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Enrolados

publicado em:21/01/11 10:29 PM por: Kamila Azevedo Cinema

Livremente inspirada no conto de fadas “Rapunzel”, a animação “Enrolados”, dos diretores Nathan Greno e Byron Howard, desvirtua um pouco a história que tão bem conhecemos. No filme, Rapunzel (dublada na versão original por Mandy Moore) é transformada em uma Princesa, filha única e tão desejada de um casal de reis muito amado pelo seu povo, e que guarda poderes especiais em seus lindos cabelos loiros. Na ânsia de permanecer jovem eternamente, a mãe Gothel (dublada na versão original por Donna Murphy) rapta a bebê e a tranca em sua torre. Sem nunca cortar o cabelo de Rapunzel (no filme, ela não cultiva longas tranças, como no conto de fadas), a mãe Gothel nem permite que a jovem veja o mundo externo. Enquanto isso, o casal de reis, todos os anos, no aniversário da filha sumida, solta pelo céu de seu reino uma série de lanternas, na esperança de que, um dia, a menina veja aquilo e volte para o convívio deles.

Tendo como base este conto, o roteiro escrito por Dan Fogelman embarca por caminhos um tanto interessantes. Quando reencontramos Rapunzel, após a apresentação do prólogo de “Enrolados”, ela está prestes a completar 18 anos. Com a maioridade batendo à sua porta, Rapunzel se sente pronta para sair da torre, deixar a redoma protetora colocada por Gothel, enfrentar o mundo lá fora e aqueles que, de acordo com a mãe dela, querem arruinar o poder especial que ela possui. É bom dizer que a lavagem cerebral da mãe de criação de Rapunzel foi muito bem feita. Em momentos cruciais do filme, vêm a frase: “a mamãe sabe das coisas, escute-a, sozinha, você não sobreviverá”, que querem justamente frisar a dependência que Rapunzel estabeleceu na figura de Gothel.

Por mais que tenha respeito às decisões tomadas pela mãe, Rapunzel sabe, no fundo, que, para amadurecer e crescer, ela precisa enfrentar o mundo. E é esta a grande força motriz por trás dos atos tomados pela personagem no decorrer de “Enrolados”. A beleza e o fascínio do mundo fora da torre são justamente representados pela série de lanternas que iluminam, anualmente, o céu de Rapunzel. Ela sabe que aquelas luzes falam com ela e a pedem para ir ver de onde elas estão saindo. E, no final, a animação acaba falando muito mais sobre a coragem de Rapunzel em defender seu ponto de vista, em enfrentar a mãe pela primeira vez e, principalmente, lidar com seu sentimento de culpa por afrontar uma decisão materna.

Neste sentido, o personagem mais importante de “Enrolados” acaba sendo Flynn Rider (dublado na versão original por Zachary Levi, da série “Chuck”), ladrão malandro que vai representar para Rapunzel a passagem para um mundo novo e cheio de descobertas a serem feitas. Com ele ao seu lado, a nossa heroina ganha um conhecimento de mundo que só alguém tão peculiar como Flynn poderia ensiná-la. O lado bom disso tudo é que Rapunzel também faz muito bem à Flynn, mostrando a ele o valor de brigar pelos seus sonhos e que nunca é tarde para se tomar a decisão certa. A animação, também, de certa forma, é sobre a redenção de Flynn Rider.

Em sua essência, “Enrolados” é aquele tipo de animação que retoma todos os elementos clássicos de outros filmes produzidos, nesse mesmo gênero, pela Walt Disney Studios. No filme, encontramos marcas como a vida tratada como se fosse uma fantasia, as canções grudentas (cortesia do mestre Alan Menken) que nos apresentam muito dos personagens, o final feliz, as diversas lições de morais. Enfim, nesta 50ª animação da Disney, encontramos a volta a um estilo mais clássico, a busca por uma aproximação com todos aqueles filmes que nos acompanharam desde a mais tenra idade. É uma obra que encanta e conquista e que alcança seu ápice emocional na linda cena criada para mostrar Flynn e Rapunzel assistindo às lanternas subindo aos céus e cantando “I See the Light” Nada é mais Disney do que isso.

Cotação: 9,5

Enrolados (Tangled, 2010)
Direção: Nathan Greno e Byron Howard
Roteiro: Dan Fogelman (com base no conto de fadas escrito por Jacob e Wilhelm Grimm)
Com as vozes de: Mandy Moore, Zachary Levi, Donna Murphy, Ron Perlman, Jeffrey Tambor, Brad Garrett



Jornalista e Publicitária


Comentários


Ah, com ceteza, o que há de melhorno filme é a essência da ‘magia’ dos filmes antigos da Disney; Excelente animação.

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Também adorei esse filme. Melhor da Disney em anos. E a cena que passa I See The Light é linda mesmo.

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Raspante, exatamente.

Rodrigo, concordo! Melhor da Disney, Disney mesmo, sem contar com os filmes da Pixar.

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Looouco pra ver. Tive a oportunidade nessas férias, mas acabou não dando certo. Bom é que ao menos assisto legendado (ja que a dublagem parece não estar boa), porem em tela menor. Que assim seja.

Beijos!

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Olá Kamila! Fui essa semana ao cinema assistir Enrolados 3D. É um filme legal, admito que por ser filme de princesa me divertiu mais do que o esperado. Bom lançamento da Disney, mas ainda incomparável aos filmes da Pixar. Até mais. Beijos

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Tu comentou na minha crítica, então deve saber que eu concordo com cada palavra. ‘Enrolados’ é um filme incrível!

http://filme-do-dia.blogspot.com/

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Alyson, eu gostaria de ter podido assistir a este filme em versão legendada, mas não vieram cópias com a versão original pro Brasil, infelizmente. Beijos!

Afonso, eu acho que está começando a ficar comparável aos filmes da Pixar, hein?? Até mais! Beijos!

Kahlil, concordo! 🙂

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Grandiosa animação Disney. Tirando a dublagem horrorosa de Luciano Huck, o longa é o melhor da produtora desde Tarzan. Espero que esteja entre os finalistas do Oscar 2011. Abraço, Ka 🙂

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Kamila, acho a música do filme bem superior a da Diane Warren para “Burlesque”. Pra mim , Diane nunca conseguiu bater “Because you loved me” , disparado sua melhor composição. Desta forma , se for justo o Oscar tem que ir para a cançaõ de ‘Enrolados”, mesmo que no fundo eu torça pra Diane , pela profissional que ela é.

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Flávio, também acho a canção daqui bem superior à de “Burlesque”. E concordo com sua previsão pro Oscar. Só não torço para a Diane.

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Você também não ficou incomodada com a dublagem do José bezerra não? Isso QUASE tirava a magia do filme em mim, mas o carisma da Rapunzel e suas ótimas músicas me conquistaram também. Mas não vejo ainda como um clássico no estilo Rei Leão, A Bela e A Fera ou outros da Época de Ouro da Disney.

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Infelizmnete eu perdi a voz de Zachary Levi (um ator que gosto), para aguentar a voz de Luciano Huck. =( No mais, há de se destacar que o retorno da Disney ao estilo que a consagrou foi bastante feliz – melhor até que PRINCESS AND FROG, talvez porque este tenha sido ambientado em meio à pântanos, e não num “reino encantado”.
Beijos!

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Confesso que tenho um sério problema com animações em computação gráfica. Até filmes unânimes na crítica, como Toy Story, não me atraem inicialmente.

Não que eu não goste de desenhos, hehe, o problema é com a computação gráfica.

=]

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Luís, eu não me incomodei mesmo com a dublagem do Luciano Huck….

Weiner, eu queria ter visto na versão original, mas ela nem veio pro Brasil. Beijos!

Mateus, eu adoro animações. Não perco uma!

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Kamila, diferente de você a dublagem do hulk me incomodou um pouco, principalmente quando ele chamava a rapunzel de “loura”, me soava esquisito com se ele estivesse chamando a Angélica, tirando isso concordo em tudo com o seu texto. Belíssima animação no estilo Disney de ser.

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Concordo sobre o ápice emocional na cena das lanternas, a música etc. É um filme maravilhoso! E a bruxa é cara da Cher.

Bjs!

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Boa crítica Ka. Ainda não vi, mas não preciso nem dizer que quero ver né?
Te dei um selo de qualidade lá no meu blog. Vc merece!
Bjs

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Jonathan, eu gostei da dublagem do Huck e concordo que esta é uma belíssima animação!

Otavio, nossa! Não é mesmo que a bruxa é a cara da Cher!! Beijos!

Reinaldo, obrigada! Assista mesmo ao filme e obrigada pelo selo. Irei ver lá! Beijos!

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Se for melhor do que a Princesa e O Sapo já é lucro …
Mas mesmo assim a dublagem do Huck é dificil de aturar … prefiro ver legendado … ou ver em na argentina

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Que bom que Enrolados está agradando muitas pessoas, não gostaria que fosse o contrário.

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[…] dirigido por Laurent Tidard) 04. Além da Vida (Hereafter, 2010, dirigido por Clint Eastwood) 05. Enrolados (Tangled, 2010, dirigido por Nathan Greno e Byron Howard) 06. O Discurso do Rei (The King’s Speech, 2010, dirigido por Tom Hooper) 07. Biutiful […]

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[…] Em sua essência, “Enrolados” é aquele tipo de animação que retoma todos os elementos clássicos de outros filmes produzidos, nesse mesmo gênero, pela Walt Disney Studios. No filme, encontramos marcas como a vida tratada como se fosse uma fantasia, as canções grudentas (cortesia do mestre Alan Menken) que nos apresentam muito dos personagens, o final feliz, as diversas lições de morais. Enfim, nesta 50ª animação da Disney, encontramos a volta a um estilo mais clássico, a busca por uma aproximação com todos aqueles filmes que nos acompanharam desde a mais tenra idade. É uma obra que encanta e conquista e que alcança seu ápice emocional na linda cena criada para mostrar Flynn e Rapunzel assistindo às lanternas subindo aos céus e cantando “I See the Light” Nada é mais Disney do que isso. (Crítica publicada em 21 de janeiro de 2011) […]

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[…] escrito por Jason Keller e Melisa Wallack, tem muita influência, por exemplo, de um filme como “Enrolados”. A Branca de Neve (Lily Collins) é a filha única de um rei (Sean Bean) amado pelos seus […]

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[…] que começou a ser vista com a Rapunzel (dublada por Mandy Moore na versão original) de “Enrolados”. Ela é alguém que se recusa a ter seu caminho pré-determinado pelas convenções as quais ela […]

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