrs. Dá para compreender a vitória do Bertie, é a cara da Academia. Mas, Tom Hooper levar foi decepcionante. E gostei da Anne Hathaway, James Franco não fez nada, só colocar um vestido. rsrs. 😉

Beijos! 😉

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Mayara, Melissa Leo é fake! rsrsrsrsrs Concordo com tudo que você disse. Beijos!

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Falando em vestido, pra que ele colocou aquilo? Achei que ia fazer um show com aquele figurino mas não, falou meia dúzia de palavras e foi embora, e ficou uma sensação de: “hã?”

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E Bravura Indômita saiu de mãos vazias. O prêmio de Fotografia era para ser dele. Fotografia infinitamente mais bonita do que de “A Origem”.

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A Academia continua aquilo que sempre foi: previsível. Por isso não entendo a revolta da grande maioria com a cerimônia. Estava mais do que óbvio que “O Discurso do Rei” sairia da festa como vencedor!

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Não acho, sinceramente, que O Discurso seja uma obra que será esquecida rapidamente, ou que se juntará a algumas citadas. É um ótimo filme, bem orquestrado, bem conduzido, bem ok. Do jeito que a Academia gosta e do jeito que Fincher achava que iria vencer por Buttons. Pena que naquele ano não deu. Aí ele se volta ao seu estilo mais ‘clássico’ (que no caso é pop). E novamente sai de mãos abanando. Acho que ele deveria para um pouco de se preocupar por prêmios (assim como diretores como Tarantino, Scorcese e o próprio Aronosfky está fazendo) e fazer seu trabalho como ele sempre fez. Coisa de gênio. Espero que o Nolan também naõ tente fazer um filme quadrado esperando ganhar o Oscar, porque esse ano a Academia provou mais uma vez, por a mais b, que não pretende investir na renovação ou no diferente. Está ali apenas para cumprir metas estratégicas de mercado.
E eu adorei Anne, Melissa e Lee 🙂

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Caíque, concordo que o prêmio de fotografia era para ter sido do Roger Deakins…

Matheus, exatamente. Mas, acho que a revolta existe porque a gente sempre se envolve demais com o Oscar.

Luís, eu acho que será, sim…. Mas, respeito sua opinião. Não sei se cumprir metas estratégicas de mercado é o objetivo da Academia… Mas, que o Oscar é um prêmio de mercado, isso é sim!

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O Oscar esse ano pareceu quermesse de igrja, com prêmio para todo mundo.
Não me agradou muito.
Mas, também, depois que aquele lixo do Titanic ganhou 11 estatuetas, perdeu a graça.
Até mais.

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Jacques, rsrsrsrsrsr. Mas, essa tendência de dividir os prêmios é uma coisa recente do Oscar. Eles vão continuar apostando nesse negócio de dividir tudo…. Até mais!

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