logo

Judy: Muito Além do Arco-Íris | Resenha Crítica

publicado em:7/04/20 11:51 PM por: Kamila Azevedo Filmes

Um dos maiores nomes do cinema hollywoodiano, numa época em que se vivia a época do star system (quando os grandes estúdios impunham contratos longos aos atores e atrizes, controlando, assim, desde a carreira deles até mesmo a sua vida pessoal), Judy Garland, com seu talento para a atuação e para a música, foi a estrela de alguns filmes clássicos da sétima arte, como O Mágico de Oz, Nasce uma Estrela, Agora Seremos Felizes e Julgamento em Nuremberg.

Assim como ocorreu com muitos atores e atrizes daquela época, após ter sua vida completamente sugada pelos grandes estúdios, Garland viveu, posteriormente, uma decadência pessoal e profissional – seu vício em medicamentos controlados e o temperamento difícil fizeram com que ela perdesse inúmeras oportunidades de trabalho – que perdurou até o dia de seu desencarne, em 22 de junho de 1969.

A cinebiografia Judy: Muito Além do Arco-Íris, dirigida por Rupert Goold, acompanha um desses momentos de ostracismo da carreira de Judy, quando ela aceitou um convite para estrelar uma turnê em um clube londrino. Longe de casa e dos filhos menores (Liza Minnelli, nessa época, já era uma mulher feita e atriz), o filme aborda a solidão em que ela se encontrava, o desejo de se sentir amada (pelo público, principalmente) e a ânsia dela para que tudo desse certo nos shows e a carreira dela pudesse decolar novamente.

Neste sentido, é importante observar que Judy: Muito Além do Arco-Ìris faz pontes interessantes entre o presente e o passado de Garland, no momento em que o filme se passa. Ao nos mostrar sua juventude, notadamente, o momento em que O Mágico de Oz (seu grande momento de glória profissional) estava prestes a ocorrer e ela tinha que lidar com a vontade de ser quem ela quisesse versus ser a figura pública que o estúdio construiu, temos a oportunidade de compreender o por quê de Judy ter se transformado na pessoa amargurada, traumatizada e problemática que ela foi na maior parte de sua vida adulta.

Todos esses sentimentos estão muito bem representados pela atuação de Renée Zellweger, vencedora do Oscar 2020 de Melhor Atriz por este filme. Curiosamente, podemos notar alguns paralelos entre ela e Judy. Ambas viveram momentos áureos e experimentaram a decadência profissional. Com uma diferença, Renée se recolheu na sua fase descendente e soube ter a humildade para recomeçar. Assim como a história que ela vivencia em tela, a de Zellweger também daria um filme interessante.

Judy: Muito Além do Arco-Íris (Judy, 2019)
Direção: Rupert Goold
Roteiro: Tom Edge (baseado na peça escrita por Peter Quilter)
Elenco: Renée Zellweger, Jessie Buckley, Finn Witrock, Rufus Sewell, Michael Gambon, Richard Cordery

Avaliação/Nota

Nota
7.5

Média Geral



Post Tags

Jornalista e Publicitária


Comentários



Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.