logo

Invictus

publicado em:17/04/10 8:53 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Quando assumiu a presidência da África do Sul, em 1994, Nelson Mandela encontrou um país ainda muito dividido pelo Apartheid (regime pelo qual os brancos dominavam o poder, enquanto o resto dos povos eram obrigados a viver nas margens da sociedade). Além, é claro, de tentar cumprir suas promessas de campanha, Mandela fez de seu maior legado na presidência da África do Sul a vontade de entregar e de construir um país unitário, sem distinção de raça, credo e classe social. Ou seja, ele queria unir a África do Sul, acabando com as camadas de separação que marcaram boa parte da história do país. 

O roteiro de “Invictus”, filme dirigido por Clint Eastwood, se passa num momento crucial deste desejo de Nelson Mandela, quando, em 1995, a África do Sul foi o país sede da Copa do Mundo de Rugby (esporte criado pelos ingleses e que é marcado pela violência e pelo extremo contato físico). O presidente usou a seleção nacional da modalidade para unir a população em torno de um só objetivo e fazer com que todos passassem a vestir mesmo a camisa da África do Sul e a, consequentemente, vibrar com o país, com as suas possíveis conquistas e, especialmente, com o seu futuro. 

Neste sentido, o roteirista Anthony Peckham dividiu sua história em duas frontes: na primeira, temos uma mostra das características que fizeram de Nelson Mandela (Morgan Freeman, indicado ao Oscar 2010 de Melhor Ator) o líder que ele é; e, na segunda, temos o enfoque na figura de François Pienaar (Matt Damon, indicado ao Oscar 2010 de Melhor Ator Coadjuvante), capitão da seleção sul-africana de rugby, o qual foi inspirado diretamente por Mandela e foi uma das peças importantes para levar seu time ao triunfo final. 

“Invictus” vai ficar muito como um filme que retrata o poder do esporte em agregar as pessoas, em fazer com que todos – independente de suas origens e culturas – se unam em torno de um só propósito e valores – essa é uma mensagem, por exemplo, muito propagada na época dos Jogos Olímpicos. Entretanto, chama a atenção o fato de que, em boa parte dos seus 133 minutos de duração, “Invictus” seja uma obra um tanto fria. Ela só começa a despertar mesmo a nossa emoção e euforia no seu ato final – que é um clímax cinematográfico daqueles. 

Cotação: 8,8

Invictus (Invictus, 2009)
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Anthony Peckham (com base no livro escrito por John Carlin)
Elenco: Morgan Freeman, Matt Damon, Tony Kgoroge, Patrick Mofokeng, Matt Stern, Julian Lewis Jones



Jornalista e Publicitária


Comentários


Este é um filme que não me empolgou. Achei bem sem sal, ainda mais pra um filme do Eastwood, que eu gosto muito

Agora, o ato final realmente é extremamente intenso. Faz tudo valer a pena.

Responder

Um filme digno e edificante. Não concordo com a sua percepção de que o filme seja frio. É comedido. Assim como as atitudes de Mandela, é calculado para surtir efeito na hora certa.Mais uma demonstração da segurança de Eastwood como diretor. Tb não concordo com a nota. Daria uma nota menor. É um bom filme, mas longe de se equiparar aos melhores do ano e aos melhores de Eastwood.
Bjs

Responder

Bruno, também não me empolgou! O ato final, no entanto, é sensacional mesmo!

Reinaldo, é um filme comedido e frio. A gente não se envolve, exceto no final. Beijos!

Responder

Só não entendo a indicação do Matt, mas particularmente, gosto do filme um pouco também. Acho que aquele último ato é grandioso bem ao estilo Clint e que a história se reteve a um momento interessante de Mandela. Porém, esperava mais.

Responder

O filme tem muitos problemas, mas me atingiu tanto que até deu para relevar a maioria deles. Uma obra forte de Eastwood, que empolga realmente.

Nota 8,0

Responder

Jenson, não é que ele esteja com pé frio, Clint só está numa má fase. Visitarei o novo blog.

Luís, nem eu entendi a indicação do Matt. Vai ver o ano estava fraca. Eu também esperava mais!

Wally, só o ato final que me empolgou mesmo!

Responder

Goste muito desse filme,é merecia entrar na vaga de Um Sonho Possivel na categoria melhor filme.Clint Eastwood é como Scorsese,não consegue fazer filme ruim.O ponto forte do filme é a atuação de Morgan Freeman e a direção enxuta de Clint Eastwood.Não digo nem que Matt Damon esta mal no papel,digamos que ele está apenas correto,poderia ir mais longe.O maior mérito de Eastwood foi não ter “endeusado” Nelson Mandella.Ele passou por um divorcio na epoca que foi eleito presidente,teve medo de ser assasinado pela oposição(em uma bela cena,quando ele esta fazendo sua habitual caminhada) e o filme aborda os pontos fracos dessa grande personalidade.Esse filme não fez barulho nas premiações,mas é um trabalho que daqui há uns 10 anos será lembrado como um dos melhores de Clint Eastwood.Como vc bem diz Kamila,a cena final é um clímax cinematográfico.Pra mim Clint Eastwood é igual vinho,quando mais velho melhor.Beijo e bom domingão pra ti.

Responder

Paulo, eu acho que o Eastwood não faz filmes ruins, mas ele está numa fase somente mediana, recentemente. Concordo sobre o que disseste sobre Matt Damon. Gostei de partes do seu comentário, mas “Invictus” é um filme consistente que sempre encontrará mercado. Beijo e bom domingo!

Responder

Não um dos melhores de Clint Eastwood , mas gostei do filme, a escolha do tema, a forma como ele vai mostrando o plano de Mandela. A mim, envolveu desde o início.

abraços

Responder

A curiosidade que tenho em torno do filme é por mostrar Mandela, gosto muitos das histórias, mas parece que foi meio que desperdiçada. Mas ainda darei uma chance por ser Clint e Freeman (este fisicamente semelhante ao Nelson) e Matt Damon aparenta uma atuação normal, e só.

Beijos! 😉

Responder

Um filme que tem uma certa dificuldade para emocionar, o que é incrível vindo de uma fita do Clint Eastwood, mas mesmo assim deixa uma boa impressão.

Responder

Amanda, a mim não envolveu. Abraços!

Mayara, eu adoro Mandela e acho que a figura dele de líder, neste filme, é muito valorizada. E dê mesmo uma chance ao filme. Beijos!

Vinícius, concordo contigo!

Responder

“Entretanto, chama a atenção o fato de que, em boa parte dos seus 133 minutos de duração, “Invictus” seja uma obra um tanto fria.”

Isso é uma questão de estilo, de marca pessoal. “Os Imperdoáveis”, “Menina de Ouro”, “A Troca”,…Todos os últimos filmes do Clint, ele usa a trilha sonora de forma sutil e ponderada. Não é frieza, é estilo.

Responder

Hugo, eu gostei também, mas é uma obra que poderia ser bem melhor.

Breno, discordo que “Menina de Ouro” seja frio. Pelo contrário. Mas, ele anda errando a mão em seus filmes recentes, como “gran torino”, “A Troca” e este aqui.

Responder

Sim, um clímax e tanto, não? Impossível ficar indiferente! E pra quem gosta de esporte ainda… PRATO CHEIO!
Grande Clint! Espero que ele ainda faça filmes por 50 anos!

Bjs!

Responder

Otavio, um belo de um clímax, no qual a gente não consegue mesmo ficar indiferente. Beijos!

Responder

Bom se parar mos para entende lo vamos ver que esse filme nos mostra a realidade de um País que ja perdeu a esperança em si e como um ex prisioneiro sem preconceitos chega e muda toda essa historia issso é uma lição de vida pesssoal é um filme muito bom adorei

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.