Resenha Crítica: “Blade Runner 2049”
A trama de Blade Runner 2049, filme dirigido por Denis Villeneuve, se passa trinta anos após os acontecimentos retratados em Blade Runner: O Caçador de Androides, filme de Ridley Scott. Ao contrário do que foi visto no primeiro filme, quando os replicantes eram vistos como uma ameaça ao ser humano e receberam a pena de morte, após serem considerados ilegais na Terra; na continuação, os replicantes voltaram a conviver pacificamente com os humanos, na medida em que foi desenvolvida uma nova espécie mais obediente aos desejos do homem. Apesar disso, a pena de morte que foi aplicada aos replicantes mais evoluídos continua valendo.
O oficial K (Ryan Gosling) – que é um dos replicantes obedientes – começa Blade Runner 2049 com a missão de eliminar um membro de sua própria espécie. Na medida em que ele vai investigando a fundo a cena do crime, um segredo ameaça ser revelado, o que o obriga a ir em busca de Rick Deckard (Harrison Ford), que andava desaparecido há 30 anos.
O que chama a atenção em Blade Runner 2049 é a maneira como a Terra é retratada. Quase como um planeta inóspito, que evoluiu em termos da tecnologia, mas que, ao mesmo tempo, mantém intactas certas ilhas como a Deckard ocupa e que nos mostram, num lampejo, um pouco do que o nosso habitat já foi.
Da mesma forma, o filme apresenta uma visão bem interessante sobre o oficial K. Por mais que não o conheçamos profundamente, as motivações dele ao ir em busca de Deckard, além de pessoais, são fundamentais para que o roteiro escrito por Hampton Fancher e Michael Green desenvolva certas subtramas que encontram eco justamente no clássico que é o primeiro filme dessa série (mesmo que algumas delas sejam muito mal aproveitadas).
Blade Runner 2049 é mais um acerto na filmografia do diretor canadense Denis Villeneuve. O filme tem características estéticas muito marcantes, com destaque para a direção de fotografia de Roger Deakins (com a mistura de cores estouradas e cores mais frias, dependendo dos ambientes em que as cenas acontecem), a trilha sonora de Benjamin Wallfisch e Hans Zimmer, bem como o trabalho desenvolvido pela equipe de som e de efeitos visuais. Sem dúvida, uma continuação que não passa vergonha, quando comparada à obra original.
Blade Runner 2049 (Blade Runner 2049, 2017)
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Hampton Fancher e Michael Green (com base na história de Hampton Fancher e no livro escrito por Philip K. Dick)
Elenco: Ryan Gosling, Dave Bautista, Robin Wright, Edward James Olmos, Jared Leto, Sylvia Hoeks, Mackenzie Davis, Harrison Ford
Avaliação/Nota
Média Geral
A forma como o filme mantém o visual do primeiro Blade Runner e expande o universo é sensacional.
Ramon, exatamente!
Concordo, Kamila, não faz vergonha ao original e só isso já é ótimo diante de alguns remakes ou continuações que vemos por aí, rs. Acabou me surpreendendo positivamente.
Amanda, exatamente! Também me surpreendi!