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Casamento Silencioso

publicado em:29/04/10 10:12 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Apesar de possuir uma trama bastante séria, que lida com a questão da Rússia de Stalin e da violência cometida pelos soldados do exército do país nos territórios que lhe eram subjugados, o filme romeno “Casamento Silencioso”, do diretor Horatiu Malaele, trata sobre esta situação através do uso de um olhar bastante leve, que, nos lembra, que a vida, por mais difícil que ela esteja, sempre deve ser vista por um ponto de vista colorido e otimista, na medida do possível, é claro. 

Estamos em um vilarejo da Romênia. Uma equipe de um programa de televisão que investiga fenômenos paranormais chega até lá a convite do prefeito da localidade. Ele quer que a história daquele pequeno lugar seja contada, então, entramos numa viagem de volta ao tempo, mais precisamente ao ano de 1953, quando, ali, um jovem casal (Meda Andreea Victor e Alexandru Potocean) se apaixonou. Por pressão do pai dela, eles acabam marcando casamento. 

A data escolhida para o casório, o dia 5 de março de 1953, acaba sendo não tão adequada assim a partir do momento em que se é revelada a morte de Josef Stalin, todo poderoso ditador russo. O medo da reação do exército russo, que já andava tocando o terror pelo território romeno, não impede a família dos noivos de seguir adiante com a festa. A solução adotada por eles? Realizar uma cerimônia de casamento e de recepção totalmente silenciosa. Tarefa das mais difíceis, não? Mas, acompanhar a tentativa de comprimir a alegria em um dia que deveria ser de celebração ao amor é uma das sacadas mais interessantes de “Casamento Silencioso”. 

Em alguns momentos de “Casamento Silencioso”, lembraremos de cenas como aquela de “O Pianista” em que Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) toca seu piano em silêncio. Se, no filme de Roman Polanski, esta cena ganha ares melancólicos, representando a dor de um homem impedido de fazer o que gosta e de ser um cidadão totalmente livre; as cenas que vemos no longa de Horatiu Malaele causam efeito diametralmente oposto na gente. O final só deixa a gente frustrado porque todos aqueles personagens não tiveram a chance de viver aquele momento intensamente, como eles mereciam. Ah, e preste atenção também na belíssima fotografia de Vivi Dragan Basile.

Cotação: 5,5

Casamento Silencioso (Nunta muta, 2008)
Direção: Horatiu Malaele
Roteiro: Adrian Lustig e Horatiu Malaele
Elenco: Meda Andreea Victor, Alexandru Potocean, Valentin Teodosiu, Alexandru Bindea, Ioana Anastasia Anton



Jornalista e Publicitária


Comentários


Depois da Palma de Ouro em 2007 é sempre bom ficar de olho no cinema romeno.Será que acho esse filme para alugar?bjs Kamila.

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Paulo Ricardo, não sei. Esse eu assistir na Sessão CineCult daqui do Cinemark. Beijos!

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Oi Kamila,
Gosto bastante de como seus textos são concisos e vão direto ao ponto, sem abrir a história. Aprecio essa sua aptidão. Parabéns!
Eu conheço quase nada do cinema romeno, então gostei da dica. Fico a imaginar o silêncio em uma ocasião que seria de celebração. Apesar que eu amo os silêncios.

PS: Quando li o link dessa resenha no twitter pense que era uma casamento no qual não havia diálogo entre o casal, hahaha! Ando criativa…

Bjs

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Reinaldo, é interessante. Beijos!

Madame Lumière, obrigada! Eu só assisti a dois filmes do cinema romeno, contando com esse. Adorei a sua percepção inicial sobre o nome do filme. Beijos!

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Já tinha visto alguns elogios para esse “Casamento Silencioso”, mas seus comentários não são dos mais animadores. Mesmo assim talvez veja!

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Olá, Kamila!
Ah, eu dei uma cotação bem alta para “Casamento Silencioso” (texto aqui: http://pospremiere.blogspot.com/2010/04/casamento-silencioso.html).

Achei uma excelente comédia, que não perde o cunho crítico quanto às barbaridades do comunismo. Porém, nao discordo de você a respeito do final, pois eu apenas focaria o filme em sua história, achei o flashback um pouco desnecessário. Mas o filme, ao todo, achei sensacional. Não me divertia assim no cinema há tempos =)

abs!

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Cristiano, eu fui assistir a este filme sem conhecê-lo direito, mas foi razoável a experiência somente. Abraço!

Elton, legal! Concordo contigo que o filme não perde o cunho crítico em relação às barbaridades do comunismo. Eu não entendi a questão da equipe de fenômenos paranormais. Nada a ver! Abraços!

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Assisti ontem, ainda estou imporessionado. FIlmão!
Já estou tuitando e facebookando! rs

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