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Violência Gratuita

publicado em:21/08/09 10:07 PM por: Kamila Azevedo TV

Quando recebeu a proposta de refilmar “Violência Gratuita”, o diretor alemão Michael Haneke não contou conversa. Ao invés de refazer o roteiro, o diretor decidiu filmar a mesma história, usando os mesmos ângulos de câmera e as mesmas proporções de cenário. Ou seja, ele fez o mesmo filme com a diferença de que teve um financiamento norte-americano, novos atores e a ação se passa nos Estados Unidos. Isso é o que eu chamo de crítica velada à necessidade recente de Hollywood de buscar inspiração nos filmes que são realizados em outros países. 

Num dia qualquer, George (Tim Roth), sua esposa Ann (Naomi Watts) e o filho Georgie (Devon Gearhart) estão voltando para a sua bela casa, a qual fica localizada na beira de um rio. Entretanto, um simples pedido de ovos emprestados acaba levando-os a um jogo em que um bem maior está em jogo: a vida deles. Acontece que dois jovens (Michael Pitt e Brady Corbet) fazem de George, Ann e Georgie reféns em sua própria casa, os ameaçando, violentando e abusando psicologicamente. 

“Violência Gratuita” é um filme que é descendente direto de obras como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick, e “Clube da Luta”, de David Fincher. Os três filmes lançam um olhar sobre a violência urbana e sobre o lado podre do ser humano. Os longas mostram que a violência não tem rosto, nome, jeito ou razão de ser. Ela está imbuída dentro de nós, de diversas maneiras. 

No caso particular de “Violência Gratuita”, o que mais impressiona é que, apesar de seu título, Michael Haneke não faz um filme sensacionalista e que abusa de cenas que seriam insuportáveis de se conferir. As ações mostradas são todas sutis (na medida do possível) e não seguem um planejamento fixo. Tudo o que vemos, em tela, é fruto de ação e reação – por isso, o elemento mais importante de “Violência Gratuita” é o seu elenco, especialmente Naomi Watts e Michael Pitt, que são a pura expressão de todos os sentimentos que nos são decorrentes durante a exibição do filme. 

Cotação: 6,0

Violência Gratuita (Funny Games U.S., 2007)
Diretor: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Elenco: Naomi Watts, Tim Roth, Michael Pitt, Brady Corbet, Devon Gearhart



Jornalista e Publicitária


Comentários


Kami, eu adorei esse filme. Acho, inclusive, o melhor trabalho de Haneke. O roteiro é forte, a direção bastante poderosa e o elenco genial. Fiquei muito, mas muito tenso assistindo hahahahaha.

Beijos!!!

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Kau, esse foi o trabalho do Haneke que eu mais gostei de ver. Os outros filmes dele não conseguem me agradar. Beijos!

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Kamila, esperava mais do filme também, tinha tudo para levar a premissa para um outro patamar, coisa que os filmes citados no texto conseguiram, apesar que não ter conferido ainda o original. Vale pelo elenco.

Beijos e tenha um ótimo fim de semana! 😉

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Apesar de alguns aspectos chamarem a atenção (principalmente o trabalho do elenco, com uma ótima Naomi Watts e um competente Tim Roth), para mim esse foi um dos piores filmes do ano passado.

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Mayara, vale pelo elenco e pela atmosfera criada pelo Haneke. Beijos e ótimo final de semana!

Cleber, eu tinha o mesmo desejo e, finalmente, consegui assistir a este filme.

Vinícius, nossa!!! Discordo!

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Kamilinha, confesso que não curti o original e não vou ver esse… Aliás, não me agrada ver um filme com este tema. Sei que estou errado, afinal você até disse que o Haneke ameniza o que seria bem cruel aos nossos olhos, mas fujo desse tipo de filme.

Bjs! Bom final de semana!

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teve alguas coisas que eu gostei (realmente o elenco segura a tensão-falsa do filme, e a loucura de Pitt assombra). Haneke quis ser um Kubrick e não conseguiu. Mas é um filme assistível, mas que muitas pessoas adoram e ficam discutindo psicologia, interação com o público (apenas por um simples piscar de olhos para a tela!) e outras coisas que eu não consigo vê o motivo de tanto assombro. É certo que o filme é legalzinho e assitivel, nada mias que isso.

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Pô, Kamila… altos textos sobre o filme, falando muito bem e ressaltando todas as qualidades, e colocas uma nota 6.0, somente? Hehe!

Adorei a obra!

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Otavio, eu tento fugir desse tipo de filme, mas acho que eles são importantes de serem feitos. Uma vez que a violência, infelizmente, é um tema que está bem enraizado em nossas vidas. Beijos e bom final de semana!

Luís, não acho que o Haneke tenha querido ser um Kubrick. Acho que ele fez um filme, sim, acessível e que pode ter algumas interpretações legais, dentro dos temas que você citou.

Ramon, a nota é justa. 🙂

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Acho impressionante como Hollywood tem a necessidade de refazer filmes de outros países, os originais são tão ruins para os olhos deles? Ah, acho isso tão desnecessário, na maioria dos casos.

E, bem, Laranja Mecânica e Clube da Luta mostram bem mais que apenas violência, sei que você não quis dizer isso, mas só para ressaltar. ( :

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Não vi nem o de 1997 nem este último, mas creio quando o vir vou gostar. O trailer foi muito inspirado mesmo em LARANJA MECÂNICA.

Naomi, Eric Roth ou Michael Pitt são sempre boas referências. 😉

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema

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Paco, eu também acho os remakes, na maior parte das vezes, desnecessários. E, claro, “Clube da Luta” e “Laranja Mecânica” mostram mais que violência. 🙂

Roberto, não me lembro do trailer desse filme e os três atores destacados por você são ótimos.

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Eu gostei do original, mas só em último caso verei uma refilmagem que nada deve acrecentar ao que já foi apresentado. É que nem o caso de Psicose, aquele sacrilégio absurdo…Abs!

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preciso ver esse o quanto antes. tenho muitas boas referências. pena não ter la onde trabalho.
abraço 🙂

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Denis, como eu não assisti ao filme original, o remake caiu bem comigo! Abraços!

Jeniss, espero que consiga assistir ao filme. Abraço!

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Adoro esse filme! Acho que ele é tenso e muito bem interpretado, apesar de algumas manias do Haneke que me irritam muito…

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Bom, tem coisas boas e ruins no filme. A violência é realmente gratúita, isso fica claro. Mas, ao longo do filme, ele vai ficando meio bobo e chato, de tanta gratuidade!

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Ainda não entendi porque o próprio Haneke decidiu da uma de Gus Van Sant em “Psycho 98”. Enfim prefiro o original.

kamila te dei dois selos, seu blog é show!

Bjs!

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Matheus, eu também gostei desse filme.

Mandy, não achei a violência gratuita. Acho que ela cabe com a proposta do filme.

Rodrigo, eu tenho que ver o original para ver como me posiciono diante dessa escolha. Obrigada pelos selos. Eu vi lá! 🙂 Beijos!

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Bom, esse filme eu não vi e tampouco o original. Por falar em remakes, vi o “Sete Homens e um Destino”, refilmagem de um título japonês que envolvia samurais. É um clássico do western, tema pelo qual meu pai me ensinou a apreciar quando pequeno. Mostra valores épicos, enfim, voltando ao tema do post, não poderei mensurar agora, mas irei essa semana assistir e depois continuo expondo meu pensar.

te cuida Kamila, e obrigado pela visita por lá. volte quando puder.

Eliéser

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Esse é um filme que odiei de todas as formas possíveis. A cena do controle remoto é bisonha. Um atentado ao pudor ao meu cerebro…

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Eu acho o filme original do Haneke sensacional. Se esse aqui é uma cópia fiel do anterior, então também não há do que não gostar. A história é forte e nos faz refletir sobre o estado de violência em que vivemos, e de como estamos sujeitos a ela facilmente. No filme, a violência além de ser física, é também psicológica, e nos faz sofrer do mesmo jeito. E pensando bem, é muito melhor que o próprio Haneke tenha feito esse remake ao invés de ter caído nas mãos de um pau mandado qualquer de estúdio e ter desfigurado o filme todo. A vantagem é que a mensagem continua a mesma, mas agora vai ter maior penetração entre o público norte-americano, que por sinal, precisa muito ver esse filme.

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Eliéser, de nada. Aparecerei sempre que puder. Quanto ao filme que você citou no comentário: nunca vi! Western é meu ponto fraco como cinéfila.

Marfil, eu não me lembro da cena do controle remoto!!!

Rafael, exatamente. E eu preciso ver o filme original!

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Oi Kamila!
Eu assisti faz pouco tempo em DVD o filme, e não me impressionou muito e acho que muitos críticos fizeram muito barulho por nada. Não vi o Original, apesar de ter visto o filme com aquela impressão: Já vi este filme, mas…
Não recomendaria a ninguém.

SBBC – poxa, só hoje vi o novo site e vi que eu, que era um membro, no antigo site, não estou mais lá… 🙁

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André, não está mais como membro na SBBC?? Vou ver isso direito com o Vinícius e o Otavio!

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adorei o filme, gosto dos filmes do haneke, mas prefiro Cache, outro filme dele, também perturbador.
abraço!!!

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Gostei demais, interessante do começo ao fim, ótimos diálogos, muito bom o elenco, e q final aquele, adorei. nota 8.0!
Bjo! Diego!

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Yuri, eu não gostei de “Cache”. Abraço!

Diego, você gostou mais que eu. 🙂 Beijo!

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Eu achei o filme interessante, com ótimas cenas, boas interpretações. Achei muito curioso os ângulos de câmera e também o cenário tão claro, tão branco, e, ao mesmo tempo, tão contraditório a todoa encenação que vemos.
Porém, uma cena fez com que eu torcesse o nariz para o filme e descontasse uns dois pontos da minha nota final. Imagino que eu não precise dizer qual seja a cena, pois você deve saber. Gosto de filmes que se mantém ou realistas ou metafóricos; a tal cena não é o meu conceito mais exato de realidade nem de metáfora.
Sendo gentil com o filme, concordo com o 6,0 que você deu.

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Luís, exatamente!!!! Sei a qual cena você está se referindo e concordo contigo. Assim como estou concordando com o resto de seu comentário.

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