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O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

publicado em:7/05/14 12:59 AM por: Kamila Azevedo Cinema

O reinício da franquia do “Homem-Aranha”, como imaginado pelo diretor Marc Webb, passa muito pela tentativa de responder ao seguinte questionamento: “quem sou eu?”. Foi isso que norteou a trama de “O Espetacular Homem-Aranha”; e, de uma certa maneira, é esse questionamento que continua movendo Peter Parker (Andrew Garfield) durante a sequência “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, também dirigida por Marc Webb.

Em adição a essa grande pergunta, por trás de Peter Parker existe uma outra motivação muito importante: o medo. Pela sua história de vida; pelo histórico de perdas que ele sofreu (os pais e o tio Ben); pelo sofrimento que ele causou àquela que ele mais ama, Gwen Stacy (Emma Stone), a partir do momento em que ela perdeu o pai (Denis Leary); vemos uma personagem central completamente consciente de suas ações e dos efeitos que elas possuem: “todos os dias, eu acordo sabendo que, não importa quantas vidas eu proteja, não importa quantas pessoas me chamem de heroi, algo mais poderoso pode mudar tudo”.

O roteiro de “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, escrito por Alex Kurtzman, Roberto Orci e Jeff Pinkner, retrata um momento de ruptura e de mudanças profundas para Peter Parker – talvez, transformações mais fortes do que a que ele sofreu a partir do instante em que foi picado pela aranha geneticamente modificada que alterou todo o curso de sua vida. Nas muitas perguntas que o roteiro lança, no decorrer dos 142 minutos de filme, vemos Peter analisar, não só o seu relacionamento com Gwen, como os acontecimentos que levaram à morte de seus pais (Campbell Scott e Embeth Davidtz), o seu papel como Homem-Aranha para a cidade de Nova York e as responsabilidades que advêm de manter escondido um segredo, bem como a busca pela verdade – que são as questões cruciais que rodeiam um herói tão humano como Peter Parker.

Além disso, de forma a justificar o status de protetor oficial da cidade de Nova York contra os vilões que ameaçam a cidade, “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” coloca a personagem central contra duas forças da maldade muito poderosas: Max Dillon/Electro (Jamie Foxx) e o ex-melhor amigo de Peter, Harry Osborn/Duende Verde (Dane DeHaan, o jovem ator novo queridinho de Hollywood). Os dois vilões possuem muito em comum com Peter Parker. Enquanto o primeiro vivia uma existência à margem da sociedade, excluído como Peter Parker era e que vive em busca de algo que o faça se destacar perante os demais; Harry vive uma busca particular por algo que o salvasse e, para isso, tenta contar com a lealdade do seu amigo.

Uma pena que dois vilões tão ricos, do ponto de vista dramático, tenham sido relegados a um ato final em que tudo acontece ao mesmo tempo agora. Como o roteiro lança muitas perguntas as quais ficam sem respostas satisfatórias, “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” acaba sendo um filme que continua a tentativa de Marc Webb de redefinir esse personagem, adotando um caminho mais fiel ao Peter Parker das histórias em quadrinhos (notem a sua personalidade sarcástica e quase tiradora de onda com os cidadãos nova iorquinos e os vilões que ele enfrenta), mas que, de uma certa maneira, decepciona por não fazer uma evolução grande ao que assistimos no primeiro filme. Uma pena também que a cena que deveria ser o ápice emocional de “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” fique perdida em meio à tanta correria. Não temos tempo de vivenciar a emoção do momento e só ficamos com a certeza de que a trajetória de Peter Parker, ao contrário do que Sam Raimi nos fez acreditar, na sua trilogia original, é um caminho tortuoso, repleto de sombras, em que o personagem tem que se doar mais e se sacrificar mais em prol de um bem muito maior.



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Jornalista e Publicitária


Comentários


Continuo achando essa franquia bem “o inferno está cheio de boas intenções”. Acho que sua leitura do filme até melhora a experiência, mas ainda que note alguma evolução neste segundo filme, continuo achando tudo muito mediano.
Bjs

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Apesar do visual cartunesco, a trilha-sonora e algumas atuações terem me agradado bastaste, acho que “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” consegue ser tão fraco quanto o primeiro filme, o que é uma pena, já que o Homem-Aranha é um dos personagens mais legais da Marvel.

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Ariel, discordo que o primeiro filme tenha sido fraco. Achei um bom filme. Essa continuação que não me agradou muito.

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Kamila,

Após um mês de abril difícil, eu estou de volta, como você notou.

Enfim, sabes que esse filme não me agradou. Detonei mesmo, afinal a Sony levou o meu dinheiro e me deixou longe do meu filho em pleno feriadão por algumas horas.

Beijos!

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Otavio, sim, percebi que esse filme não lhe agradou. Mas, acho que sua reação foi um pouco exagerada. “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” não é um filme ruim. É somente mediano… Poderia ser muito melhor, eu concordo!

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Pois é, o filme ficou no meio do caminho, com vários problemas e não empolga. Vi alguns comentários que adoraram o filme, o que me chegou a querer revê-lo para ver se eu estava de má vontade, mas concordo com você, um filme mais ou menos que poderia ser muito mais.

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Amanda, eu esperava muito desse filme, já que gostei muito do primeiro filme. E foi uma pena sair do cinema sentindo que ficou faltando algo. O último ato, pra mim, é um grande erro. Tudo é muito corrido e a gente não se permite vivenciar a grande emoção que acontece nele.

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Lendo o teu texto podemos perceber vários pontos positivos no filme, como esse lado irônico do Homem Aranha. Eu fui totalmente contra um remake tão cedo, mas acabei gostando do primeiro filme. Apesar da crítica ter quase massacrado este, ainda tenho algumas expectativas!

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Bruno, também acho que o remake de “Homem-Aranha” veio muito cedo, mas eu gosto muito da versão do personagem de acordo com Marc Webb. Uma dica: assista a esse filme SEM expectativas.

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Gostei bastante do primeiro filme, mas as críticas a esse segundo filme não são nada animadoras. Mas tenho vontade de conferir nem que seja por Andrew Garfield e Emma Stone, os dois possuem uma excelente química juntos!

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Kamila, não gosto do primeiro filme, mas acho que essa continuação conseguiu amenizar vários dos meus problemas com a franquia. Ainda assim, como filme isolado, acho que esse “A Ameaça de Electro” sofre com um roteiro abarrotado demais, em especial com o excesso de vilões. Ao meu ver, isso prejudica por completo o filme do Marc Webb!

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