Resenha Crítica: “Meninas Malvadas”
“Meninas Malvadas” possui aquela sacada original, pontuada por um senso de humor fino e que beira à ironia, algumas vezes; bem ao estilo do “Saturday Night Live”. As influências não param por aí: Lorne Michaels, o produtor do programa, é quem produz o filme; e, além da roteirista Tina Fey, outros comediantes do humorístico dão as caras no elenco como Tim Meadows e Ana Gasteyer. No entanto, a grande estrela do filme é a atriz Lindsay Lohan, que interpreta Cady Heron, garota que vivia com a família na África. Por incrível que pareça, Cady nunca havia ido à escola e só havia tido aulas em casa. Quando sua família retorna para os Estados Unidos, ela é matriculada pela primeira vez na vida em um colégio. No seu primeiro dia de aula, tal qual um animal que retorna ao seu habitat natural, ela se sente meio perdida, mas contará com a ajuda de dois guias para conhecer o complexo funcionamento da estrutura do colegial.
Um elemento constante em “Meninas Malvadas” é a analogia do ambiente escolar com uma selva. Os dois ambientes possuem tribos, costumes e valores distintos; não convivem pacificamente e possuem uma estranha forma de interação que envolve a indiscriminada absorção de valores de um grupo para o outro. Cady entra nesta história como uma espécie de artigo exótico, do tipo que todos querem conhecer. Ela guarda uma certa aura de inocência e será usada (inicialmente) para destrinchar e desbancar uma das tribos, a das Plastics ou Patricinhas (interpretadas por Rachel McAdams e por Lacey Chabert da extinta série “Party of Five”), aquelas meninas que adoramos odiar e que adoram nos odiar.
O mundo que Cady conhecerá (o colegial) possui uma selvageria que não se compara à que ela vivenciou na selva africana. E Cady irá sofrer bastante até que ela encontre uma maneira de viver entre tantas tramas e personalidades diferentes. Assim como em “Sexta-Feira Muito Louca”, também um filme do diretor Mark Waters, “Meninas Malvadas” depende – e muito – de sua atriz principal. Lindsay Lohan, naquela que foi a fase áurea de sua carreira, corresponde às expectativas ao interpretar com competência todas as nuances pela qual Cady passa na sua introdução ao mundo escolar.
Quem já passou pela fase do colegial, sabe que essa fase é uma daquelas bem amargas. Para uns, este foi um momento triste; para outros, um momento alegre. No caso de Cady, a protagonista de “Meninas Malvadas”, esta será uma fase que misturará ambos os lados. E acompanhar as experiências de Cady nos dois momentos é o que faz de “Meninas Malvadas” ser uma diversão daquelas. O roteiro de Tina exorciza as nossas experiências, ao mostrar, através de Cady, que não devemos levar tudo tão a sério. Pelo contrário, devemos aproveitar o momento e, principalmente, respeitar as diferenças (o que não nos impede de criticar, de uma maneira positiva, os outros).
Esse é um filme muito subestimado, eu particularmente racho o bico com esse filme, vários situações hilárias, o roteiro é bem original e as meninas estão incríveis, Rachel McAdams está fantástica – isso sim é vilã.
Christoffer, não acho que seja um filme subestimado, uma vez que obteve muito reconhecimento. Eu, particularmente, adoro! Também adoro a vilã de Rachel McAdams.