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Chacrinha: O Velho Guerreiro | Resenha Crítica

publicado em:30/11/18 1:51 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Quem acompanhou de perto o auge dos programas de auditório, nas décadas de 70 e 80, com certeza se lembrará dos seguintes versos: “Abelardo Barbosa, está com tudo e não está prosa. Menino levado da breca. Chacrinha faz chacrinha, na buzina e discoteca”. Essa música era tema do “Cassino do Chacrinha”, que ia ao ar nas tardes de sábado, na Rede Globo. Um programa para toda a família brasileira, com muita música, concursos e diversão.

O filme Chacrinha: O Velho Guerreiro, dirigido por Andrucha Waddington, tem como propósito fazer o relato da vida de José Abelardo Barbosa de Medeiros, que, nos anos 50, decidiu largar a faculdade de Medicina para tentar a sorte no Rio de Janeiro, como locutor de rádio. Foi no seu primeiro programa, pelo qual ele não recebia qualquer salário, que nasceu o personagem pelo qual ele se tornaria célebre: Chacrinha, que, no português informal, é um termo que significa uma roda de pessoas a conversar informalmente.

Neste sentido, desde o início de sua carreira, Chacrinha foi um verdadeiro fenômeno de comunicação. Sua ascensão foi rápida e, logo, ele estava na rádio Tamoio, de onde partiria para a televisão – meio que, na década de 50, estava em crescimento no país. Foi na televisão que Chacrinha estabeleceu sua marca como comunicador, falando a língua do povo, abrindo espaço para pessoas comuns e criando um padrão que seria emulado por outros animadores de auditório como Silvio Santos, Bolinha, Faustão, dentre outros.

A importância de Chacrinha: O Velho Guerreiro é a de contar a história de Abelardo Barbosa para um público mais jovem que não tem consciência da importância que ele teve para a comunicação brasileira. Apesar de alguns acontecimentos da história de Chacrinha terem sido modificados, provavelmente, por propósitos dramáticos, o filme é bem consistente e se apoia, com sucesso, nas ótimas atuações de Eduardo Sterblitch e de Stepan Nercessian como o protagonista, nas duas fases de sua vida.

Chacrinha: O Velho Guerreiro (2018)
Direção: Andrucha Waddington
Roteiro: Cláudio Paiva (com a colaboração de Carla Faour e Julia Spadaccini)
Elenco: Marcelo Serrado, Laila Garin, Stepan Nercessian, Carla Ribas, Eduardo Sterblitch, Gianne Albertoni, Antônio Grassi

Avaliação/Nota

Nota
6.5

Média Geral



Post Tags

Jornalista e Publicitária


Comentários


Minha querida você apresentou uma visão um pouco distorcida do velho guerreiro. As décadas de 70 e 80 já foram as últimas décadas da carreira dele. Já perto de sua morte. (Ele morreu em 1988). Chacrinha começou na década de 50 do século passado. E o auge de sua carreira, ao contrário do que você falou não foi nesssa redezinha porcaria de televisão. Ele chegou ao auge na antiga TV Tupi, quando tinham as chacretes, sendo a mais famosa delas Rita Cadilac. Ele fazia concorrência com as famosas mulatas do Sargentelli que você talvez já tenha ouvido falar.
Ah! Agora que eu vi que você está falando de um filme. Mas nesse caso, se o filme apresenta apenas isso é um filme dessa redezinha sem nenhum valor. Desculpe.

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Alberto, acho que você não compreendeu meu texto direito. Citei as décadas de 70 e 80, pois tínhamos um auge de programas de auditório nesta época, nas redes de televisão brasileira. Sei que a trajetória de Chacrinha se inicia muito antes disso, primeiro na rádio; e, depois, na televisão, onde ele iniciou na TV Tupi, de onde saiu para a Rede Globo. O filme não apresenta isso, apesar de ter uma linha de tempo um pouco confusa.

Responder

Eu entendi perfeitamente o seu texto Kamila. e volto a afirmar, que não foi o auge de Chacrinha as décadas de 70 e 80. Em 80, quando ele estava na redezinha vagabunda que tem uma bola como símbolo, ele já estava em decadência. O auge dele foi na década de 60. No início, pois em 67 ele foi contratado por essa redezinha que não vale nada e foi quem destruiu a carreira dele. Mas só passou 5 anos lá. Descobriu que estava sendo manipulado e saiu, voltando para a Tupi. Foi na TV Tupi que ele fez sucesso. Lá ele ficou depois que voltou, de 72 a 78, quando transferiu-se para Bandeirantes, lá ficando até 82. Só então, ele voltou pra redezinha que não vale nada e, nessa época, ele já estava em plena decadência.

Mas eu não disse que você tinha errado. Depois, eu notei que você não estava falando da vida de Chacrinha mas de um filme e que, esse filme (eu não conheço), provavelmente foi produzido por essa emissorazinha vagabunda.

Muito grato por sua atenção e pela visita e comentário. Volte outras vezes. Não sei se você chegou a ler o que escrevi sobre “Em algum lugar do passado”.

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