logo

E aí, Comeu?

publicado em:29/06/12 8:46 PM por: Kamila Azevedo Cinema


Baseado em uma peça escrita por Marcelo Rubens Paiva, “E aí, Comeu?”, filme dirigido por Felipe Joffily, tem um título que já deixa subentendido para a plateia que a visão predominante encontrada neste longa é a masculina. No decorrer dos 100 minutos de duração da obra, acompanharemos uma série de situações vividas pelos três amigos interpretados por Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira e Emílio Orciollo Netto e que estão diretamente relacionadas ao universo feminino.

Cada um deles, diga-se de passagem, representa um estereótipo diverso desse tipo de relação. Honório (Palmeira) está casado há muito tempo com Leila (Dira Paes), com quem três filhos, e chegou naquele ponto em que a rotina é quem dita os passos do casamento. Fernando (Mazzeo) acabou de se separar de Vitória (Tainá Muller) e está naquele momento em que ainda não se vê pronto para recomeçar a vida – ainda mais se ele estiver sendo “atacado” por Gabi (Laura Neiva), jovem de 17 anos que mora no mesmo prédio que ele. Já Afonsinho (Emílio Orciollo Netto) é um cara que, apesar de ser inteligente, rico e bem-sucedido, não quer assumir qualquer tipo de relacionamento e que prefere gastar horrores com putaria e com envolvimentos emocionais superficiais.

Claramente, como estes personagens estão em diferentes momentos de vida, “E aí, Comeu?” vai tentando extrair as idiossincrasias de cada uma dessas existências. Honório, Fernando e Afonsinho só se revelam iguais um ao outro na mesa de bar em que se reúnem frequentemente para discutir as vidas uns dos outros – e é aqui que o filme acaba adotando justamente um tom bem machista, bem chulo e que faz com que essa história tenha mais apelo mesmo com os homens, afinal são eles e seus maiores conflitos que estão desenhados ali na tela.

Entretanto, “E aí, Comeu?” tem um lado sensível – bem como outro que se revela bem moralista, em algumas cenas – que chega a ser surpreendente. Aqui, o filme acaba prestando um serviço para as mulheres por nos oferecer a chance de compreender um pouco esse lado do universo masculino. No final, isso acaba sendo um dos pontos mais legais do longa junto com a linguagem informal e a excelente química do trio de atores centrais, o que nos faz ficar com aquela sensação de que estamos assistindo a uma história de gente como a gente na grande tela, com alguns toques a mais de bom humor, ironia e de sarcasmo, que são sempre muito bem vindos em situações desse tipo.

E aí, Comeu? (2012)
Direção: Felipe Joffily
Roteiro: Marcelo Rubens Paiva e Lusa Silvestre (com base na peça de autoria de Marcelo Rubens Paiva)
Elenco: Marcos Palmeira, Bruno Mazzeo, Emílio Orciollo Netto, Dira Paes, Tainá Muller, Laura Neiva, Juliana Schalch, José de Abreu, Renata Castro Barbosa



A última modificação foi feita em:julho 8th, 2012 as 8:45 pm


Jornalista e Publicitária


Comentários


Mas lê isso se torna um grande momento de uma pessoa sentata fugir do processo

http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2012/06/e-ai-comeu-e-uma-declaracao-de-amor-mulheres-diz-bruno-mazzeo.html

Sorte que ainda você tivesse algo para perceber, mas infelizmente, olhando fora da bolha, se torna necessário saber escolher que filme “nacional” devemos ver.

E ao ler essa nota do Bruno, só me dá mais vergonha da pessoa dele e do seus momentos como “ator”.

Beijos Milla.

Responder

Kamila,gosto de filmes que abordam a amizade masculina.Desde de comedias como “Se Beber Não Case” e “Superbad” até filmes mais inteligentes como “Sideways” e “Eu Te Amo Cara”.Beijos!

João Paulo,li essa declaração de Bruno Mazzeo e ele deve se achar.Ridiculo.”E aí comeu” é uma declaração de amor as mulheres?o Bruno Mazzeo vem se achando um bom tempo,ele tem algumas frases infelizes como “A Internet dá voz para quem não deveria”,na ocasião do lançamento de Cilada.com ele disse “Não discuto sobre um filme pronto,faço que nem Woody Allen e Pedro Almodovar”.Putz…pra chegar aos pés dele ele deveria nascer de novo.Esse cara é ridiulo.As meninas podem comentar melhor.abs.

Responder

Tive a mesma percepção do lado sensível e até moralista do filme. É interessante como os tipos que eles representam no bar vão caindo aos poucos em suas vidas pessoais. O casado que se faz de retado, mas tem medo de estar sendo traído. O recém solteiro cheio de vida que treme diante da vizinha adolescente (um verdadeiro fetiche masculino) e o cara que vive de excessos, mas que é apaixonado pela prostituta.

Quanto à declaração de Bruno Mazzeo e a briga do presidente da RioFilmes com os críticos do JB, lamentáveis…

Responder

João, essa declaração do Bruno Mazzeo, além de idiota, é infeliz. Porque “E aí, Comeu?” não tem nada de declaração de amor às mulheres. Beijos!

Paulo, o Bruno é talentoso, como roteirista e ator, mas se perde com essas declarações. Acho que elas nem devem ser levadas a sério, pra falar a verdade… rsrsrs Abraços!

Amanda, exatamente. Bem observado, Amanda. Essas figuras que eles encarnam, na mesa de bar, acabam invadindo a própria vida deles, em certo momento.

Responder

Sou frequentador de mesa de bar e posso dizer que “mulher” é
realmente o assunto principal, às vezes o único assunto.
Adoramos teorizar.
Mas encontrar no final feliz a mulher-amigo (que bebe, fuma e joga),
a lolita e a “eu-vou-tirar-voce-desse-lugar” não da não.
Sexo com roupa?
O texto do Marcelo escapa das armadilhas de um Cilada.com,
mas não agradará a sociedade moralista que o Brasil se tornou.

Responder

Herculano, os homens adoram teorizar, da mesma forma que, nós, mulheres, amamos teorizar. E concordo que o texto do Marcelo Rubens Paiva está até desconectado do moralismo da sociedade brasileira, talvez, por isso mesmo, existem passagens bem moralistas nesse filme… Não sei se para dosar com o resto…

Responder

É justamente essa visão masculina que me amedronta. Não consigo não pensar que o filme não seja machista! Mas eventualmente eu o vejo… embora não queira.

Responder

Achei um muito machista, mas adorei o humor do filme, e o trio que é hilario, principalmente o Mazzeo.
Achei forçada a parte que ele diz que mulher quando passa a mão no cabelo é que ta afim de dar haha. E minha irmã que também é ruiva assistiu o filme comigo e ficou sem graça quando falaram da ruiva na tela KKKK. Bjo Ká

Responder

Luís, o filme é, sim, machista em certos pontos, mas também é moralista, sensível. Chega a ser até surpreendente essa visão final.

Rafael, é machista, mas tem esse lado moralista e sensível também. O trio de atores central está mesmo muito bem. E esse momento que você citou é somente um dos que nos deixam sem graça durante o filme! rsrsrs Beijo!

Responder

Kamila, também adoro escrever sobre os filmes que eu me identifico e adorei sua abordagem deste filme nacional… Sobre as críticas, bem… De médico, louco e críticos todos temos um pouco… Sexo com roupa?? Irrelevante falar sobre isso, a cena foi muito engraçada e muito bem feita pela Katiuscia Conoro pra mostrar o quanto o personagem do Emilio estava procurando aventuras em “furadas”… A parte da ruiva: teorias como você abordou muito bem! E quando o Seu Jorge falou do flamengo, me arrancou a gargalhada mais alta de todo o filme. Mais carioca e baresco comentário possível da trama!rs – Adorei a forma como o filme. consegue ser chulo, engraçado, moralista e sensível. Ponto pro cinema brasileiro, que mais uma vez produziu uma comédia de dar inveja aos enlatados americanos. Estarei sempre de olho aqui! Visão ampla dos filmes água com açúcar às grandes obras, na minha opinião é o que de melhor existe para aproveitarmos o entretenimento atual! Parabéns!

Responder

Flávia, obrigada! Adorei seu comentário. Também me diverti assistindo ao filme, apesar de achar que ele funciona melhor para os homens do que para nós mulheres. Mas, de qualquer jeito, um filme muito engraçado mesmo. Muito obrigada mesmo!!!! Apareça sempre!

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.