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Scott Pilgrim Contra o Mundo

publicado em:26/04/11 9:59 PM por: Kamila Azevedo Cinema


Por trás de toda a sua linguagem moderna e ágil, com influências das graphic novels e de jogos de videogame, o filme “Scott Pilgrim contra o Mundo”, de Edgar Wright, é uma grande comédia romântica. Explicamos: o personagem principal, Scott Pilgrim (Michael Cera), é um jovem tímido, que toca em uma banda de rock e que tem muita sensibilidade dentro de si. Há um ano, ele está na fossa por causa do fim de seu relacionamento com uma garota que acabou virando uma estrela do rock.

Tentando se colocar de novo “na pista”, Scott está ficando com uma jovem de 17 anos chamada Knives Chau (Ellen Wong), que é totalmente groupie de sua banda, mas acaba se vendo perdidamente apaixonado por Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), que, por uma coincidência, lembra muito fisicamente a ex-namorada de Scott. A partir deste encontro, “Scott Pilgrim Contra o Mundo” se assume por completo como comédia romântica, uma vez que boa parte do roteiro escrito por Michael Bacall e Edgar Wright se dedica à pintura de Scott como um jovem esforçado em conquistar aquela que se revela a garota de seus sonhos e tendo que equilibrar isso com todas as demandas (e expectativas) de sua vida de músico, de colega de quarto de Wallace (Kieran Culkin) e de irmão de Stacey (Anna Kendrick).

Os elementos de influência das graphic novels, jogos de videogame e mangás vêm do ponto mais inusitado dessa história: para poder conquistar e ficar de vez com a garota, Scott Pilgrim tem que enfrentar – e vencer – em duras batalhas os sete ex-namorados do Mal de Ramona (os quais são representados por atores que vão de Chris Evans a Jason Schwartzman). É como se isso viesse para nos relembrar de que, para garotos como Scott Pilgrim, que fogem do estereótipo machão e que são a vulnerabilidade em estado puro, tudo é mais difícil de ser conquistado…

Diretor de obras como “Chumbo Grosso” e “Todo Mundo Quase Morto”, as quais possuem um caráter de sátira, Edgar Wright acaba surpreendendo bastante no comando de “Scott Pilgrim Contra o Mundo”. Ao contrário desses outros filmes, esta obra tem um propósito bem definido: agradar em cheio ao público jovem nerd e que muitas vezes não se enxerga dentro do universo de protagonismo em comédias românticas. O filme tem um ritmo muito ágil e moderno, algumas tiradas muito engraçadas e uma edição e efeitos visuais que são simplesmente sensacionais. Entretanto, nada dissipa a impressão de que a obra é muito imediatista e que não tem aquele caráter perene ou cult o qual ela tanto se esforça para abraçar.

Cotação: 6,0

Scott Pilgrim Contra o Mundo (Scott Pilgrim vs. the World, 2010)
Direção: Edgar Wright
Roteiro: Michael Bacall e Edgar Wright (com base na graphic novel de Bryan Lee O’Malley
Elenco: Michael Cera, Allison Pill, Mark Webber, Johnny Simmons, Ellen Wong, Kieran Culkin, Anna Kendrick, Aubrey Plaza, Mary Elizabeth Winstead, Brandon Routh



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Comentários


Se não foi um dos piores, a pior decepção de 2010.
Arrastado até dizer chega, o começo é praticamente um passaporte para o sono profundo. Personagens que passaram do zero a negativo em segundos. Talvez a unica coisa legal esteja nos efeitos visuais que enchem os olhos mas mesmo assim reboco na maquiagem não salva produto.

Esse filme é a prova que Wright não funciona sem a dupla dinamica Simon Pegg e Nick Frost … e mais ainda … ser um filme extremamente direcionado a um publico especificio não se torna uma garantia de um bom filme …

Quando relembro desse filme … mais aumenta a qualidade de Sucker Punch …

Beijos Milla.

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Tá ok! Voces sabem tudo, sabem demais.
Daqui a dois anos, ou menos, vão ta pagando pau pq o filme virou cult. O mesmo aconteceu com os Coen em Lebosky.

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João Paulo, eu não diria que o filme chega a ser uma decepção, mas é fato que a obra tem efeitos visuais que são muito bons. Mas, ei, ele é melhor que “Sucker Punch”! Beijos!

Guilt, eu não sei de nada… Só emiti uma opinião.

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Eu acho que SCOTT PILGRIM chega muito perto de ser genial. Acho tão bem humorado e sarcástico quanto TODO MUNDO QUASE MORTO (não vi CHUMBO GROSSO), e o elenco é todo impecável (sendo Kieran Culkin o maior destaque). O maior mérito de Wright, a meu ver, é conseguir construir uma obra engraçada, dinâmica e que funciona muito bem como cinema se apropriando com criatividade das linguagens de outras mídias.

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Acho que também há de lembrar que a obra original é praticamente leitura de banheiro de rodoviária …
Talvez uma virtude que Sucker Punch tem e esse não tem é que pelo menos é honesto … e esse que tenta ser o que não é?

Talvez uma obra que infelizmente vai ser dificil retirar da cabeça a tamanha decepção … revisão futura … dificilmente acontecerá …

Beijos Milla.

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Pessoal falou que o filme se preocupou mais com o lado estético. Talvez esse tenha sido o maior pecado do filme: a preocupação em ser o mais fiel possível a história em quadrinhos, da qual o filme foi baseado.

Acho que curti mais que todo mundo aqui justamente pq já li a HQ. Quem faz o caminho inverso, acaba gostando menos e eu entendo.

Em suma, a HQ é beeem melhor que o filme. Podem conferir, se quiserem, hehehe.

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Wallace, não acho que o Kieran Culkin seja o maior destaque desse filme. Gostei do elenco como um todo, pra ser bem sincera.

João Paulo, bom, não conheço a obra original, portanto…. Beijos!

Rafael, eu não conheço a HQ que originou a obra, então fica difícil julgar o trabalho de adaptação. Vi a obra como filme mesmo!

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É, mais um filme na onde Cera se encontra em sua zona de conforto, rs Ainda não vi e quero… mas irei fazer sem pressa 🙂

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Eu me encantei por esse filme graças a todo o visual, a história de uma banda de rock num videogame, achei ótimo. Mas o roteiro dá uma boa deslizada perto de fim, e achei que as atuações não conseguem dar o máximo.
Gostei bastante do teu espaço, já linkei o Cinéfila por Natureza no meu blog. Abração.

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Também tive essa impressão do filme tentar abraçar o modo “cult” de ser, dentro da cultura Pop o que realmente diminui a obra, pois é algo que não era necessário para o filme. Mas, claro que contem seus pontos originais e acaba sendo uma obra impar no ano em que foi lançado.

Abraços, Kamila!

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Eu tive uma sensação parecida com a sua.A montagem é muito boa,o roteiro é cheio de frases “Tarantinescas” rss,e o filme já nasceu com cara de cult.Ms faltou algo…talvez faltou ter cara de filme e não de um jogo de video game..Bjs.

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Gabriel, o roteiro dá uma deslizada muito antes do fim. Obrigada pelo link e pelo comentário! Abraços!

Alyson, exatamente. Para o bem ou para o mal, a obra se diferencia. Abraços!

Paulo, exatamente… Faltou algo! Beijos!

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Acho que se torna um cult algum dia sim. Os fãs são muitos. Os nerds tbm. Na verdade eu adorei o filme. Mais pela linguagem arrojada do que pela história em si. Foi talvez um dos filmes mais originais do ano passado. Bem diferente sua linguagem. Gostei da novidade. =D

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Tb não conheço a obra original e gostei do filme, principalmente por carregar a nostalgia dos jogos estilo atari (8 Bits). A história não é lá essas coisas , mas é um passatempo divertido.

Beijos.

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