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>Ó Paí Ó (2007)

publicado em:23/04/07 8:42 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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O bairro do Pelourinho é uma das regiões mais conhecidas do Centro Histórico da cidade de Salvador, na Bahia. A arquitetura barroca e a forte presença cultural (o local é sede de grupos como a Casa de Jorge Amado, o Grupo Gay da Bahia e o Insituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural) são apenas alguns dos atrativos para milhares de turistas que vêm de todo o Brasil e do mundo para conhecer a capital baiana. É nesse local que se dá também a ação da comédia musical “Ó Pai Ó”, da diretora Monique Gardenberg.

O filme se passa durante o Carnaval – a maior manifestação popular da Bahia – e acompanha a vida de um grupo de pessoas que mora em um cortiço. São eles: o pintor e aspirante a cantor Roque (Lázaro Ramos), a imigrante que mora na Suíça Psilene (Dira Paes), o malandro Boca (Wagner Moura, na pior atuação dele no cinema), o comerciante Seu Jerônimo (Stênio Garcia), a religiosa Dona Joana (Luciana Souza), a provocante Rosa (Emanuelle Araújo, ex-vocalista da Banda Eva), o mulherengo Reginaldo (Érico Brás) e os meninos Cosme (Vinícius Nascimento) e Damião (Felipe Fernandes), dentre outros.

“Ó Pai Ó” retrata, através de seus personagens, características que são comuns, não só ao povo baiano, como ao brasileiro. Os personagens são pessoas pobres, porém esforçadas, que tentam viver o seu dia-a-dia com muito humor, ironia, criatividade e música. Neste último caso, são utilizadas – além das canções originais compostas por Caetano Veloso e Davi Moraes -, músicas que já fazem parte da história da Axé Music como “Vem Meu Amor” e “I Miss Her”, do Olodum; “Lili”, do astro do reggae maranhense Edson Gomes; “O Araketu é Bom Demais”, do Ara Ketu; e “Protesto do Olodum”, da Banda Mel.

Baseado na peça de Márcio Mello que foi encenada pelo Bando de Teatro do Olodum, a maior qualidade do filme “Ó Pai Ó” (uma expressão que, em puro baianês, significa “olhe para isso, olhe”) é colocar atores que são gente como a gente e com os quais a identificação é imediata. A diretora e roteirista Monique Gardenberg, na maior parte do tempo, se fixa na idéia de fazer uma crônica da vida desse grupo de pessoas que tem tanta coisa em comum. Os problemas começam já no quarto final do filme, quando Gardenberg passa para o terreno da crítica social, ao abordar a violência que já é tão comum nos bairros mais populares das grandes metrópoles brasileiras. Num filme que era para ser uma ode ao jeito baiano ou brasileiro de ser, esta crítica fica meio perdida.

Cotação: 3,8

Crédito Foto: E-Pipoca



Jornalista e Publicitária


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