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>A Vida é Dura (Walk Hard – The Dewey Cox Story, 2007)

publicado em:2/06/08 9:19 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Os filmes que retratam a vida de grandes nomes da música já se tornaram parte de um gênero próprio. Na maior parte das vezes, os roteiros desses longas possuem uma mesma estrutura e nos mostram a vida desses astros começando com a infância deles. Se eles passaram por algum trauma nesse período (como foi o caso de Ray Charles e de Johnny Cash), vemos como esse momento foi determinante para a vida deles. Aí, assistimos ao tortuoso caminho até o alcance da fama e como eles se entregam às tentações da estrada, sacrificando seus relacionamentos pessoais. E terminamos com o momento da redenção do artista. No entanto, um ponto é principal nesse tipo de filme: o legado musical daquele que é retratado.

No show business, se você é alvo de alguma sátira, é porque algo está dando muito certo. Então, se as cinebiografias dos músicos possuem um bom prestígio e atraem a atenção das premiações, por quê não fazer uma sátira brincando com esse tipo de filme? Foi justamente isso que fez o diretor Jake Kasdan (filho de Lawrence Kasdan), que ao lado do aclamado Judd Apatow, escreveu o roteiro de “A Vida é Dura”, longa que conta a história de Dewey Cox (John C. Reilly, que foi indicado ao Globo de Ouro 2008 de Melhor Ator num Filme de Comédia ou Musical pela sua performance nesta obra), um cantor que é uma mistura de Ray Charles e Johnny Cash e que, com seu rock espiral e dançante, criou músicas que marcariam uma época.

O roteiro de Jake Kasdan e Judd Apatow segue bem a cartilha do gênero e mostra Dewey Cox como um menino de infância sofrida, que perdeu o irmão (Chip Hormess) cedo, e que tinha um relacionamento muito difícil com o pai (Raymond J. Barry). Dewey casou-se com a namoradinha de infância (Kristen Wiig, do “Saturday Night Live”), mas, ao encontrar a fama e as tentações da vida em turnê, se entregou totalmente ao uso de drogas e às muitas mulheres – especialmente ao amor de sua backing vocal Darlene (Jenna Fischer, do seriado “The Office”), que se tornaria a sua segunda esposa. Dewey experimentou todos os tipos de altos e baixos na sua carreira, mas conseguiu sair incólume disso tudo se tornando um ícone de uma geração.

“A Vida é Dura” é um filme que se apóia no carisma e no talento de seu ator principal, John C. Reilly. Ele está em quase todas as cenas do filme e tenta fazer o que pode com o material que lhe foi entregue. No entanto, nem ele consegue salvar o longa de ser uma obra que não consegue cumprir o seu objetivo principal. O problema de “A Vida é Dura” é que o roteiro de Jake Kasdan e Judd Apatow não consegue colocar uma coerência no todo da vida de Dewey Cox. Nesse caso, ao assistir ao filme, é bom ignorar esse fato, tentar rir um pouco com as músicas do cantor (especialmente com a maravilhosa “Let’s Duet”) e apreciar as participações especiais de Jack White, Eddie Vedder (!!!!!), Jewel e Lyle Lovett.

Cotação: 3,0

A Vida é Dura (Walk Hard: The Dewey Cox Story, EUA, 2007)
Diretor(es): Jake Kasdan
Roteirista(s): Judd Apatow, Jake Kasdan
Elenco: John C. Reilly, Jenna Fischer, Raymond J. Barry, Margo Martindale, Kristen Wiig, Chip Hormess, Conner Rayburn, Tim Meadows, Chris Parnell, Matt Besser, David Krumholtz, Nat Faxon, Terrence Beasor, David ‘Honeyboy’ Edwards, Gerry Black



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