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Batman Begins

publicado em:1/05/13 11:08 PM por: Kamila Azevedo Filmes

No início dos anos 90, com uma atmosfera fantasiosa típica do diretor Tim Burton, o filme “Batman” colocou no mapa novamente as adaptações baseadas nos heróis dos quadrinhos e, consequentemente, a DC Comics (editora por trás das histórias do Homem-Morcego) na hegemonia do setor. No entanto, a empresa não soube aproveitar a franquia que tinha nas mãos e uma série de decisões equivocadas – relacionadas à contratação do elenco e à escolha do exagerado Joel Schumacher para a direção – enterrou a série do Cavaleiro das Trevas.

Eis que, no início dos anos 2000, os diretores Sam Raimi e Bryan Singer inovam com “Homem-Aranha” e “X-Men”, respectivamente, e a Marvel Comics se torna a rainha do segmento. A DC Comics viu, através do sucesso dos filmes de sua concorrente, a oportunidade para trazer de volta um de seus grandes heróis (o outro é ninguém menos do que o Superman). Para executar a difícil tarefa foi chamado o diretor Christopher Nolan (de “Amnésia” e “Insônia”), que, na época, era um dos nomes mais promissores de Hollywood. Nolan trouxe consigo, por sua vez, o roteirista David S. Goyer, e o ator galês Christian Bale para vestir a fantasia do personagem título.

O resultado do trabalho deles (que é excelente, por sinal) pode ser conferido em “Batman Begins”. O filme retoma o início da saga de Bruce Wayne sem ser um prequel das histórias que assistimos nos filmes dirigidos por Tim Burton e Joel Schumacher. Christopher Nolan e David Goyer, que escreveram juntos o roteiro, organizaram muito bem a história que gostariam de contar. Nela, Bruce Wayne, um jovem bilionário, é um homem atormentado pela culpa que sente em relação ao assassinato dos seus pais (ocorrido depois dos três serem assaltados); um homem amedrontado, que quer combater a injustiça, mas não sabe como. É essa busca de Wayne por reencontrar um sentido para a sua vida que ocupa a primeira hora de “Batman Begins”.

Quando Bruce Wayne já está vestindo a fantasia de Batman e combatendo o crime na sua cidade natal, a corrompida Gotham, “Batman Begins” entra na sua segunda – e final – hora. Entretanto, não pense que os conflitos de Bruce Wayne terminaram. Agora, além do medo, o jovem bilionário playboy tem que lidar com o dilema que aflige a maioria dos grandes super-heróis (que – não custa nada lembrar – são pessoas que se dividem entre o seu disfarce diário e a sua persona pública): aquele que está relacionado ao amor. Bruce não sabe como ser Batman e ainda assim se entregar à amiga de infância Rachel Dawes (Katie Holmes), uma dedicada assistente da promotoria – e uma das poucas pessoas honestas de Gotham ao lado do futuro comissário Gordon (Gary Oldman).

“Batman Begins” foi o momento de ressurgimento da DC Comics e, com esse trabalho, podemos dizer que eles seguiram direitinho a cartilha da Marvel Comics, a editora rival. Convidaram um diretor competente e deram liberdade de criação ao mesmo, levaram às telas um roteiro que não menospreza a inteligência da platéia e que prioriza o herói ao invés dos vilões, contrataram um elenco de peso (além de Bale, Holmes e Oldman aparecem na tela atores como Liam Neeson, Ken Watanabe, Rutger Hauer, Michael Caine, Linus Roache, Cillian Murphy e Morgan Freeman) e, finalmente, deixaram uma porta abertíssima para uma eventual continuação (na realidade, uma trilogia, completada por “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge“). A diferença é que “Batman Begins” ignora tudo o que foi feito previamente na franquia e inicia um novo capítulo na história do Homem-Morcego. Não é sempre que o cinema dá uma segunda chance para uma franquia se redimir e Christopher Nolan aproveitou-a muito bem.



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Comentários


Foi mesmo um ótimo recomeço, ainda que eu goste dos filmes de Tim Burton. Acho que Batman ganhou um status a mais com a trilogia Nolan. Não apenas um filme de super herói, mas um drama denso que mudou muita coisa no gênero.

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Os dois de filmes Burton tem o seu valor, o primeiro como diversão e o segundo um pouco mais dark.

O trilogia de Nolan é incontestável, cinema de primeira qualidade.

Até mais

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Amanda, eu também gosto dos filmes do Tim Burton, mas acho que a reinvenção era necessária, até por causa do tipo de história imaginada pelo Christopher Nolan. Concordo que Batman ganhou um status a mais com Nolan. Foi uma obra divisora de águas no gênero, sem dúvida alguma.

Hugo, sim, os filmes do Burton possuem o seu valor e eu gosto deles. Mas, a trilogia do Nolan é incontestável.

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