Alô, Alô, Terezinha
Quando eu era criança, me lembro que as tardes de sábado, na minha casa, ficavam bem mais animadas quando entrava no ar a seguinte música: “Abelardo Barbosa, está com tudo e não está prosa, menino levado da Breca, o Chacrinha faz gracinha na buzina e discoteca. Ô Terezinha, Ô Terezinha, é um barato o Cassino do Chacrinha”. Por incrível que pareça, o documentário “Alô, Alô, Terezinha”, do diretor Nelson Hoineff, não se propõe a desvendar a trajetória pessoal e profissional do apresentador de TV que foi um verdadeiro fenômeno de comunicação.
Através dos depoimentos de artistas que eram convidados frequentes de seu programa, de pessoas que trabalhavam com ele, de membros da família, de ex-calouros, das Chacretes, vemos muito mais qual foi o impacto de Abelardo Barbosa na vida deles e o que o contato pessoal e profissional com ele os proporcionou. Eles falam também sobre o que Chacrinha representou para a televisão, com suas frases de impacto, cara de pau, visão e criatividade.
Esta, justamente, talvez, seja a maior falha do documentário porque Chacrinha é uma figura interessante e que permitiria uma melhor abordagem. Ao longo de “Alô, Alô, Terezinha”, várias perguntas sobre ele são lançadas sem receber nenhuma resposta adequada. Abelardo Barbosa continuará sendo um mistério para nós, ao final da sessão da obra, uma vez que Chacrinha, o apresentador, nós conhecemos bem.
Entretanto, nem tudo é um problema nesse documentário. O tom é digno de Chacrinha, cheio de escracho, e algumas cenas são impagáveis (a de Biafra, por exemplo, cantando, “Sonho de Ícaro” é um hit no YouTube). Agora, não dá para negar que existe muita melancolia nesse filme, especialmente em relação à maioria das ex-Chacretes. Chega a ser triste ver algumas delas vestindo roupas do passado, tentando reviver uma glória que há muito tempo foi perdida. A verdade é que, hoje, infelizmente, não haveria espaço na TV para um Chacrinha.
Cotação: 7,0
Alô, Alô, Terezinha (2009)
Diretor: Nelson Hoineff
Roteiro: Newton Cannito e Nelson Hoineff
Nelson Hoineff está cobrindo interessantes perosnalidades do imaginário cultural brasileiro. Ele rodou antes desse filme, o Caro Francis, sobre o jornalista Paulo Francis, o film, no entanto, só estreou recentemente. Ainda não assisti ao Alô, Alô Teresinha, mas estou muito interessado, até pq tenho as mesmas lembranças que vc das tardes de sábado.
Bjs
Ah, quero ver esse documentário! Chacrinha foi um monstro da TV! Tô muito interessando neste filme.
Bjs!
Ah, quero ver esse documentário! Chacrinha foi um monstro da TV! Tô muito interessado neste filme.
Bjs!
Reinaldo, não sabia que ele era o diretor de “Caro Francis”. Só espero que este filme seja melhor do que “Alô, Alô, Terezinha”. beijos!
Otavio, ele foi mesmo um monstro da TV! Beijos!
Eu gosto bastante desse documentário, mas vejo também o que você disse. Ele não é SOBRE o Chacrinha, e sim sobre seu impacto nas pessoas. Eu não posso dizer que conseguir vê seu programa em vida, mas todos os vídeos no youtube comprovam que o apelo popular dele era e é invejável por todos os apresentadores atuais. As cenas ‘vergonha-alheia’ é bem a cara dele mesmo. Morrir de rir com aquela mulher na ‘fonte d’água’, hilário. E é bom para vê a decadência que assombou a maioria esquecida por todos e motivo de chacota até hoje.
Por mais que eu não tenha recordações nenhuma do Velho Guerreiro, tenho muita curiosidade no filme, Kamila. Mas só Deus sabe quado vou conseguir assistir.
Como sou de 86 acabei nem vendo o Chacrinha ao vivo, mas sei da fama dele. Ele é citado várias vezes em programas televisivos. Me interessei por esse filme e me bateu um ar de malancolia quando vc disse isso: “Chega a ser triste ver algumas delas vestindo roupas do passado, tentando reviver uma glória que há muito tempo foi perdida”. Até imagino.
Abraços.
Luís, exatamente. Eu também ri com a mulher na fonte d’água, com a outra falando do Chico Buarque e você usa a palavra certa: decadência!
Rafael C., aqui demos a sorte de ele passar na sessão Cine Cult.
Bruno K., mas é triste mesmo. Deu melancolia em mim também! Abraços!
Documentários não são lpa meu gênero favorito, acho que vejo apenas um ou dois por ano. Sei, tenho que mudar isso… Vou atrás “Alô, Alô, Terezinha” pra conferir o material. Bjos!
Gosto muito de documentários, mas raramente tenho acesso a filmes nacionais do gênero – se os longas de ficção já deixam a desejar na distribuição, os docs então… E essa cena que você deixou o link, ri muito!!
Não gostava do Chacrinha, mas reconheço sua importância para a comunicação e para tv brasileira. A do Biafra é impagavel.
Rafael M., eu gosto muito de documentários. beijos!
Vinícius, os documentários, realmente, sofrem com a distribuição, mas, de 2009 pra cá, até que vi muitos filmes do gênero nacionais.
Cassiano, a do Biafra é mesmo impagável.