Violência Gratuita
Quando recebeu a proposta de refilmar “Violência Gratuita”, o diretor alemão Michael Haneke não contou conversa. Ao invés de refazer o roteiro, o diretor decidiu filmar a mesma história, usando os mesmos ângulos de câmera e as mesmas proporções de cenário. Ou seja, ele fez o mesmo filme com a diferença de que teve um financiamento norte-americano, novos atores e a ação se passa nos Estados Unidos. Isso é o que eu chamo de crítica velada à necessidade recente de Hollywood de buscar inspiração nos filmes que são realizados em outros países.
Num dia qualquer, George (Tim Roth), sua esposa Ann (Naomi Watts) e o filho Georgie (Devon Gearhart) estão voltando para a sua bela casa, a qual fica localizada na beira de um rio. Entretanto, um simples pedido de ovos emprestados acaba levando-os a um jogo em que um bem maior está em jogo: a vida deles. Acontece que dois jovens (Michael Pitt e Brady Corbet) fazem de George, Ann e Georgie reféns em sua própria casa, os ameaçando, violentando e abusando psicologicamente.
“Violência Gratuita” é um filme que é descendente direto de obras como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick, e “Clube da Luta”, de David Fincher. Os três filmes lançam um olhar sobre a violência urbana e sobre o lado podre do ser humano. Os longas mostram que a violência não tem rosto, nome, jeito ou razão de ser. Ela está imbuída dentro de nós, de diversas maneiras.
No caso particular de “Violência Gratuita”, o que mais impressiona é que, apesar de seu título, Michael Haneke não faz um filme sensacionalista e que abusa de cenas que seriam insuportáveis de se conferir. As ações mostradas são todas sutis (na medida do possível) e não seguem um planejamento fixo. Tudo o que vemos, em tela, é fruto de ação e reação – por isso, o elemento mais importante de “Violência Gratuita” é o seu elenco, especialmente Naomi Watts e Michael Pitt, que são a pura expressão de todos os sentimentos que nos são decorrentes durante a exibição do filme.
Cotação: 6,0
Violência Gratuita (Funny Games U.S., 2007)
Diretor: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Elenco: Naomi Watts, Tim Roth, Michael Pitt, Brady Corbet, Devon Gearhart
Até hoje não vi, mas quero muito conferir. Ah, ando twittando, posso ser seu seguidor? Espero que sim.
Abs!
Bruno, pode, sim, claro! Abraços!
Kami, eu adorei esse filme. Acho, inclusive, o melhor trabalho de Haneke. O roteiro é forte, a direção bastante poderosa e o elenco genial. Fiquei muito, mas muito tenso assistindo hahahahaha.
Beijos!!!
Kau, esse foi o trabalho do Haneke que eu mais gostei de ver. Os outros filmes dele não conseguem me agradar. Beijos!
Kamila, esperava mais do filme também, tinha tudo para levar a premissa para um outro patamar, coisa que os filmes citados no texto conseguiram, apesar que não ter conferido ainda o original. Vale pelo elenco.
Beijos e tenha um ótimo fim de semana! 😉
Tenho um enorme desejo em ver esse filme, só não sei porque ainda não o fiz!
Apesar de alguns aspectos chamarem a atenção (principalmente o trabalho do elenco, com uma ótima Naomi Watts e um competente Tim Roth), para mim esse foi um dos piores filmes do ano passado.
Mayara, vale pelo elenco e pela atmosfera criada pelo Haneke. Beijos e ótimo final de semana!
Cleber, eu tinha o mesmo desejo e, finalmente, consegui assistir a este filme.
Vinícius, nossa!!! Discordo!
Kamilinha, confesso que não curti o original e não vou ver esse… Aliás, não me agrada ver um filme com este tema. Sei que estou errado, afinal você até disse que o Haneke ameniza o que seria bem cruel aos nossos olhos, mas fujo desse tipo de filme.
Bjs! Bom final de semana!
teve alguas coisas que eu gostei (realmente o elenco segura a tensão-falsa do filme, e a loucura de Pitt assombra). Haneke quis ser um Kubrick e não conseguiu. Mas é um filme assistível, mas que muitas pessoas adoram e ficam discutindo psicologia, interação com o público (apenas por um simples piscar de olhos para a tela!) e outras coisas que eu não consigo vê o motivo de tanto assombro. É certo que o filme é legalzinho e assitivel, nada mias que isso.
Pô, Kamila… altos textos sobre o filme, falando muito bem e ressaltando todas as qualidades, e colocas uma nota 6.0, somente? Hehe!
Adorei a obra!
Otavio, eu tento fugir desse tipo de filme, mas acho que eles são importantes de serem feitos. Uma vez que a violência, infelizmente, é um tema que está bem enraizado em nossas vidas. Beijos e bom final de semana!
Luís, não acho que o Haneke tenha querido ser um Kubrick. Acho que ele fez um filme, sim, acessível e que pode ter algumas interpretações legais, dentro dos temas que você citou.
Ramon, a nota é justa. 🙂
Acho impressionante como Hollywood tem a necessidade de refazer filmes de outros países, os originais são tão ruins para os olhos deles? Ah, acho isso tão desnecessário, na maioria dos casos.
E, bem, Laranja Mecânica e Clube da Luta mostram bem mais que apenas violência, sei que você não quis dizer isso, mas só para ressaltar. ( :
Não vi nem o de 1997 nem este último, mas creio quando o vir vou gostar. O trailer foi muito inspirado mesmo em LARANJA MECÂNICA.
Naomi, Eric Roth ou Michael Pitt são sempre boas referências. 😉
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Paco, eu também acho os remakes, na maior parte das vezes, desnecessários. E, claro, “Clube da Luta” e “Laranja Mecânica” mostram mais que violência. 🙂
Roberto, não me lembro do trailer desse filme e os três atores destacados por você são ótimos.
Muito interessante teu blog. Eu não conhecia, e fazendo pesquisa sobre Corey Mulllin cheguei aqui.
Mas voltarei mais vezes.
Parabens.
Eliéser, obrigada pela visita e pelo comentário!
Eu gostei do original, mas só em último caso verei uma refilmagem que nada deve acrecentar ao que já foi apresentado. É que nem o caso de Psicose, aquele sacrilégio absurdo…Abs!
*acrescentar…
preciso ver esse o quanto antes. tenho muitas boas referências. pena não ter la onde trabalho.
abraço 🙂
Denis, como eu não assisti ao filme original, o remake caiu bem comigo! Abraços!
Jeniss, espero que consiga assistir ao filme. Abraço!
Adoro esse filme! Acho que ele é tenso e muito bem interpretado, apesar de algumas manias do Haneke que me irritam muito…
Bom, tem coisas boas e ruins no filme. A violência é realmente gratúita, isso fica claro. Mas, ao longo do filme, ele vai ficando meio bobo e chato, de tanta gratuidade!
Ainda não entendi porque o próprio Haneke decidiu da uma de Gus Van Sant em “Psycho 98”. Enfim prefiro o original.
kamila te dei dois selos, seu blog é show!
Bjs!
Matheus, eu também gostei desse filme.
Mandy, não achei a violência gratuita. Acho que ela cabe com a proposta do filme.
Rodrigo, eu tenho que ver o original para ver como me posiciono diante dessa escolha. Obrigada pelos selos. Eu vi lá! 🙂 Beijos!
Bom, esse filme eu não vi e tampouco o original. Por falar em remakes, vi o “Sete Homens e um Destino”, refilmagem de um título japonês que envolvia samurais. É um clássico do western, tema pelo qual meu pai me ensinou a apreciar quando pequeno. Mostra valores épicos, enfim, voltando ao tema do post, não poderei mensurar agora, mas irei essa semana assistir e depois continuo expondo meu pensar.
te cuida Kamila, e obrigado pela visita por lá. volte quando puder.
Eliéser
Esse é um filme que odiei de todas as formas possíveis. A cena do controle remoto é bisonha. Um atentado ao pudor ao meu cerebro…
Eu acho o filme original do Haneke sensacional. Se esse aqui é uma cópia fiel do anterior, então também não há do que não gostar. A história é forte e nos faz refletir sobre o estado de violência em que vivemos, e de como estamos sujeitos a ela facilmente. No filme, a violência além de ser física, é também psicológica, e nos faz sofrer do mesmo jeito. E pensando bem, é muito melhor que o próprio Haneke tenha feito esse remake ao invés de ter caído nas mãos de um pau mandado qualquer de estúdio e ter desfigurado o filme todo. A vantagem é que a mensagem continua a mesma, mas agora vai ter maior penetração entre o público norte-americano, que por sinal, precisa muito ver esse filme.
Eliéser, de nada. Aparecerei sempre que puder. Quanto ao filme que você citou no comentário: nunca vi! Western é meu ponto fraco como cinéfila.
Marfil, eu não me lembro da cena do controle remoto!!!
Rafael, exatamente. E eu preciso ver o filme original!
Oi Kamila!
Eu assisti faz pouco tempo em DVD o filme, e não me impressionou muito e acho que muitos críticos fizeram muito barulho por nada. Não vi o Original, apesar de ter visto o filme com aquela impressão: Já vi este filme, mas…
Não recomendaria a ninguém.
SBBC – poxa, só hoje vi o novo site e vi que eu, que era um membro, no antigo site, não estou mais lá… 🙁
André, não está mais como membro na SBBC?? Vou ver isso direito com o Vinícius e o Otavio!
adorei o filme, gosto dos filmes do haneke, mas prefiro Cache, outro filme dele, também perturbador.
abraço!!!
Gostei demais, interessante do começo ao fim, ótimos diálogos, muito bom o elenco, e q final aquele, adorei. nota 8.0!
Bjo! Diego!
Yuri, eu não gostei de “Cache”. Abraço!
Diego, você gostou mais que eu. 🙂 Beijo!
Eu achei o filme interessante, com ótimas cenas, boas interpretações. Achei muito curioso os ângulos de câmera e também o cenário tão claro, tão branco, e, ao mesmo tempo, tão contraditório a todoa encenação que vemos.
Porém, uma cena fez com que eu torcesse o nariz para o filme e descontasse uns dois pontos da minha nota final. Imagino que eu não precise dizer qual seja a cena, pois você deve saber. Gosto de filmes que se mantém ou realistas ou metafóricos; a tal cena não é o meu conceito mais exato de realidade nem de metáfora.
Sendo gentil com o filme, concordo com o 6,0 que você deu.
Luís, exatamente!!!! Sei a qual cena você está se referindo e concordo contigo. Assim como estou concordando com o resto de seu comentário.