logo

O Escafandro e a Borboleta

publicado em:2/10/08 7:13 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Jean-Dominique Bauby era um conhecido jornalista francês que trabalhava como editor da revista Elle. Em 1993, aos 43 anos, Bauby sofreu um forte derrame cerebral. Em conseqüência disto, ele ficou com uma condição rara chamada Síndrome Locked-In, a qual é caracterizada pela manutenção das faculdades mentais e pela paralisação total de todo o corpo. Apesar das limitações, com a ajuda dos médicos, Bauby encontrou uma forma para se comunicar: o interlocutor ditava as letras e ele piscava quando chegava a letra que ele queria. Foi desta maneira que o jornalista ditou um livro completo. E foi justamente esta obra que deu origem ao filme “O Escafandro e a Borboleta”, do diretor Julian Schnabel.

 

O escafandro é uma armadura de borracha e ferro utilizada por mergulhadores. A estrutura se conecta com a superfície através de um duto respirador, que permite a livre respiração e a resistência à pressão feita pela água. É com esta figura que Jean-Dominique Bauby (interpretado no filme pelo excelente ator Mathieu Amalric) se identifica durante grande parte do relato que acompanhamos em “O Escafandro e a Borboleta”, já que é um verdadeiro tormento psicológico para ele estar naquela situação. Por outro lado, enquanto dita seu livro, Bauby visita lugares em sua imaginação e espera, com isso, se transformar em uma borboleta e fazer com que seus três filhos, especialmente, mantenham a alegria e o desejo de viver e de percorrer caminhos importantes.

 

A experiência de assistir “O Escafandro e a Borboleta” é marcada por sentimentos conflitantes. Os minutos iniciais do filme são agoniantes, já que vemos uma câmera subjetiva retratando todo o sofrimento inicial de Jean-Dominique Bauby e a incerteza de sua situação. Na medida em que o roteiro se desenvolve, passamos a nos emocionar com a capacidade de superação de Bauby e com a lição de vida que ele nos deixa. O trabalho desenvolvido por Julian Schnabel é muito poético e justifica as indicações que ele recebeu ao Oscar, Directors Guild of America e Golden Globe.

 

Cotação: 9,5

 

O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon, 2007)

Diretor: Julian Schnabel

Roteiro: Ronald Harwood (com base no livro de Jean-Dominique Bauby)

Elenco: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Jean-Pierre Cassel, Max von Sydow



Jornalista e Publicitária


Comentários


Ramon, rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrssrsrsrsrsrsrs. Acho que dei sorte de ver seu comentário logo. Até mais!

Responder

Kami, esse filme é magnífico do seu início ao seu desfecho. Tudo funciona de forma impressionante e a direção de Julian é ousadérrima. Fazer o espectador ”entrar” no personagem foi golpe de gênio, sem dúvidas. Mas confesso que fiquei agoniado nos primeiros momentos do filme, hahahahaha. Com certeza um dos melhores filmes da temporada passada.

Bjos.

Responder

Esse filme é ma-ra-vi-lho-so. Fiquei encantada com a vida de Bauby.
A atuação de Mathieu Amalric é incrível. Assisti sozinha e minha irmã, que fica me rodeando vejo pedaços me perguntou “Laís, esse cara é deficiente mesmo?”.
Recomendo a todos.

Responder

Filmão bonito demais! Schnabel dirige com muita personalidade. Deixa morrendo de vontade de ler o livro tb!

Beijão.

Responder

Kamila, a técnica desse filme maravilhosa – inclusive acho que a fotografia merecia ter vencido o Oscar. Mas infelizmente não entrei no espírito do longa, que não conseguiu nem me emocionar.

Responder

Eu quase entrei para ver duas vezes, mas acabei deixando para outra hora porque nas duas ocasiões estava triste demais.

Os convites ainda estão na minha bolsa e como só li boas críticas, vou deixar o medo da tristeza de lado.

Beijocas

Responder

Eu quase adorei “O Escafandro e a Borboleta”. O filme é muito bem feito, não há dúvidas quanto à isso, mas, sua essência, não me cativou.

Abraço, Kamila!

Responder

Kamila, tenho bastante vontade de ver esse filme. Acho a história super intrigante e tem uma essência que é atraente.

Responder

Verei em breve. Assisti ontem um filme maravilhoso, com um personagem tetraplégico também: Mar Adentro. Se for no mesmo nível, vou me preparar para ver outro grande filme.

Responder

Filme maravilhoso, Kamila! Farei a crítica em breve! Mas detesto O SIGNO DA CIDADE, um CRASH subdesenvolvido numa São Paulo bem mais feia do que ela realmente é.

Bjs!

Responder

O filme é muito bom, realmente. Muito emocionante também, senti falta dele em muitas das categorias no último oscar.

Responder

Kau, eu fiquei muito agoniada com o início do filme, por causa do uso da câmera subjetiva, mas concordo que a estratégia do diretor foi bem-sucedida, já que você realmente se coloca na pele do personagem e passa a entender e a ver como ele teve um enorme poder de superação. Beijos!

Laís, além da direção do Schnabel, o ponto alto do filme é o Amalric. Uma atuação simplesmente assustadora de tão real!

Louis, depois de assistir ao filme, fiquei curiosíssima para ler o livro no qual o longa se baseou. Vou atrás, com certeza. Beijo!

Matheus, a fotografia era excelente, mas não seria minha vencedora do Oscar da categoria. Uma pena que o filme não te emocionou tanto.

Cecília, eu entendo o seu comentário. O filme pode ter um aspecto tristíssimo, mas é uma verdadeira lição de vida. Recomendo que você deixe este medo de lado, e o assista. Beijos!

Pedro, não consigo entender como a essência deste filme não te cativou! 🙂 Abraço!

Robson, pois, então, não perca a oportunidade de assistir ao filme quando ela aparecer.

Ibertson, eu acho que “Mar Adentro” e “O Escafandro e a Borboleta” são dois filmes belíssimos. As obras mostram dois pontos de vista diferentes, mas que acabam se complementando. Se você gostou do filme do Amenábar, irá adorar a obra do Schnabel.

Otavio, espero ler sua crítica sobre este filme e concordo com o que disseste a respeito de “O Signo da Cidade”. Beijos!

Marcel, concordo!

Responder

Esse filme me toca profundamente, inclusive por razões pessoais. Mas a construção da narrativa, inicialmente em câmera subjetiva, é um grande acerto e me deixou impressionado. E Max Von Sydow é o velhinho do ano.

Responder

Que bom que aprovou “O Escafandro e a Borboleta”, Kamila, realmente é um filme maravilhoso, acima de tudo uma grande lição de vida. Acho que o diretor consegue incomodar o espectador em algumas passagens (especialmente no início, como foi comentado) e isso é o que há de melhor nesse drama, sem falar no excepcional trabalho de adaptação do Ron Harwood.

Responder

Rogerio, consegui assistir este filme recentemente numa Sessão de Arte, após tanto tempo esperando que ele fosse lançado nas locadoras. Bom final de semana!

Rafael Carvalho, eu concordo que a câmera subjetiva foi um acerto enorme do diretor. Max Von Sydow me emocionou naquela cena em que conversa com o filho no telefone.

Vinícius, concordo plenamente com seu comentário!

Responder

Eu quero MUITO ver este filme, mas ele passou batido no circuito andreense, como de costume. Sem dizer que tem a minha bela Emmanuelle Seigner (pausa para suspiros, rs). E pelo visto o diretor Julian Schnabel caprichou ao orquestrar esta história aparentemente difícil, vendo o reconhecimento que ele recebeu nas principais premiações do cinema.

Responder

Tô doido para conferir…mas não dei sorte nos cinemas. Tentarei esse mês.

Responder

Olá, Kamila. Tdo bem?

Queria muito ver, mas infelizmente ele passou despercebido por aqui tbm. Mas a história me interessou muito e parece mesmo ser uma belissima história!

Beijos e um ótimo fim de semana!!

Responder

Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? Já que perdeu a oportunidade de assistir a este filme nos cinemas, não deixe de vê-lo quando for lançado em DVD. Beijos e bom final de semana para você também.

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.