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Sem Limites

publicado em:13/04/11 10:54 PM por: Kamila Azevedo Cinema

No livro “As Portas da Percepção”, o escritor Aldous Huxley afirma que o cérebro humano possui filtros que nos impedem de receber todas as impressões e imagens com as quais nos deparamos. Ainda de acordo com a teoria dele, o uso de algumas drogas permitiria que esses filtros se afrouxassem, de forma a podermos processar uma quantidade imensa de informações e ver tudo de maneira infinita, tal qual ela se apresenta ao homem. No filme “Sem Limites”, do diretor Neil Burger, podemos dizer que assistimos a um homem fazendo uma experiência que poderia ter sido tirada completamente da obra de Huxley.

O escritor Eddie Morra (Bradley Cooper) está completamente atrasado em tudo relacionado à sua vida: mora num apartamento pequeno e mal cuidado, foi abandonado pela namorada (Abbie Cornish) e está devendo um livro à sua editora. Sem nada mais a perder, ele acaba aceitando provar uma nova substância que lhe é oferecida pelo ex-cunhado (Johnny Whitworth) e os resultados são surpreendentes. Eddie se torna mais ativo, inteligente e perceptivo às coisas que estão ao seu redor – chegando a aprender novas línguas e instrumentos musicais em horas e até a escrever seu livro num prazo de quatro dias.

Com todas as portas da percepção abertas ao seu redor, Eddie contempla até uma mudança de vida e se transforma, do dia para noite, de escritor em estrela em ascensão do mercado financeiro, passando a auxiliar um importante especulador (Robert de Niro) na tentativa de fusão de sua empresa. O jogo, no entanto, que interessa ao roteiro escrito por Leslie Dixon é mostrar que o (ab)uso da substância química e viver uma existência sem qualquer limite pode ser uma coisa perigosa – ao mesmo tempo, no entanto, o flerte com o perigo também pode ser considerado como um dos grandes baratos dessa “brincadeira” toda, uma vez que Eddie sabe totalmente onde está se metendo.

Os olhares mais puritanos poderão dizer que um filme como “Sem Limites” é uma obra que faz totalmente apologia ao uso de drogas, uma vez que, por mais no fundo do poço que Eddie possa parecer estar, ele sempre ressurge cada vez em melhor situação. O curioso é que a direção de Neil Burger abusa de zooms acelerados para tentar nos colocar dentro da “viagem” de Eddie. O mundo dele é ligeiro como a edição de Tracy Adams e Naomi Geraghty e como o roteiro (cheio de furos, diga-se de passagem) de Dixon. A sensação que dá é a de que eles queriam nos inserir no mesmo barato que Eddie. Comigo, isso não funcionou. Aquele ritmo todo meu deu vertigem, me senti tonta, a ponto de passar mal.

Cotação: 5,5

Sem Limites (Limitless, 2011)
Direção: Neil Burger
Roteiro: Leslie Dixon (com base no livro de Alan Glynn)
Elenco: Bradley Cooper, Robert de Niro, Abbie Cornish, Anna Friel, Johnny Whitworth



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Comentários


Putz, que saco isso, vc nem leu Aldous Huxley mas tá citando porque chupou de outros sites

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Amanda concordo plenamente contigo, nada a ver ficar copiando e colando, e ainda tem gente que se forma assim nesse país.

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Estou curioso com o filme, a sinopse me atrai bastante e gosto de Bradley Cooper. Estou pra conferir assim que for lançado em terras araraquarenses 😀

ps: trolls acima? vixxxe…. haja paciência.

abs.

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Amanda e Cidão, obrigada pela visita e pelo comentário construtivo! Acho que vocês fariam um texto melhor…

Raspante, eu gosto do Cooper também! Trolls existem em todo lugar. Deixa eles falando aí. Abraços!

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Trolls ou não eu li esse troço do Huxley em outros lugares. É para tentar valorizar uma obra tão mediocre? Acho então que ninguém leu…

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É, ele tenta mesmo simular a situação. Não passei mal, mas acabei a sessão e fiquei na dúvida do que tinha sentido exatamente. Tive que processar um pouco as sensações e informações. No final, não achei um filme ruim. Mas, tem mesmo vários furos e poderia ser melhor.

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Por aqui ainda não estreou …
Mas dentro de várias criticas neutras … ainda penso em ver o filme …

Porém … balinhas ruleiam! ehehehe

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Karina, obrigada pela visita e pelo comentário!

Amanda, tirando a vertigem, não senti nada assistindo ao filme, pra ser bem sincera.

João Paulo, não estreou?? Balinhas NÃO ruleiam! rsrsrsrs

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Kamila, apologia das drogas ou não, o roteiro é medíocre e (como vc afirmou) cheio de furos. O mais “engraçado” e para olhos mais críticos talvez até ofensivo e degradante é o comportamento das personagens femininas no filme. Eu não esperava muita coisa desde que vi o trailer, mas fui ver no cinema porque Bradley Cooper (lindo!) estava lá pra introduzir o filme 🙂

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A maior mensagem desse filme termina sendo um clichê: “quer conhecer uma pessoa? dê poder a ela”. Apesar dos furos no roteiro, acabei gostando do filme. O zoom me incomodou no início, mas me acostumei durante a projeção. Só acho que não precisava de taaaaaanto, só a mudança na temperatura de cores (no momento em que Eddie ingere a droga) tava de bom tamanho.

Ps ‘ o “barato” funcionou contigo sim, só que deu o efeito colateral da pílula (tontura, ansiedade… etc).

Bjos

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Romeika, o roteiro é, sim, medíocre. Acredita que eu nem percebi o retrato ofensivo e degradante da mulheres neste filme?? JURO! Acho que eu fiquei agoniada ao ponto de nem atentar a isso…

Reinaldo, não cheguei a passar mal, mas fiquei bem perto de passar. Fiquei tonta horrores! rsrsrsrs Beijos!

João, essa mensagem que você cita é um GRANDE clichê. Muito abordado, até, pelo cinema. Pois é. O barato, pelo jeito, funcionou comigo nos efeitos colaterais! rsrsrsrs Beijos!

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Eddie Morra? Esse é o nome? Ainda não vi. Tem gente dizendo que é interessante, mas confio em você. Neil Burger não dirigiu aquela bomba, “O Ilusionista”?

Bjs!

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Porém acreditas Milla que o filme poderia ter gerado um debate maior sobre o homem e a embriaguez do descohecido melhor?

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Otavio, Eddie Morra! É isso mesmo! E “O Ilusionista” não é bomba! Nenhum filme com Edward Norton é bomba, oras! Nem “Uma Saida de Mestre” ou “Death to Smoochy” rsrsrsrsrsrs Beijos!

João, poderia, claro… E deveria… Seria interessante ver isso.

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Por que mesmo pegando uma temática cientifica interessante, se torna um pouco triste quando tudo isso é mal aproveitado.

Talvez veja em casa com mais cuidado para ter mais tranqüilidade para pensar sobre o assunto.

Beijos Milla e balinhas nunca ruleiam … só destroem a nossa percepção e o maior bem estar … nossa vida.

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Não tinha conhecimento desse filme Qualquer obra que tenha Robert De Niro desperta meu interesse.Bjs.

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João, verdade. Talvez, numa revisita, possa se ver do que o filme é de verdade. Exatamente, João. Agora concordamos! Beijos!

Paulo, pena que ele está se repetindo tanto como ator… Os mesmos trejeitos de obras recentes… Beijos!

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Todas as mulheres estão no filme só para dar pro personagem principal, afinal, que cara inteligente ele é… hehehe

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