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>Brando (2007)

publicado em:31/10/07 6:46 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Em 1955, quando dava uma entrevista ao programa “Person to Person”, que era apresentado pelo jornalista Edward R. Murrow (o mesmo do excelente “Boa Noite, e Boa Sorte”, de George Clooney), o ator Marlon Brando disse que não poderia e nem tentaria descrever quem ele era. O documentário indicado ao Primetime Emmy Awards 2007, “Brando”, das diretoras Mimi Freedman e Leslie Greif, e que foi produzido pelo canal Turner Classic Movies, tenta oferecer uma resposta mais digna a este questionamento.

O filme – através de depoimentos do próprio Marlon Brando, de familiares, de amigos, colegas de trabalho e admiradores – conta um pouco sobre a tumultuada vida pessoal do ator e fala bastante sobre seu trabalho no cinema e no teatro. Dando um enfoque mais que especial ao impacto que a sua maneira de atuar iria causar em toda uma nova geração de atores norte-americanos – dentre os quais podemos destacar os nomes de Robert de Niro, Meryl Streep, Al Pacino e Robert Duvall (que são descendentes diretos de Brando e, por si sós, influências aos atores da atualidade).

No documentário, as diretoras destacam também as circunstâncias que fizeram de Marlon Brando o maior ator norte-americano de todos os tempos. Na realidade, ele deve este título a dois encontros muito especiais. O primeiro deles, com Stella Adler, a descobridora do Método ensinado por escolas como o Actors Studio, e que foi a grande professora e mentora do ator. O segundo deles, com o diretor Elia Kazan, com quem Brando realizaria trabalhos relevantes – tanto no cinema, como no teatro – e com quem o ator alcançaria um nível de atuação que ele só conseguiria repetir naquela que foi a sua grande volta depois de vários fracassos consecutivos, no filme “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola.

A maior qualidade de “Brando” reside no fato de que o documentário parece uma reunião de amigos que se sentam juntos para relembrar alguém que eles amavam e com quem se divertiam bastante. As histórias que nomes como Elia Kazan, James Caan, Robert Duvall, Al Pacino, Arthur Penn, Johnny Depp, Cloris Leachman e seu marido George Englund, entre outros, compartilham conosco são deliciosas e oferecem toda uma nova perspectiva sobre o mito que Marlon Brando é. No entanto, nenhuma dessas intervenções se compara às que são feitas pelo ator John Turturro – um grande fã de Brando e que parece uma criança falando de alguém que é mais que um ídolo para ele. O brilho nos olhos de Turturro ao falar de Marlon Brando é a maior prova do legado que o ator deixou para toda uma série de pessoas que entram em contato com a sua obra.

Cotação: 7,0

Brando (2007)
Direção:
Mimi Freedman e Leslie Greif
Roteiro: Mimi Freedman
Com os depoimentos de: Marlon Brando, Ellen Adler, Jane Fonda, George Englund, John Turturro, Al Pacino, Martin Landau, Dennis Hopper, Johnny Depp, Karl Malden, Eli Wallach, Quincy Jones, Cloris Leachman, Jon Voight, Tennessee Williams, Martin Scorsese, Budd Schulberg, Arthur Penn, Sean Penn, Edward Norton, Harry Dean Stanton, John Gielgud, entre outros.



Jornalista e Publicitária


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