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Cake: Uma Razão para Viver

publicado em:22/08/15 1:21 AM por: Kamila Azevedo Filmes

Durante boa parte de Cake: Uma Razão para Viver, filme de Daniel Barnz, Claire Bennett (Jennifer Aniston, em uma performance indicada ao Globo de Ouro 2015 de Melhor Atriz em um Filme Dramático) será um mistério para nós. Você sabe que ela se separou do marido (Chris Messina); que tem em Silvana (Adriana Barraza, numa excelente atuação), sua empregada doméstica/cuidadora, uma pessoa totalmente devotada a ela; que ela frequenta um grupo de apoio a pacientes com fibromialgia; que ela não faz o mínimo esforço para melhorar as dores que sente; que ela tem um problema com álcool e drogas prescritas; que ela se dedica a relacionamentos superficiais com diversas pessoas que fazem parte de sua rotina; que ela não está interessada em cativar as pessoas que a cercam; e, principalmente, que ela possui cicatrizes misteriosas em seu rosto.

Ao que tudo indica, as cicatrizes não são só externas. São, especialmente, internas. Existe algo em Claire que a magoa profundamente, que a faz não querer encarar o mundo, que a faz ter medo de reagir novamente à vida em si. Por isso mesmo que é tão interessante ver a forma quase obsessiva como ela encara o suicídio de Nina (Anna Kendrick), sua colega no grupo de apoio. A princípio, você irá duvidar das intenções dela ao querer se aproximar do viúvo da colega (Sam Worthington) e do filho pequeno deles, mas, na medida em que Claire se desnuda para a gente, tudo passa a fazer sentido.

É justamente essa característica de mistério em torno de Claire que é parte do charme de Cake: Uma Razão para Viver. A personagem interpretada por Jennifer Aniston é apresentada em camadas para a plateia, e na medida em que a trama irá avançando vamos conhecendo ela e a sua bagagem emocional. Neste sentido, a grande força do filme vem justamente da bonita performance de Jennifer Aniston, que, assim como visto em Por um Sentido na Vida, filme dirigido por Miguel Arteta, se limpa de qualquer vaidade e nos mostra toda a vulnerabilidade de uma mulher que busca se reencontrar.

Da mesma maneira, a direção de Daniel Barnz entende que Claire tem o seu tempo próprio, para compreender o que acontece com ela mesma e para retratar o momento de transformação dela, em que ela, finalmente, consegue ter a coragem para encarar tudo aquilo que ela evitava. E quando isso acontece, no momento final de Cake: Uma Razão para Viver, é por meio de uma cena muito bonita, conduzida com muita sensibilidade pelo diretor e que nos mostra que não precisamos de um motivo para viver, e sim que todos temos o direito a uma segunda chance e a recomeçar.

Cake: Uma Razão para Viver (Cake, 2014)
Direção: Daniel Barnz
Roteiro: Patrick Tobin
Elenco: Jennifer Aniston, Adriana Barraza, Anna Kendrick, Sam Worthington, Mamie Gummer, Felicity Huffman, William H. Macy, Chris Messina, Lucy Punch, Britt Robertson



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Jornalista e Publicitária


Comentários


Essa apresentação progressiva dela e seu passado é mesmo o grande charme do filme, há poesia ali, ainda que ache que tudo poderia ser melhor explorado.

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Achei o filme uma obra de estudo humano, no sentido de mostrar como uma pessoa tenta lidar com cicatrizes físicas e sentimentais, mesmo que não seja um filme memorável. Mas Aniston e Barraza estão ótimas. 😉

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É um bom filme, com uma trama que pode até ser meio clichê, mas gostei, especialmente, do desenvolvimento da Claire. Aniston e Barraza estão ótimas, mas achei a Anna Kendrick mal escalada.

Nota: 6,0

Obs: Adorei o visual do site!

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Clóvis, a Anna Kendrick tem uma participação pequena, mas a sua personagem é importante para a transformação que vemos em Claire. O ponto alto do filme para mim foi a interação entre Aniston e Barraza, ambas excelentes. E obrigada! 🙂

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