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De Olho no Oscar 2013: Best Director

publicado em:11/12/12 2:39 AM por: Kamila Azevedo NotíciasPrêmios

Quem acompanha o Oscar sabe muito bem que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas possui uma relutância enorme em dar uma segunda estatueta a um profissional, ainda mais num tempo tão curto desde a sua primeira vitória. Tentar compreender esta questão principal é a chave para começar a fazer as previsões para a categoria de Melhor Diretor, no Oscar 2013. Dois dos principais concorrentes desta categoria se enquadram justamente nessa situação: Kathryn Bigelow, vencedora da categoria em 2009, por “Guerra ao Terror”, e que, neste ano, entregou “Zero Dark Thirty”; e Tom Hooper, vencedor em 2011, por “O Discurso do Rei” e que, em 2012, chega com tudo com o musical “Les Miserábles”, que promete ser o filme líder de indicações ao Oscar 2013.

A maioria dos especialistas no Oscar afirma que, dificilmente, um dos dois sairá vencedor – caso sejam indicados, diga-se de passagem – por terem triunfado recentemente nesta categoria. Ao mesmo tempo em que existe esse pensamento predominante, também é impossível não reconhecer as excelentes críticas obtidas pelos dois filmes – que devem ter uma trajetória bem-sucedida na temporada de premiações 2012-2013 – e, caso sejam merecedores de tal honra, acho que a frescura da Academia pode ser colocada abaixo e um dos dois vencer novamente.

Entretanto, caso a AMPAS já tenha uma opinião definida sobre essa situação, o caminho pode estar aberto para a vitória inédita de um diretor nesta categoria. Neste caso, se enquadrariam dois profissionais. O primeiro deles é o ator Ben Affleck, que, em 2012, estrelou, produziu e dirigiu “Argo”, um excelente filme sobre uma operação da CIA de resgate de diplomatas reféns no Irã. Neste momento, é Ben Affleck que lidera as previsões de vencedores dos especialistas e, caso isso ocorra, será o reconhecimento a um diretor ainda em início de carreira (com três filmes no currículo), mas que demonstra, a cada nova obra, um estilo bastante próprio.

O segundo deles é David O. Russell, indicado ao Oscar de Melhor Diretor, em 2011, pelo trabalho em “O Vencedor”. Houve um tempo em que Russell foi mais conhecido pelo seu temperamento difícil (é famoso um vídeo no YouTube em que a atriz Lily Tomlin discute ferozmente com ele, nos bastidores das filmagens de “Huckabees – A Vida é uma Comédia”), porém “O Vencedor” veio para mudar por completo a trajetória de sua carreira. Com “O Lado Bom da Vida”, ele confirma a boa fase profissional e, além de emplacar a sua segunda indicação nesta categoria, ainda pode levar outro de seus atores à vitória no Oscar, tendo em vista que Jennifer Lawrence é a favorita da categoria de Melhor Atriz pela performance neste longa.

Completa o time de favoritos à indicação na categoria de Melhor Diretor um verdadeiro medalhão do cinema norte-americano: Steven Spielberg. Vencedor de 3 Oscars (por “O Resgate do Soldado Ryan”, “A Lista de Schindler” e do prêmio honorário Irving Thalberg Memorial Award) e indicado outras 9 vezes ao prêmio mais importante do cinema, Spielberg retorna, após o mediano “Cavalo de Guerra”, com “Lincoln”, cinebiografia de um dos presidentes mais importantes da história dos Estados Unidos. Representante de uma linguagem mais tradicional do cinema norte-americano, pode contar a favor de Spielberg o fato de que seu filme tem a cara da Academia e, principalmente, o fato de que “Lincoln” deve ir bem em outras categorias principais, como Melhor Ator (Daniel Day-Lewis), Melhor Atriz Coadjuvante (Sally Field) e Melhor Ator Coadjuvante (Tommy Lee Jones), além de Melhor Roteiro (Tony Kushner).

Outros nomes que podem surpreender nesta disputa são: Ang Lee (“Life of Pi”), Paul Thomas Anderson (“The Master”), Michael Haneke (“Amour”), Quentin Tarantino (“Django Unchained”), Peter Jackson (“The Hobbit”), Joe Wright (“Anna Karenina”), Sam Mendes (“007 – Operação Skyfall”) e Wes Anderson (“Moonrise Kingdom”).

Se pudéssemos fazer uma aposta, estes seriam os nomes que, possivelmente, serão indicados ao Oscar 2013 de Melhor Diretor:

Ben Affleck, “Argo”
Kathryn Bigelow, “Zero Dark Thirty”
Tom Hooper, “Les Miserábles”
David O. Russell, “O Lado Bom da Vida”
Steven Spielberg, “Lincoln”



A última modificação foi feita em:dezembro 12th, 2012 as 6:38 pm


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Comentários


Ótima matéria Kamila, bem informada e bem escrita. Também estou praticamente fechando nesses 5 e, como eu dizia, já em outubro, que tudo caminhava para termos 4 já indicados/vencedores e um ‘novato’.
Tá faltando só vc participar do nosso podcast 😉

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Michael Haneke merece demais uma indicação por “Amour”. Aliás, o diretor merece reconhecimento da AMPAS há muito tempo. Se ele for indicado vou pular muito! Assim como o Julian Schnabel foi indicado em 2007, ele pode surpreender (se bem que tenho a impressão que a AMPAS adora ir contra as escolhas de Canes).

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Alex, obrigada!!! Acho que os cinco indicados devem ser esses mesmo, a não ser que tenhamos alguma grande surpresa.

Pedro, “Amour” tem sido, realmente, um dos destaques do ano cinematográfico. O Michael Haneke pode ser que abocanhe uma indicação, no lugar de algum dos que eu previ. Talvez, David O. Russell. Mas, acho difícil mesmo que um desses cinco percam seu lugar na briga.

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Suas apostas me parecem bem fundamentadas. A análise então nem se fala! Mas desconfio de Tom Hooper. Acho que Os miseráveis pode ser um novo Dreamgirls. Ainda que ache que este filme tenha potencial de ser bem melhor do que “O discurso do rei”, o best picture winner mais fraco dos últimos cinco anos.
Bjs

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Reinaldo, obrigada! Não sei se “Les Miserables” pode ser um novo “Dreamgirls”. Acho que o filme tem potencial para ser mais que isso. Por enquanto, em relação a esse filme, eu só sei de uma coisa: que ele tem sido a grande decepção, especialmente em termos de premiação da crítica. Beijos!

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Não sei quel a sua opinião Kamila, mas o melhor diretor é de longe Haneke, mas quando falo de longe, é bem distante mesmo do outro, alías sinto falta da tua opinião nesses comentários do Oscar. Pra mim as cinco direções do ano do que vi, Haneke, Jacques Audiard, Sam Mendes, e claro vou apostar em Quentin e PTA sem mesmo vê-los.

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Kamila,concordo contigo em relação a frescura que a academia tem em não premiar um diretor duas vezes.Nos últimos anos tivemos Oliver Stone(“Platoon”,”Nascido em 4 de Julho”),Milos Forman(“Um Estranho no Ninho” e “Amadeus”) e Steven Spielberg(“A Lista de Schindler” e “O Resgate do Soldado Ryan”).Não me recordo de outro caso nos ultimos anos(dos anos 80 pra cá,já que Forman ganhou sua segunda estatueta nessa década).Perfeito seu comentário. e quer saber se Bigelow e Hooper realizaram um bom trabalho porque não receber esse reconhecimento.Ben Afleck e David Russell já podem encomendar o smoking que serão indicados.Steven Spielberg ganha força com “Lincoln” e entra forte na disputa.Porém tem dois nomes fortes(e poucas vagas em aberto) que é Paul Thomas Anderson e Michael Haneke(um cineasta com uma brilhante carreira e que merecia uma nomeação pelo belo legado).Kamila,só o fato do nome de Sam Mendes ser citado já me deixa feliz porque a carreira dele é uma mostra que o Oscar por “Beleza Americana” não foi sorte de principiante(já declarei meu carinho pelo cinema dele diversas vezes) e dirigiu o melhor “007” da história.Nas últimas semanas meu palpite para vencedor era Ben Afleck.Com os últimos prêmios eu arrisco em Kathryn Bigelow.Bjs.

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Cassiano, ainda não assisti “Amour”, mas não duvido da capacidade do Michael Haneke como diretor e não tenho dúvida que ele fez um excelente trabalho nesse filme, digno de reconhecimento. Dos seus favoritos, acho que PTA é o único que será lembrado nesta categoria.

Paulo, dos nomes que você comenta, acho que somente o Michael Haneke não tem muitas chances de ser indicado. Eu ainda não arrisco em palpite para vencedor nesta categoria. Beijos!

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Coro pelo Haneke!!!!! Direção do ano.

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Pedro, ainda não assisti a “Amour”…

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E Haneke foi indicado (sei lá, acho que Amor papa tudo esse ano, a Academia parece que adorou o filme) e Bigelow e Affleck (snif…) ficaram chupando dedo…

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Pedro, as cinco indicações já são o reconhecimento maior para “Amor”. O filme não deve ir muito além disso. O favoritismo é total e absoluto de “Lincoln”.

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Kamila, concordo com a tua afirmação acima sobre “Les Miserables”. O filme cria o maior hype, entrega um trailer divino, é aplaudido após a sua primeira exibição, mais em termos de premiação ganha mais destaques na áreas técnicas e atuações do que nas principais. Por isso não estou tão confiante numa indicação ao Hooper. Mas também ele foi indicado por apenas um bom trabalho em “O Discurso do Rei”, então nunca se sabe.

Na minha opinião, Bigelow é presença garantida na lista de indicados. O filme está sendo deveras elogiado e até eu que não sou muito fã de “Guerra ao Terror”, sei reconhecer o ótimo trabalho que ela fez como diretora. Spielberg acho que tá garantido também. Já Ang Lee, David O. Russell e Ben Affleck possuem ótimas chances de serem nomeados, embora eu não tenha certeza. E apesar de eu odiar admitir, acho muito difícil Peter Jackson chegar a ser nomeado, de acordo com as críticas “O Hobbit” é um filme decepcionante. Mas não posso fingir surpresa, não sei de onde tiraram a ideia de adaptar um livro de 300 páginas em três filmes…

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Clóvis, o Hooper deve, sim, ser indicado pelo trabalho em “Les Miserábles”. Não tenho dúvida disso. Além dele, Bigelow, Spielberg e Affleck são apostas certas. Fica a briga, então, pela quinta indicação. O David O. Russell, para mim, pula na frente de seus concorrentes.

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