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>Eu Sou a Lenda (I Am Legend, 2007)

publicado em:21/01/08 6:26 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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No filme, “Náufrago”, de Robert Zemeckis, o ator Tom Hanks interpreta Chuck Noland, um funcionário da FedEx que se torna o único sobrevivente de um acidente envolvendo o avião da empresa e, em conseqüência, o solitário habitante de uma ilha deserta. Enquanto aguarda o momento de ser resgatado, acompanhamos a jornada de Noland em busca da adaptação a uma vida num local – a princípio – inóspito. Sem uma companhia para conversar, Chuck faz uma amizade com uma bola de vôlei que ganha o nome de Wilson. Ao voltar ao convívio em sociedade, começa uma nova jornada para Noland, que desaprendeu a conviver com as modernidades e o conforto de nosso dia-a-dia.

Em “Eu Sou a Lenda”, do diretor Francis Lawrence, veremos o astro Will Smith passar por uma experiência parecida. No filme, ele interpreta o Dr. Robert Neville, que, em 2012, é o habitante solitário de uma Nova York destruída. A humanidade, aparentemente, é uma espécie em extinção desde que um vírus infectou as pessoas – o maior sintoma da doença é a raiva excessiva e a vontade de destruir tudo o que se encontra pela frente. Enquanto procura uma cura para a enfermidade, acompanhamos a dura luta diária de Neville, que, na companhia da cadela Sam, tem que enfrentar vários obstáculos para se manter vivo, ao mesmo tempo em que tenta conservar a esperança de que tudo vai ficar melhor.

A primeira hora de “Eu Sou a Lenda” enfoca muito a personalidade do Dr. Robert Neville – e isto é importante para que possamos entender a meia hora final do filme. Ele perdeu esposa (Salli Richardson) e filha (Willow Smith, que segue o caminho do irmão Jaden Smith e faz sua estréia como atriz num filme do pai) na epidemia. Acostumou-se a não ter alguém com quem conversar e dividir os problemas e, por isso, não sabe mais lidar com as pessoas. Neville acredita em pouca coisa. Deixou, por exemplo, de ter fé; mas, no fundo, crê na possibilidade de mudança – este é um elemento percebido, no filme, pelo vício do personagem nas músicas do cantor Bob Marley. Ao encontrar um vestígio de humanidade nas figuras da babá paulistana Anna (Alice Braga, fazendo sua estréia num grande filme hollywoodiano) e do garotinho Ethan (Charlie Tahan) entende, finalmente, o seu propósito, o seu papel na guerra.

Refilmagem de “A Última Esperança da Terra”, “Eu Sou a Lenda” é um filme que coloca para baixo os mitos relacionados aos filmes “arrasa-quarteirões”. O mais importante na película de Francis Lawrence não são as cenas de ação grandiosas, os merchandisings de produtos modernos ou a vontade de destruição – quem for assistir ao filme esperando isso sairá decepcionado –, e sim as pessoas (em especial Robert Neville). O roteiro de Akiva Goldsman e Mark Protosevich deixa bem claro que “Eu Sou a Lenda” é um filme sobre um homem que se sacrifica para oferecer a possibilidade de existência de gerações futuras. É uma obra muito interessante e que conta com um Will Smith inspirado – a cena em que ele tenta estabelecer uma comunicação com uma manequim de loja dentro de uma vídeo-locadora, logo após sofrer um grande baque emocional, é de cortar o coração.

Cotação: 8,7

Eu Sou a Lenda (I Am Legend, EUA, 2007)
Diretor(es): Francis Lawrence
Roteirista(s): Mark Protosevich e Akiva Goldsman com base no livro de Richard Matheson e no roteiro de John William Corrington e Joyce Corrington
Elenco: Will Smith, Salli Richardson, Dash Mihok, Paradox Pollack, Alice Braga, Sterling Wolfe, Charlie Tahan, Michael Ciesla, Thomas J. Pilutik



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