>Paranóia (Disturbia, 2007)
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É óbvio que para um adolescente como Kale, passar estes três meses dentro de casa seria um verdadeiro pesadelo. Mas, logo ele encontra uma maneira para se divertir: ele começa a observar a rotina de seus vizinhos e encontra um prato cheio nesse sentido: o vizinho de frente trai a esposa com a empregada, os garotos da casa de trás assistem filmes pornográficos escondidos da mãe. Entretanto, nenhum deles será tão intrigante para Kale quanto Mr. Turner (David Morse, excelente), o qual tem hábitos bastante estranhos e que coincidem exatamente com o de um assassino que vem aterrorizando a região – fato este que faz com Kale fique meio que obcecado com o homem para tentar provar que é ele o assassino que a polícia tanto procura.
Quando estreou nos cinemas dos Estados Unidos, foi até natural a comparação entre “Paranóia” e o clássico “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock. Afinal, os dois filmes tratam de um tema comum: a sensação de impotência de dois homens, que vêem algo sinistro acontecendo ao seu redor, mas, que por suas limitações, não podem fazer nada para mudar aquilo. No caso particular de “Paranóia” e de Kale, o filme adiciona um elemento de redenção, no sentido de que Kale (que não pôde evitar a morte do pai) tem uma segunda chance para salvar alguém que ele ama.
Em um filme como “Paranóia”, existem alguns elementos que são bastante importantes. O primeiro deles é o roteiro. O do filme, que é escrito por Christopher Landon e Carl Ellsworth é muito bom – e sabe equilibrar as situações leves com as de pura tensão. O segundo deles, é a direção – e nesse ponto, D.J. Caruso não compromete. O terceiro deles é o elenco. E o de “Paranóia” cumpre bem o seu papel. Desde Shia LaBeouf, passando por David Morse, até chegar aos coadjuvantes Carrie-Anne Moss (que interpreta a mãe de Kale), Sarah Roemer (que interpreta Ashley, a vizinha bonitona de Kale) e Aaron Yoo (que interpreta Ronnie, o melhor amigo de Kale) – todo mundo está bem.
Cotação: 7,2