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A Troca

publicado em:20/02/09 1:08 AM por: Kamila Azevedo Cinema

A vida de Christine Collins (a indicada ao Oscar 2009 de Melhor Atriz Angelina Jolie) nunca mais foi a mesma depois do dia 10 de Março de 1928. Foi nesta data que seu filho Walter desapareceu sem deixar qualquer rastro. Foi também a partir deste momento que Collins deu início a uma luta para que a polícia de Los Angeles encontrasse o paradeiro de seu primogênito. O filme “A Troca”, de Clint Eastwood, acompanha justamente a difícil e sofrida jornada desta mãe.

 

No longa “Nas Profundezas do Mar Sem Fim”, do diretor Ulu Grusbard, Michelle Pfeiffer interpreta uma mãe que vê seu filho ser sequestrado e encontrado dez anos depois. O roteiro escrito por Stephen Schiff mostra a reação da família ao reencontro; e isto é interessante porque o filho retorna crescido, com uma educação diferente da recebida pelos outros filhos do casal e, em decorrência desses fatos, toda uma relação tem que ser reconstruída e retomada do zero.

 

Em “A Troca”, Christine Collins não tem que esperar dez anos para ter suas preces atendidas e ver o retorno de seu filho Walter para casa. O menino é encontrado pela polícia dois meses depois de ficar desaparecido – portanto, pouco tempo para serem notadas mudanças profundas nele. Ao reencontrar o garoto que diz ser seu filho, Christine tem a certeza de que ele não é Walter e aí se tem início a uma nova jornada, em que ela enfrentará um inimigo poderoso (a polícia de Los Angeles) e contará com a ajuda de poucos – notadamente o reverendo Gustav Briegleb (John Malkovich).

 

Além de falar sobre a luta de Christine Collins, o roteiro de “A Troca”, o qual foi escrito por J. Michael Straczynski, faz uma crônica a respeito da polícia de Los Angeles naquela época. A realidade vista neste filme é muito parecida com a que foi relatada em “Los Angeles – Cidade Proibida”, do diretor Curtis Hanson, e o que vemos é uma instituição corrupta, incapaz de  reconhecer seus erros e abusando totalmente de sua autoridade.

 

Estes detalhes já nos mostram que a história de “A Troca” é muito rica em detalhes. O roteiro se apoia em personagens que são bem interessantes – além de Angelina Jolie, é bom prestar atenção nas excelentes atuações de Jeffrey Donovan (que faz o Capitão Jones) e de Jason Butler Harner (que está marcante nas poucas cenas como Gordon Northcott). Por isso, é de impressionar que um diretor tão experiente como Clint Eastwood tenha perdido a mão no último ato do longa. Os 141 minutos de duração de “A Troca” acabam sendo longos demais e muito poderia ser dito através daqueles letreiros que nos mostram o destino de cada personagem em filmes como este, que são baseados em histórias reais.

 

Cotação: 7,5

 

A Troca (Changeling, 2008)

Diretor: Clint Eastwood

Roteiro: J. Michael Straczynski

Elenco: Angelina Jolie, Michael Kelly, John Malkovich, Colm Feore, Jeffrey Donovan, Amy Ryan, Denis O’Hare



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Comentários


Uau, primeiro!!! Gostei bastante do filme, Angelina Jolie com a mão nos lábios em cada cena de agonia é desesperador. Até concordo quando vc fala do final, não sou muito fã de filmes que tem de se explicar e esse no caso parece que tem três finais antes dos créditos. E a redução do roteiro na trajetória do psicopata não diminuiria em nada o valor do filme. Ah! E a cena do julgamento/condenação do capitão de polícia é excelente, perece que estamos nos vingando juntamente com Christine. E o Malkovich então?! Elenco mais que afiado.

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Eu achei um filme forte, muito bom por sinal. Jolie faz uma atuação incrivel e uma merecida indicação ao Oscar, mas não ganha já que a concorrencia tem nomes fortes. Mas o espectador sente em muitos momentos os problemas de ritmo, mas quando o filme engrena … vixi … fica foda … eheheh

Mas prefiro ela em O Preço da Coragem, mas o ultimo dialogo com o assassino, é de arripiar!
Abraços anjinho!

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É… Também achei longo. E olha que acho o Clint super econômico. Mas, dessa vez, ele se estendeu. É um bom filme. Clint é sempre bom. Mas não coloco entre seus maiores trabalhos.

Bjs!

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estava em exibição nos cines da cidade ha 1 mes atras.
e nao foi por falta d grana que não o vi. vou esperar pelo dvd.

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Concordo que o filme é longo, mas acho que o Eastwood se perdeu no 2o ato e tentou uma correção no último, mas sem tanto sucesso. Parece que o filme é separado em três generos: Um filme clássico no início, um filme policial na metade e um de tribunal no último. Sei lá, esperava bem mais!

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Minha nota bateu com a sua, filme me irritou na maior parte do tempo, e Angelina Jolie não me convenceu … mas, a direçao de Clint como sempre excepcional!

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Eu não achei tão legal assim.
Achei que esse filme é um filme meio feito pro Oscar (tão feito que a protagonista gosta do Oscar).
E até gostei da atuação da Angelina Jolie mais Sally Hawkins merecia muito mais a indicação!

E pra não perde o costume dá uma passada lá
http://chadebeterraba.blogspot.com/

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Olá, Kamila! Tudo bem?

Como sabe, a minah nota para “A Troca” foi um pouquinho maior, mas gostei bastante do filme, mas não o acho o melhor filme de Clint Eastwood comparando com filmes anteriores dele. Vale lembrar que Ron Howard seria o diretor do filme.

Beijos! 😉

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O que me decepcionou aqui foi principalmente a direção do Eastwood. Já estava achando o roteiro fraquíssimo, mas não esperava que o diretor fosse na mesma linha. O resultado é um dos filmes mais cansativos que já vi, apesar do ótimo desempenho da Angelina Jolie e do Jason Butler Harner como você comentou. Abraço!

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Contamos com suas apostas!
Abraço.

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Eu acho excelente. Clint bem como sempre e um show de Angelina Jolie. John Malkovich também manda muito nesse filmaço do Clint.

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É, realmente as interpretações que você ressaltou estão demais. Acho que até melhores que a da Angelina, um pouco superestimada, na minha opinião.

7.5 é uma boa nota. Gostei do filme, também.

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Roteiro cheio de detalhes, e Clint perdendo a mão no final? Tenho que ver esse para emitir minha opinião!

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Amauri, pelo visto concordamos em muitas opiniões sobre “A Troca”. Eu gostei da performance do John Malkovich, mas citei mesmo aquelas que realmente me deixaram impressionadas.

João Paulo, eu gosto das duas performances da Jolie e não espero chocar ninguém quando digo que, por exemplo, achei a atuação da Jolie melhor que a da Kate Winslet. Abraços!

Otavio, eu concordo plenamente com seu comentário. Beijos!

Jeniss, poderia perguntar porque você não quis assistir a este filme?

Pedro, você foi perfeito ao dizer que o filme se divide em três gêneros. Talvez, por essa indefinição, é que o Clint tenha perdido a mão.

Cleber, como disse ali em cima, adorei a performance da Jolie.

Leandro, vou discordar de você, uma vez que acredito que este filme não tenha sido feito para agradar aos votantes da Academia.

Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? Não sabia que Ron Howard iria ser o diretor de “A Troca”. E confesso que não sei se ele teria feito algo melhor que o Clint… Beijos!

Vinícius, apesar do longa se estender demais, gostei do roteiro de “A Troca”. Foram ele e as atuações que me mantiveram atraídas ao filme durante sua exibição. Abraço

Marcel, obrigada pelo convite, mas, como não participei da primeira fase da votação, vou ficar de fora do seu bolão. Abraço!

Pedro, concordamos somente em relação à Angelina e ao John Malkovich.

Ramon, eu adorei a Angelina. Acho que ela tem sido extremamente feliz em suas últimas escolhas dramáticas.

Cassiano, eu pensava que você já tinha visto “A Troca”.

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Eu, particulamente, gostei do filme. O único problema é que é longo pra contar uma história curta. O elenco é bastante promissor sem discussão. (Jolie principalmente). Abraço!

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João, então você é a primeira pessoa que eu conheço que compartilha da mesma opinião que eu sobre a Jolie. Que bom! Beijos!!

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Kamila, já eu achei todo “A Troca” longo demais! Fiquei decepcionado com o roteiro. Por outro lado, a parte técnica é perfeita e Angelina está em um excelente momento.

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Eu gostei das surpresas narrativas, dos tons empregados, das nuances marcantes e do trabalho técnico. Acho o roteiro falho na transição entre sub-gêneros, mas Eastwood comanda de forma forte. E Jolie está muito bem.

Nota 8.0

Ciao! 🙂

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Kamila, acho que o problema desse filme foi falta de climax.Quando a gente acha que ele vai terminar, ainda falta chao pra rodar.
Mas a Angelina eu achei demais, na melhor atuacao da carreira dela.
O Clint nao errou, somente fez um filme menor que os seus outros dessa decada.

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Matheus, concordo com seu comentário!

Wally, e eu adorei seu comentário, menos não concordando com algumas coisas que você menciona!

Rogerio, exatamente! No entanto, não diria que esta é a melhor atuação da carreira da Angelina. Acho que ela já teve melhores momentos, como em “Gia – Fama e Destruição”.

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Acho esse um Eastwood bem fraco, ele já fez coisa muito elhor nesses últimos anos. O problema do filme é que ele cai no maniqueísmo fácil, simplista, tem lição de moral e tenta inspirar no espectador o sentimento de justiça sendo feita a qualquer custo. Por outro lado, Jolie está ótma, assim como a reconstrução de época. Mas mesmo assim, aco um filme bem fraco.

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Oi Kamila!
Compartilho de algums opiniões com você, principalmente por ser longo demais e pela atuação Jeffrey Donovan, para mim uma grata surpresa no filme.
Ah! Coloquei teu link lá…

Até

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O filme é muito bem acabado, com excelentes direção de arte, cenários, iluminação e trilha sonora. Mas seu ponto forte é a bela interpretação de Angelina Jolie. Na pele de uma mulher forte, desacreditada e lutadora, Angelina imprime veracidade à personagem. Um grande papel, que ela soube aproveitar muito bem.

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Rafael Carvalho, concordo com muito do que você disse.

Andre, obrigada pelo link. Até!

Diego Reigoto, eu concordo com o que disseste sobre a atuação da Jolie!

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É um dos poucos filmes em que eu gostei da atuação da Angelina Jolie, não sou muito fã dos filmes que ela fez, como: O procurado, Lara Croft Tomb Raider e esse não tem aquela viajada na maionese e tal.

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Bárbara, para mim, esta é uma das atuações mais fortes da Angelina. Ela foi a minha segunda favorita, inclusive, dentre as indicadas ao Oscar neste ano – perdendo somente para Meryl Streep.

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