>Em Nome da Honra (Catch a Fire, 2006)
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Tudo isto vai mudar quando Patrick é acusado, injustamente, de orquestrar um ataque terrorista na empresa aonde trabalhava. Mantido prisioneiro por vários dias e depois de muita tortura (até a esposa dele é vítima dos temidos agentes do governo da África do Sul), Patrick é, finalmente, liberado por Nic Vos (Tim Robbins, ótimo) – o líder dos agentes – e volta para casa. Mas, a vida dele nunca será a mesma. Num ímpeto, Patrick decide ir para Moçambique e se alista no exército revolucionário para receber treinamento e aí sim fazer aquilo de que foi erroneamente acusado de cometer.
Os cinéfilos costumam prestar muita atenção nos filmes que recebem espaço na mídia e, por conseqüência, tem uma abertura maior no mercado dos exibidores de cinema. No entanto, existe muito filme bom sendo produzido por aí sem receber a devida atenção de imprensa e, principalmente, da indústria. “Em Nome da Honra” é um deles. O filme é a terceira investida do diretor australiano Phillip Noyce no terreno das tramas políticas. E ele tem se saído muito bem nesse “gênero”, provando que é um dos melhores diretores em atividade. Somente em 2002, ele lançou dois filmes nesse estilo: “Geração Roubada”, que conta a história de três meninas aborígenes que seguem o caminho de uma enorme cerca em busca de sua tribo; e “O Americano Tranquilo”, que relata o conflito que se estabelece entre um repórter inglês no Vietnã e um médico que lutam pela mesma mulher.
Baseado na história real de Patrick Chamusso, “Em Nome da Honra” investe em cima do Apartheid, regime adotado a partir de 1948, na África do Sul e que colocava os brancos (minoria) como detentores do poder, enquanto que os povos restantes eram obrigados a viver de forma separada e seguindo uma série de regras. Tal regime só acabou quando Nelson Mandela foi declarado o presidente do país, em 1994. A partir deste contexto social e político, o roteirista Shawn Slovo e o diretor Phillip Noyce constroem um filme brilhante sobre um tipo de herói como Paul Rusesabagina (que foi retratado no filme “Hotel Ruanda”, de Terry George) ou Oskar Schindler (que foi nos apresentado no filme “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg): aquele que defende o que é correto e que não espera que o pior aconteça. Ele age no agora.
Cotação: 10,0
Crédito Foto: Yahoo! Movies