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O Garoto de Liverpool

publicado em:28/04/11 1:05 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Para fazer uma citação direta ao título original de “O Garoto de Liverpool”, filme dirigido por Sam Taylor-Wood, John Lennon (Aaron Johnson) não foi a primeira nem será a última pessoa célebre a ter ouvido que, provavelmente, não iria chegar a lugar nenhum. Na forma como o encontramos neste filme, aliás, sendo um estudante com aquela típica arrogância e insolência dos adolescentes e mais interessado em bagunça e pegar o maior número de meninas possível, provavelmente mesmo, ninguém imaginaria que ele acabaria se transformando num dos líderes da maior banda de rock de todos os tempos.

O roteiro escrito por Matt Greenhalgh nos apresenta a John Lennon na fase em que ele começou a descobrir a música e a ter os primeiros contatos com os instrumentos musicais. Nesse sentido, o caminho adotado por Sam Taylor-Wood lembra muito a abordagem de Taylor Hackford à biografia de Ray Charles, ou seja, o olhar oferecido em cima da figura de Lennon observa a maneira como ele se relacionou diretamente com as duas mulheres mais importantes de sua vida antes da chegada de Yoko Ono: a mãe de criação, sua tia Mimi (Kristin Scott-Thomas), e a mãe biológica, Julia (Anne-Marie Duff).

As duas mulheres representam vertentes diferentes – e necessárias – na vida de qualquer pessoa. Enquanto Mimi era a pessoa que colocava as rédeas substanciais para que John aprendesse determinadas lições, mas, ao mesmo tempo, era sensível o suficiente para dar o primeiro violão e a primeira guitarra do sobrinho; Julia era a efervescência, a influência cultural, o lado que liberava todas as loucuras e criações de John (apresentando, assim, no papel, ela mais parecia uma tia do que mãe, o que, de fato, na verdade, ela nunca o foi para o filho).

Uma cinebiografia de caráter bastante convencional e com cara mesmo daqueles filmes ingleses que prezam pela perfeita reconstituição de época, “O Garoto de Liverpool” acaba ficando como um importante registro da pavimentação do caminho que levou John Lennon à fama ao nos retratar o background do seu ambiente de criação, mostrando-nos quase como foi forjado o caráter dele. Os destaques aqui acabam sendo justamente as personagens e as atrizes que foram responsáveis diretas por isso: Anne Marie-Duff e Kristin Scott-Thomas, cada uma à sua maneira, representando o apoio, o suporte e a permissão para que o filho John, finalmente, se tornasse um balãozinho livre para voar.

Cotação: 7,0

O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy, 2009)
Direção: Sam Taylor-Wood
Roteiro: Matt Greenhalgh (com base no livro de autoria de Julia Baird)
Elenco: Aaron Johnson, Kristin Scott-Thomas, David Threlfall, Anne-Marie Duff, David Morrissey



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Comentários


Concordo que os destaques sejam Anne Marie-Duff e Kristin Scott-Thomas com seus respectivos personagens. O filme tem acertos e erros, mas no final, é uma obra interessante, bem dirigida e com uma trilha sonora incrível.

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Dos filmes indicados a premios ano passado só faltou ver essa produção inglesa que recebeu algumas indicações ao BAFTA.Bjs.

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Oi Kamila, a lembrança cinematográfica pela qual tenho mais simpatia vem de uma produção divertidíssima dos anos 80 chamada Febre da Juventude. Sobre alguns fãs maluquetes da banda que fizeram de tudo para participarem de um programa de TV , no qual o grupo do Lennon era a principal atração.

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Bela crítica Ka. Acho que vc sublinha o que o filme tem de melhor, o que tem de repetitivo e equilibra essas percepções no que ele tem de mais interessante: Divagar sobre Lennon.
Bjs

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Também acho que o melhor de tudo são as duas atrizes citadas. Elas levam, para mim, o filme realmente no caminho que eu esperava ver. Algo um pouco diferente.

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Flavio, “O Garoto de Liverpool” me parece ser melhor que “Febre da Juventude”. rsrsrs

Reinaldo, obrigada!! Beijos!

Luís, exatamente!

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E quem imaginaria tb que uma banda de rock tipo os Beatles fosse fazer tanto sucesso e mudar o mundo Kamila?

Quero muito ver esse filme Kamila, foi lançado em DVD já?

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Não sou fã de Lennon, muito menos dos “The Beatles”… mas devido à tantos comentário positivos com esta obra, fiquei curioso em conferi-la 😀

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Todo mundo adora citar as duas atrizes, mas acho que se esquecem da bela composição de Aaron Johnson. Ele está ótimo. Já o grande erro do filme, na minha opinião, é o ator que faz Paul.

No geral, é um bom filme, sim! 😉

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Cassiano, ninguém imaginaria isso, com certeza. Acho que ainda não foi lançado em DVD.

Raspante, assista, sim!

Cristiano, o Aaron está bem sim, mas acho que ele fica ofuscado. Aquele ator que faz o Paul não me é estranho… Acho que ele era um ator infantil…

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Kristin Scott Thomas e Anne-Marie Duff: merecidamente indicadas ao BAFTA de atriz coadjuvante! Pena que não teve espaço para elas nas temporadas de premiações, pois ambas estavam ótimas e dignas de reconhecimento!

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Gostava dos trailers desse filme. Tinha ficado interessado na época, mas a maré passou e acabei esquecendo o filme. Tentarei assistir esses tempos. Adoro Beatles e só por isso é obrigatório!

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Matheus, merecidamente mesmo! 🙂 Concordo que elas estavam dignas de merecimento.

Kahlil, concordo!

Victor, eu também adoro os Beatles, mas não assisti ao filme por causa disso. 🙂

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