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Resenha Crítica: “Fome de Poder”

publicado em:7/09/17 9:24 PM por: Kamila Azevedo Filmes

Maior rede mundial de restaurantes de fast food, a McDonald’s serve cerca de 68 milhões de clientes por dia, em 119 países, por meio de 35 mil pontos de venda. A história por trás da rede começou nos Estados Unidos, numa pequena lanchonete na cidade de San Bernardino (Califórnia), de propriedade dos irmãos Dick (Nick Offerman) e Mac McDonald (John Carroll Lynch). Ali, eles criaram uma técnica que viria a revolucionar o atendimento aos clientes: o sistema Speedee, que entregava o lanche pedido em 30 segundos. Além disso, eles ainda inovaram ao acabar com o sistema drive-in que imperava nas lanchonetes da época, com um sistema em que o cliente podia comer seu lanche em qualquer lugar, por meio de embalagens totalmente descartáveis.

É inegável que os irmãos McDonald’s tinham uma visão inovadora para os negócios, mas faltava a eles uma qualidade que é típica aos homens de negócios que são bem-sucedidos: a ambição e o apetite voraz para encontrar novas oportunidades, crescer e fazer MUITO dinheiro. É aí que entra a figura de Ray Kroc, empresário que entrou em contato com a lanchonete dos irmãos McDonald’s, em 1954, comprou os direitos de franquia da rede e transformou o pequeno comércio dos irmãos na rede milionária que ela é atualmente.

O filme Fome de Poder, dirigido por John Lee Hancock, baseia-se justamente nesta história. Centrado na figura de Kroc (Michael Keaton, numa excelente atuação), o longa nos mostra um verdadeiro case de sucesso. Entretanto, assim como outras obras que nos retratam os bastidores por trás de grandes empresas (como A Rede Social, de David Fincher), Fome de Poder nos mostra que, quem se dedica ao mundo dos negócios e quer crescer, em algum momento de sua trajetória, encarará decisões questionáveis do ponto de vista moral e ético – e é isso que separa, justamente, os Dick e Mac McDonald dos Ray Kroc da vida.

Sem dúvida, Ray Kroc foi um homem visionário. Ele soube, com muita persistência, superar um contrato que não lhe trazia nenhuma vantagem ou lucro; encontrou – com a ajuda de pessoas que entraram em seu caminho – alternativas para poder transformar a McDonald’s num negócio que fosse lucrativo para ele; sendo uma prova viva do mantra que ele evoca em um determinado momento de Fome de Poder: “a persistência e a determinação sozinhas são totalmente poderosas”.

Fome de Poder (The Founder, 2016)
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: Robert D. Siegel
Elenco: Michael Keaton, Nick Offerman, John Carroll Lynch, Linda Cardellini, B.J. Novak, Laura Dern, Justin Randell Brooke, Patrick Wilson

Avaliação/Nota

Nota
9.0

Média Geral



A última modificação foi feita em:novembro 23rd, 2017 as 12:11 am


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Jornalista e Publicitária


Comentários


Esse filme é bom e amedrontador em um sentido ético. O sujeito tomou uma idéia dos sócios e a esposa de outro homem.

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Junio, sim! Ray Kroc tinha uma postura muito antiética… Mas, pelo menos, no futuro, ele soube retribuir um pouco daquilo que conquistou por meio do fantástico trabalho filantrópico que ele e a esposa Joan fizeram em prol de algumas instituições. Inclusive, boa parte da fortuna deles foi doada para a caridade.

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Eu esperava mais do filme, mas não deixa de ser interessante ver a trajetória de Ray Kroc e da rede. E sim, é assustador como ele foi anti-ético, o pior para mim foi quando ele abre uma Mc na frente da Grande M .

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Amanda, ele foi extremamente anti-ético na sua trajetória e cruel com aqueles que venderam a sua ideia para ele. Também achei essa parte a pior e isso era totalmente desnecessário.

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Justificar a falta de ética dele com um trabalho filantrópico no futuro é um tanto bizarro, uma boa ação não apaga um toda uma historia .

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Monica, Roy foi extremamente antiético na sua jornada como empreendedor da McDonald’s. Acho louvável o trabalho que a empresa faz em prol das crianças com câncer.

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