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Caminhos da Floresta

publicado em:25/02/15 9:20 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Baseado em um aclamado musical da Broadway vencedor de vários prêmios Tony, “Caminhos da Floresta” chega aos cinemas por meio de uma adaptação cinematográfica dirigida por um verdadeiro especialista no gênero: Rob Marshall. A história por trás da obra foi inspirada por uma série de contos de fadas escritos pelos Irmãos Grimm, que estão unidos por uma jornada vivida por um casal formado por um padeiro (James Corden) e sua esposa (Emily Blunt).

“Caminhos da Floresta”, na realidade, parte de um ponto de vista muito interessante. Sejamos nós personagens ou não saídos de um mundo fantástico, todos temos os nossos desejos e aspirações mais íntimas. Porém, na maioria das vezes, nós não nos atentamos para o fato de que as nossas escolhas implicam em consequências que, dificilmente, estamos prontos para enfrentar. Tomemos como exemplo os personagens deste filme.

O padeiro e sua esposa desejam, mais do que tudo, formar uma família. A bruxa (Meryl Streep, indicada ao Oscar 2015 de Melhor Atriz Coadjuvante) que jogou uma maldição neles quer a sua beleza e juventude de volta. Cinderela (Anna Kendrick) tem um simples desejo: largar por uma noite a vida de exploração que leva e se divertir no festival promovido pelo rei. João (Daniel Huttlestone), antes de ganhar os feijões mágicos que mudam sua existência, deseja que a vaca que sua família possui produza leite para que eles tenham o alimento para sobreviver. Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford) deseja levar um pouco de pão para a sua avó.

Entretanto, ao expressarem os seus desejos, nenhum deles pensa, por um segundo, no que implicaria o alcance de cada uma dessas coisas. É aí que entra a floresta a que o título do filme se refere. Ao adentrarem na misteriosa e densa mata que rodeia a localidade onde eles estão inseridos, todos esses personagens enfrentam um mundo misterioso e incerto, que produzirá neles as transformações mais profundas.

Indicado a 3 Oscars 2015, o trabalho de Rob Marshall em “Caminhos da Floresta” tem alguns pontos positivos, como a atmosfera criada em torno do local, que realmente nos faz crer que, ao enfrentarem seus maiores medos, todos aqueles personagens serão merecedores do que de bom lhes acontecer. Entretanto, o filme perde a mão por ter um roteiro um tanto inconsistente. Por mais que a trama realmente tenha uma coesão, existem storylines completamente desnecessárias para o andamento da obra, como a que envolve Rapunzel, por exemplo. Por isso, em muitos momentos, a sensação que se tem é a de que “Caminhos da Floresta” se estende além do necessário.

Indicações ao Oscar 2015
Melhor Atriz Coadjuvante – Meryl Streep
Melhor Direção de Arte – Dennis Gassner e Anna Pinnock
Melhor Figurino – Colleen Atwood



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Jornalista e Publicitária


Comentários


Estou esperando esse filme estrear amanhã na minha cidade.Não assisti “Selma”,”O Jogo da Imitação”,”Vicio Inerente”,”Livre”,”Ida” e “Caminhos da Floresta”.

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Além da questão da responsabilidade dos nossos desejos, acho que o filme tem a questão dos contos de fadas serem apenas uma história floreada de uma realidade, por isso, a parte final acaba sendo importante. Mas, no geral, não é um filme tão coeso mesmo e não empolga tanto quanto outros musicais. Fui sendo conquista durante a projeção, mas acredito que não seja daqueles que fiquem na minha estante.

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Kahlil, concordo. Acho que a maneira como a história foi concluída não é condizente com o que assistimos durante o filme inteiro.

Paulo, para mim, ainda falta assistir a muitos filmes do Oscar. Estrearam aqui, nesta semana, “A Teoria de Tudo” e “Birdman” e pretendo assistir aos dois.

Amanda, sim, de uma certa maneira, seu raciocínio está correto, mas acho que o ato final deste filme não é condizente com o que assistimos durante toda a história. Não me empolguei durante o filme e nem fui sendo conquistada pela obra. Uma pena, pois adoro musicais.

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Ressuscitando sem inovar e sem racionalizar as fábulas, que por muitos anos nos encantaram, Caminhos da Floresta só ratifica Rob Marshall como um diretor que todos ainda equivocadamente persistem em dar-lhe confiança, mesmo com os seus atributos cada vez mais em baixa e transparecendo cada vez mais suas limitações e seus defeitos. No que o universo infantil cinematográfico é um produto para crianças, jovens, adultos e idosos, o filme acaba sendo um prato cheio para afugentar todas as idades.

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Brenno, acho que você foi um pouco duro com o Rob Marshall. Ele é um diretor de talento e a parte visual de seus filmes corrobora isso. O problema desse e das suas obras pós-Chicago é que todas possuem roteiros fracos. E, sem uma boa história, um diretor – não importa o talento que ele tenha – não faz um bom filme.

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