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O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

publicado em:20/12/12 12:32 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Deveria ser justamente o contrário, mas quis o destino que o universo concebido pelo escritor J.R.R. Tolkien, composto pela Terra Média e suas raças fantásticas como os elfos, os anões, os orcs e os hobbits, fosse apresentado ao grande público por meio de uma pequena trilogia chamada “O Senhor dos Anéis” (baseada nos livros publicados entre 1954 e 1955), a qual foi composta pelos filmes “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”. Dirigidos pelo neozlandês Peter Jackson, os longas foram um verdadeiro sucesso de crítica e de público e, em consequência disso, deram o pontapé inicial para a adaptação cinematográfica do livro “O Hobbit”, que foi a introdução do escritor britânico neste universo narrativo mítico, no ano de 1937, e que continua mantendo a sua popularidade até hoje.

Quis o destino também que boa parte da equipe da trilogia “O Senhor dos Anéis” retornasse para o trabalho em “O Hobbit”. Além do diretor e co-roteirista Peter Jackson, temos as roteiristas Fran Walsh e Philippa Boyens; os atores Ian McKellen, Ian Holm, Hugo Weaving, Cate Blanchett, Elijah Wood, Christopher Lee e Andy Serkis (reprisando os papeis que interpretaram na trilogia); o compositor Howard Shore; e o diretor de fotografia Andrew Lesnie. Além disso, eles ganharam um reforço muito importante: a presença do diretor Guillermo del Toro (que, um dia, ambicionou dirigir este projeto), que atua como co-roteirista de “O Hobbit”. Tudo isso é muito importante, pois se trata de pessoas que conhecem bem todo o carisma que esta história possui e que já têm familiaridade com o universo narrativo e com a maneira pela qual ele foi levado para a grande tela.

Na forma como foi imaginada por Peter Jackson, “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” é o primeiro filme de uma trilogia a ser baseada no livro escrito por Tolkien. Nesta introdução, somos convidados a acompanhar a jornada de Bilbo Bolseiro (Martin Freeman, quando mais jovem, e Ian Holm, quando mais velho), que é levado a uma missão – por meio do convite que lhe é feito pelo mago Gandolf (Ian McKellen) – de retomada de posse de Erebor, o reino dos anões, que foi dominado pelo dragão Smaug. O ponto crucial do longa é nos mostrar como Bilbo sai da sua zona de conforto (uma casa com seu amado jardim, seus livros e farta comida) para entrar em contato com o que lhe é desconhecido, de forma a descobrir um lado aventureiro que nem ele mesmo sabia que tinha. De muitas maneiras, a jornada de Bilbo Bolseiro com os treze anões liderados pelo rei Thorin (Richard Armitage) é aquela que viria anteceder os acontecimentos retratados por Tolkien na trilogia “O Senhor dos Anéis” e reside justamente neste fato a importância do relato dessa história.

A decisão de dividir um livro em três filmes foi bastante arriscada por parte de Peter Jackson. “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” tem um ritmo um tanto lento e passagens que são deveras longas (como a que mostra a participação de Gollum e o momento em que Bilbo Bolseiro encontra o anel que muda o destino da Terra Média), que acabam prejudicando – e muito – a obra. Contraditoriamente, ao mesmo tempo, o longa acaba sendo feito desses pequenos momentos que nos relembram que, talvez, o grande momento de “O Hobbit”, no cinema, ainda está por vir. E, em se tratando de uma franquia encabeçada por uma dupla como Peter Jackson e Guillermo del Toro, nunca é bom subestimar as pretensões deles. Portanto, mesmo sendo uma primeira parte bastante irregular, estamos aqui aguardando as cenas dos próximos capítulos.



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Comentários


Mô, Concordo com você, o filme tem um ritmo lento, as passagens realmente são demoradas, acho que, como comentamos, ficou um tanto quanto cansativo. Mas como sempre temos que considerar sua fantástica produção visual, principalmente na cena em que ocorre a briga dos gigantes de pedra.

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, como já tínhamos comentado, o filme fica cansativo mesmo, mas acho que ele é um bom aperitivo para o que vai vir pela frente. Além disso, como você bem mesmo observa, o filme tem uma fantástica produção visual e isso é um reflexo do talento do Peter Jackson como diretor.

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Quero muito assistir, mas não tive tempo. Fazem muitos anos que li o livro, queria reler, mas também não conseguirei. Acho que nao vou lembrar o suficiente para poder analisar muito, mas estou muito animada!

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Também acho que a presença desse pessoal todo foi e vai ser essencial para o sucesso de O Hobbit. Gostei muito do filme e, honestamente, não senti problemas com o ritmo… para mim fluiu bem, inclusive no jogo de advinhas entre Gollum e Bilbo. Aliás, me impressionou muito o trabalho visual com Gollum… evoluiu MUITO desde 2003… as expressões, o movimento do corpo e claro, a interpretação de Andy Serkis.
Hoje em dia não sou um entusiasta de Tolkien, mas o filme me fez lembrar dos bons momentos que passei lendo (e relendo) o livro…

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Esse filme na qualidade 48 quadros por segundo é uma experiência unica no cinema… eu sou suspeito para falar alguma coisa, pois O Senhor dos Aneis é o filme da minha vida, e mesmo tendo mudado algumas coisas do livro, e deixado o filme um pouco cansativo, eu achei O Hobbit fantástico, a cena da fuga dos anões da caverna ficou bem melhor que no livro, e o final quando Bilbo falo o porquê dele continuar na jornada apesar de todos os contratempos e a conversa entre Thorin e Bilbo depois que eles escapam dos wargs, são as duas melhores cenas do filme. O Hobbit para mim foi o melhor filme do ano, junto com Os Vingadores, Batman e As vantagens de ser Invisível.

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Mandy, li a trilogia “O Senhor dos Anéis”, mas não tive a oportunidade de ler “O Hobbit” ainda. Como você já leu o livro, com certeza, a sua compreensão sobre o trabalho de adaptação do Peter Jackson vai ser bem melhor que a minha.

Bruno, concordo com você sobre a essência do que vai levar “O Hobbit” a ser um sucesso. Eu senti problemas com o ritmo, mas acho que isso não é tão ruim assim pro longa, que tem bons momentos.

Pablo, não assisti “O Hobbit” no formato 48fps, pois só estreou aqui uma cópia dublada nesse formato. Imagino que deva ser mesmo uma experiência única no cinema. Não diria que “O Hobbit” é o melhor filme do ano, mas acho que a obra está longe de ser uma decepção. Ela é somente o resultado das escolhas de Peter Jackson.

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Pois é… ainda não assisti. Mas a sua e uma das críticas menos desestabilizadoras em relação ao filme que, no geral, não anda agradando além da base já consolidada de fãs.
bjs

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Estou lendo O HOBBIT e não sei como vão conseguir transformar o livro em três filmes – logo começo a esperar por um pouco de enrolação. Não me decepcionei com o filme porque fui vê-lo sem nenhuma expectativa de que fosse igual a qualquer episódio da trilogia original. É um filme de aventura muito competente, que começa chato mas deslancha e compra o espectador depressa.
Só não entendi pra que tanta firula em torno do nome do diretor. Acho qu esperavam uma produção de altíssimo nível, e muitos se assustaram com o excesso de responsabilidade. Fato é que Jackson entrega um filme muito bom, mas longe de se tornar tão relevante quanto os anteriores.
Beijos.

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Reinaldo, tente assistir para a gente poder ler sua opinião sobre “O Hobbit” no Claquete Cultural. Beijos!

Weiner, não li o livro, como disse, mas acho que a adaptação deve ser o resultado direto das escolhas feitas pelo Peter Jackson. Não acho que o filme enrola, mas que estica determinadas situações, algumas vezes, sem necessidade. Eu também assisti ao filme sem qualquer expectativa e concordo que acaba sendo uma aventura competente. Só acho que a trama não deslancha. A sensação que eu tive foi a de que, quando o filme estava ficando bom, ele terminou. Se “O Hobbit” conquista o espectador é por causa do carisma natural da história. Concordo com seu comentário final: este é um bom filme, mas que fica longe de se tornar relevante. Beijos!

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Tentando deixar meu lado fanático de lado, embora saiba que não conseguirei, é um filme MARAVILHOSO! E superou minhas expectativas. Se as cenas, para alguns, foram demoradas, para mim foram muito rápidas.Três horas depois de filme e eu queria mais! O segredo da obra está justamente em detalhar tudo, para que a trilogia fique coerente, sem contar que, como se trata de uma adaptação de um livro todo cuidado com os detalhes se torna pouco. Enfim, “The Hobbit” foi uma das mais, se não a melhor, estreia do ano que está acabando. Esperemos agora por: The Hobbit : a desolação de Smaug, em dezembro de 2013!!

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Transformar um livro com uma aventura tão simples em três, acaba mesmo espichando demais a narrativa. Mas, gosto do resultado, principalmente pela atuação de Martin Freeman, ele está incrível como Bilbo e sua cena com Gollum é a melhor do filme.

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Quero pensar que esse filme é apenas o pontapé inicial de uma trilogia que vai nos surpreender nos próximos capítulos. Porque, a julgar por “Uma Jornada Inesperada”, “O Hobbit” ficou bem aquém do que prometia!

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por mais uma, eu discordo um pouco de você, pois não acho que “O Hobbit” seja uma das melhores estreias do ano, mas entendo seu entusiasmo com o filme. Acho que o excesso de detalhes em algumas das cenas prejudica, sim, o filme, mas, ao mesmo tempo, concordo com você que isso demonstra todo o cuidado do Peter Jackson com esse material.

Amanda, exatamente. Eu achei o resultado bom e concordo que a cena com Gollum é a melhor do filme.

Matheus, eu prefiro pensar da mesma forma que você também, vide o que escrevi no meu último parágrafo sobre o filme.

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Olá Kamila, por causa da correria de fim de ano ainda não consegui assisti-lo no cinema. Vou tentar vê-lo, se ele ainda estiver em cartaz, daqui a duas semana. Eu já imaginava que ele não fosse consegui alcançar o mesmo nível de qualidade da trilogia de “O Senhor dos Anéis”, mas ainda assim eu quero vê-lo, e isto se deve em parte à tecnologia que ele explora, que ainda é uma novidade. Imagino como deve ser o visual na Terra Média com o realismo proporcionado pelos 48 frames por segundo.

http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2012/12/007-cassino-royale-quantum-of-solace.html

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Kamila, sempre acompanho o seu blog apenas como observador. Participar um pouco das discussões!

Para os nãos aficionados na Terra Média, algumas cenas se alongaram mais do que o necessário e um corte de 20 minutos deixaria o filme mais atrativo. Para os fãs, qualquer detalhe a mais e prolongamento de cena é sempre bem-vindo. Fazendo um paralelo com “A Sociedade do Anel”, a sensação de um filme mais parado com um término em aberto é a mesma que ocorreu 11 anos atrás. Pessoalmente achava um filme menor comparado aos outros, mas assistindo a trilogia em sequência o filme fica maior e melhor. Acredito que o mesmo ocorra para a primeira parte do Hobbit. No mais, gostei bastante do filme. O problema é esperar mais 1 ano!

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Engraçado que O Hobbit causava muita ansiedade em mim, desde que foi anunciado. O filme já estreou há pelo menos duas semanas, e no momento não se encontra NEM entre as minhas prioridades para conferir (ao contrário de As Aventuras de Pi e No, por exemplo). Ainda assim, acho que, por ser fã do universo Tolkien, devo gostar bem mais do muita gente por aí.

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José Bruno, não assisti a esse filme na cópia em 48fps, pois a cópia que veio aqui na minha cidade, nesse formato, foi dublada. Fica para um próximo filme!

Rafael, gostei do paralelo que você fez entre “O Hobbit” e “A Sociedade do Anel”. Como disse em meu texto, apesar de achar que Peter Jackson alongou demais certas passagens da trama, acredito que o melhor ainda está por vir. Espero que eu esteja certa. Veremos em um ano!

Adecio, eu nunca tive ansiedade em relação a esse filme, pra ser bem sincera. Mas, se você gosta do universo Tolkien, e leu este livro, acho que é bem capaz de você realmente apreciar este filme mais do que muita gente por aí.

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