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O Solista

publicado em:11/06/10 8:27 PM por: Kamila Azevedo Filmes

Baseado em uma história real, “O Solista” coloca, pela primeira vez, o diretor inglês Joe Wright no comando de um roteiro que não se passa num século distante, na Inglaterra, com uma história de amor arrebatadora. O conto que ele compartilha conosco aqui é uma história totalmente urbana com seus contornos dramáticos e que é uma daquelas obras que faz com que seu personagem principal passe por algo, de forma a ele aprender e poder melhorar como pessoa. 

Steve Lopez (Robert Downey Jr.) é o autor de uma das colunas mais lidas do Los Angeles Times. Isso é o básico que você precisará saber sobre ele. O resto nos será revelado aos poucos pelo roteiro escrito por Susannah Grant. Quando o encontramos pela primeira vez, dá para perceber que ele respira o trabalho que desempenha diariamente e, a todo instante, está em busca de um personagem, de uma história interessante, de alguma coisa que seja especial o suficiente para que ele decida dividir com os seus leitores. 

Por isso que o encontro de Steve com Nathaniel Ayers (Jamie Foxx) acaba sendo o ponto de transição mais importante para a trama de “O Solista”. Este cara é um mendigo portador de esquizofrenia, mas que tem uma inteligência e sensibilidade musical acima da média, a ponto de ele – sem ter tido qualquer tipo de aula teórica sobre o assunto – saber tocar muito bem um instrumento complexo como o violoncelo. É óbvio, portanto, que Steve se sinta totalmente intrigado por Nathaniel e pela sua história de vida. 

É desta maneira que Steve veste totalmente a camisa de Nathaniel e passa a lutar contra tudo que ele sempre fugiu – a responsabilidade de ter que cuidar de alguém, de ter uma pessoa que depende de você e que confia em você – para se dedicar por completo a ajudar Nathaniel a conseguir viver uma vida normal, respeitando as limitações que a doença dele infligem a ele, mas, ao mesmo tempo, oferecendo o suporte necessário para que ele desenvolva todo o potencial que ele possui. 

Uma história como essa, se tratada da maneira correta, tinha tudo para se tornar poderosa e para inspirar um tanto de gente por aí. Entretanto, o resultado obtido pelo diretor Joe Wright e pela roteirista Susannah Grant se assemelha – e muito – ao conseguido pelo diretor e roteirista Rod Lurie em “O Resgate de um Campeão”. Ou seja, “O Solista” falha por ser irregular e por nunca nos envolver por completo com estes dois personagens centrais.

Cotação: 6,0

O Solista (The Soloist, 2009)
Direção: Joe Wright
Roteiro: Susannah Grant (com base no livro de Steve Lopez)
Elenco: Jamie Foxx, Robert Downey Jr, Catherine Keener, Tom Hollander, Lisa Gay Hamilton, Jena Malone



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Comentários


Eu me lembro de ter visto o trailer deste filme e de até ter me interessado por ele.
Quem sabe eu assista…

E Kamila, ameaçaram quem da sua família para você ir assistir Marmaduke? XD

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Gostei um pouquinho mais, rsrsrs. Tem furos de roteiro e comparar com os belíssimos trabalhos anteriores do Joe, esperava-se mais. Mas os furos, para mim, foram compensados pelas atuações de Robert e Jamie (pasmem para o último! rsrsrs). E “Resgate de um Campeão” valeu pelo Samuel L. Jackson e só.

Beijos! 😉

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Mayara, eu também esperava mais deste filme, até mesmo porque adoro os outros trabalhos do Joe. As duas atuações do Robert e do Foxx são até legais. Quanto à “O Resgate do Campeão”: ODIEI a atuação do Samuel. Beijos!

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Gosto muito do Joe Wright, mas após tantos comentários pouco animados fiquei até com receio de ver essa produção – até porque as demais do diretor são excelentes. Enfim, quem sabe uma hora dessas…

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Marconi, não achei o filme forçado ou dramalhão. Só não me conquistou.

Reinaldo, eu não gostei de “O Resgate de um Campeão”, nem desse “O Solista”. Beijos!

Vinícius, eu também adoro o Joe Wright, mas esse filme aí é abaixo da média…

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Lembro de ter ficado bem interessada com o trailer, mas não sei exatamente porque acabei não conferindo no cinema. Após ler seu texto, não fiquei inspirada em correr atrás do prejuízo, hehe. Mais tarde, sem pressa, vou conferir.

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Eu percebi que vc não gostou Ka. Mencionei a comparação pq realmente os filmes guardam muitas semelhanças nos plots (algo que não havia me ocorrido). Minha referência é: Não assisti O solista ainda, mas O resgate de um campeão foi um entretenimento satisfatório. Um filme competente.
bjs

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Amanda, eu também fiquei bem interessada após assistir ao trailer e só não assisti no cinema porque não foi lançado aqui na mnha cidade.

Reinaldo, eu acho que “O Resgate do Campeão” se perde em seu ato final, mas é notável mesmo as semelhanças entre os plots destes dois filmes. E entendi a tua referência! 🙂 Beijos!

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Tenho pena do Joe Wright (um diretor que gosto bastante), já que trabalhar com o Jamie Foxx deve ser um sacrifío (Foxx é o ator mais odiado por mim de Hollywood, rs).

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É, eu não gosto do filme. A cena chave para compreendermos esse filme de Joe Wright está na cena onde os personagens de Jamie Foxx e Robert Downey Jr. assistem a um concerto. Nathaniel Ayers (Foxx) parece imergir numa espécie de psicodelia quando ele tenta se comunicar com a linguagem da música de Beethoven. Coloridos e flashes se misturam para tentar compor essa comunicação. É, junto daquelas sequências capitaneadas por Hugh Jackman e Rachel Weisz em Fonte da Vida, uma das coisas mais caretas que o cinema contemporâneo já nos apresentou. Mas, no final das contas, ainda se pode tirar alguns bons momentos das interpretações de Downey Jr. e Foxx.

Abs!

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Luís, mas o Foxx até que está bem aqui! rsrsrsrsrsrs

Pedro Henrique, nem eu gostei do filme. As interpretações de Downey e Foxx são as únicas coisas que a gente pode aproveitar deste filme, sinceramente.

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Kamila, eu acho que vou ver esse filme ainda essa semana, confesso que sou fã do Downey Jr. rs

*vi o comentário de Amanda, acima, e me atrapalhei, delete o comentário anterior, rs.

Beijo!

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Kamila, assisti ontem esse filme e dei a mesma nota que você. O problema é exatamente esse que você citou: o filme nunca nos envolve completamente com os dois personagens centrais.

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