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Era uma Vez…

publicado em:19/08/08 6:44 PM por: Kamila Azevedo Cinema

É inegável o apelo que uma grande história de amor exerce sobre o público. Tome-se como exemplo o caso de “Romeu e Julieta”, tragédia escrita por William Shakespeare e que foi publicada no século XVI. Provavelmente, esta é a maior história de amor de todos os tempos e, até hoje, emociona aqueles que entram em contato com ela, seja através dos livros ou dos inúmeros filmes baseados na obra de Shakespeare. O filme “Era Uma Vez…”, do diretor Breno Silveira, é uma espécie de “adaptação à realidade brasileira” do relato do drama vivido pelos jovens das famílias Montecchio e Capuleto.

 

Dé (Thiago Martins) e Nina (a estreante Vitória Frate) não são de famílias rivais. Eles vêm, na realidade, de classes sociais diferentes. Ele é morador do Morro do Cantagalo e trabalha na praia de Ipanema vendendo cachorro quente. Ela é a jovem tida como patricinha e que mora num luxuoso apartamento da Avenida Vieira Souto (um dos endereços mais nobres do Rio de Janeiro). O quiosque aonde Dé trabalha está localizado em frente ao edifício em que Nina vive – e ele sonha com o momento em que deixará de ser invisível para a bela garota que ele vê todos os dias.

 

Apesar do roteiro escrito por Patrícia Andrade se dedicar aos clichês e aos diálogos açucarados típicos de uma história de amor, “Era Uma Vez…” toca em alguns temas muito interessantes. O filme aborda os diversos problemas crônicos do Rio de Janeiro (uma cidade em que riqueza e pobreza, violência e segurança andam de forma muito próximas), adotando sempre o ponto de vista do casal e de que maneira isto os influencia – especialmente após a fase de lua-de-mel entre Dé e Nina acabar e eles entrarem naquela fase mais realista vivida em qualquer relacionamento.

 

O diretor Breno Silveira, que surpreendeu ao realizar “2 Filhos de Francisco” (um drama que despertava reações genuínas da platéia e, por isto, foi um grande sucesso), acaba errando a mão em “Era Uma Vez…”. Silveira peca pelo excesso e pelo desejo de emocionar a platéia em momentos com os quais acabamos não nos conectando. O final do longa, por exemplo, que deveria ser o grande ápice desta história, não causa impacto algum. Os únicos elementos verdadeiros do filme acabam sendo as performances de Thiago Martins e Rocco Pitanga (que interpreta Carlão, irmão mais velho de Dé). As cenas em que os dois atores estão em tela ficam como os melhores momentos de “Era Uma Vez…”.

 

Cotação: 7,0

 

Era Uma Vez… (2008 )

Diretor: Breno Silveira

Roteiro: Patrícia Andrade

Elenco: Vitória Frate, Paulo César Grande, Thiago Martins, Rocco Pitanga



Jornalista e Publicitária


Comentários


Fora os clichês que citaste no texto Kamila, o próprio título é bem batidinho, confesso até que não me despertou interesse logo de cara ao ler.

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Ah que saudade de ler seu blog, Ka! =D

Não vi Era Uma Vez. Até pensei em conferir quando estava no Brasil, mas nem deu. Uma pena, pq até me deixou uma impressão favorável e sua opinião positiva me interessou.

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Este filme estreou sexta aqui em Curitiba; ia conferí-lo, mas preferi o outro nacional Cheio de Saudade (bem legal). Acho, sinceramente que o cinema nacional têm explorado demais os temas favela/violência/sonho. Acho que devemos abrir os olhos e ver que temos vários outros problemas de ordem social no Brasil que também necessitam de uma avaliação cinematográfica!
Bjos!

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Cassiano, se não gosta de clichês e de diálogos água com açúcar, fique longe deste filme.

Louis, não foi uma opinião tão positiva assim!

Kau, concordo totalmente! Beijos!

Otavio, ainda não assisti “O Procurado”. Você já viu? Gostou? Beijos!

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Apesar de sua opinião não ser extremamente favorável, parece ser um bom trabalho do Breno Silveira e fiquei surpreso com a ótima recepção da crítica – talvez porque o cinema nacional nesse ano é o mais fraco desde 2002 (só “Linha de Passe” pra salvar essa temporada). Abraço!

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Vou ver esse em DVD mesmo, tô sem tempo e seu texto não me passou a maior confiança. Mas parece ser um bom filme.

Ciao!

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Tb ainda nao, mas gosto do cinema nacional, com certeza verei esse filme!
nao sabia dele, obrigado por mostrar….=)

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Histórias e mais histórias de amor…
To perdidaço nas novidades esse ano, mas parece que o cinema nacional tá bem fraco mesmo.

Beijo grande, té!! =*

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O trailer de “Era Uma Vez…” já adiantava um pouco desses clichês e dessa mudança de ‘tudo são flores’ para ‘agora estamos vivendo a realidade’. Era mais ou menos isso que eu esperava mesmo. Não fiquei tão empolgado para assistir. Talvez até assista, mas sem pressa. Tenho outras prioridades. =D
Btw, hoje estou indo ver Bella. Entrou no Cine Cult aqui em Aracaju essa semana.

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Gostei de ‘Era Uma Vez…’. Não me incomodou essa história de “já vimos esse filme antes”, por causa dos clichês do gênero. O que importa mesmo nestes casos é a história ser bem contada! E ela é!

O trio principal é muito bom. Thiago Martins me surpreendeu, Rocco Pitanga mostrou ser bom ator e a estreante Vitória Frate é um encanto!

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Não sou dos maiores fãs de 2 Filhos de Franscisco, embora ache um bom filme. E a depender dos comentários positivos que esse novo trabalho do Breno Silveira vem recebendo, dá muita vontade de ver, mesmo que à primeira vista o filme tem cara de ser um tanto piegas. Mas tem muita gente falando que o filme ganha pela simplicidade e verdade das emoções que trasnmite. Verei assim que puder.

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Breno Silveira é, na minha opinião, um diretor burocrático, mas que consegue ser seguro e inteligente em seus projetos. Espero gostar de Era Uma Vez…

Abraço!

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Como o Vinícius disse, a fase do cinema nacional não anda muito boa, mas vai melhorar. Além de “Linha de Passe”, que é o carro-chefe esse ano, tem duas produções muito interessantes que vi lá no Festival de Gramado: “A Festa da Menina Morta”, marcando a estréia de Matheus Nachtergaele na direção de um longa-metragem, e também “Nome Próprio”, que achei muito interessante, principalmente a atuação de Leandra Leal, que até levou o kikito de melhor atriz.

Em relação a “Era Uma Vez…”, o filme não apresenta muita coisa de novo. Não gostei dos protagonistas. O casal não possuía química alguma em cena e nem se esforçavam para isso. No entanto, o personagem que mais chama atenção é o irmão de Dé, porque ele começa de uma forma e termina do jeito que ele não queria se tornar. O filme consegue mostrar que o sistema peniteciário brasileiro é uma tremenda merda (desculpa o termo).

beijos…

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Vinícius e Wally, o filme é bom, mas poderia ser melhor! Abraço!

Louis, isso é verdade, mas não custa nada pedir para que a gente produza filmes melhores. 🙂

Carranca, de nada!

Marcus, assisti bons filmes brasileiros, em 2008, e pensava que “Era uma Vez…” seria mais um deles. Pena que não correspondeu às minhas expectativas. Beijos!

Marcel, que beleza! Espero que goste de “Bella”.

Alex, concordo com o que disse a respeito do trio de atores centrais do filme.

Rafael, então, aguardarei sua opinião sobre o filme.

Pedro, você fala uma coisa muito certa sobre o Breno Silveira. Abraço!

Vinícius Silva, eu estou ansiosa pelos dois filmes que você citou. Já vi “Nome Próprio” é excelente! Concordo com o que disse a respeito de “Era uma Vez…”, mas discordo sobre o casal. Achei que eles tinham uma química muito boa. Beijos!

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A Veja elogiou o drama, e disse que Breno Silveira consegue fazer clichê com estilo! hehe! Algo assim.
As críticas que você relatou vêem a calhar com a resenha da Veja. Só que você não foi tão ipiedosa. Sorte minha, que vou deixar pra ver o filme quando passar na tv. E olha lá!

Abs!

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