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Não se Pode Viver Sem Amor

publicado em:24/06/11 10:36 PM por: Kamila Azevedo Cinema

“Não se Pode Viver sem Amor” é mesmo um bom título para descrever o que assistimos no decorrer do filme dirigido por Jorge Durán. A obra utiliza o recurso de entrelaçamento de linhas narrativas para contar a história de quatro pessoas que possuem amor nas suas vidas, mas, na véspera do Natal, acabam se encontrando em situações em que eles não estão muito certos de seus futuros e que fazem com que eles acabem se agarrando um ao outro em busca de algo que nem eles sabem mesmo o que é.

A artesã Roseli (Simone Spoladore) acaba embarcando para o Rio de Janeiro com o único filho Gabriel (Victor Navega Mott) em busca do pai dele, que nunca mais deu notícias para eles. Na capital carioca, os dois acabam cruzando caminhos com o professor Pedro (Ângelo Antônio), que lida com os problemas de saúde do pai e a vontade de ir para fora do Brasil estudar (sem o devido apoio da namorada interpretada por Maria Ribeiro); e com o advogado desempregado João (Cauã Reymond), que, completamente apaixonado pela prostituta Gilda (Fabiula Nascimento), está prestes a cometer uma loucura para poder tirá-la dessa vida de bordeis.

Apesar de ser um senso comum que, na véspera do Natal, as pessoas costumam ficar um pouco mais deprimidas (isso foi muito bem abordado, por exemplo, num longa como “Feliz Natal”, de Selton Mello), é importante mencionar que “Não se Pode Viver sem Amor” nunca entra numa atmosfera sombria e pesada. O filme adota um estilo de linguagem cinematográfica que é bastante universal e que, na verdade, tem o efeito contrário da melancolia: ele nos relembra que são as pessoas que estão ao nosso redor, as pessoas que mais amamos, que nos fazem seguir em frente e buscar a felicidade que deixamos escapar em algum momento.

Pena que uma mensagem tão bonita e um filme tão bem intencionado como “Não se Pode Viver sem Amor” fiquem submetidos a um roteiro que possui falhas gritantes, especialmente na construção dos personagens, a qual deixa grandes lacunas que nunca são preenchidas. O longa também acaba sofrendo com uma conclusão um tanto forçada que acaba deixando o final da obra um tanto artificial. “Não se Pode Viver sem Amor” é um daqueles filmes que pedia um término menos conclusivo e que deixasse a plateia imaginando sobre o futuro desses personagens em meio a uma atmosfera de completa incerteza.

Cotação: 5,0

Não se Pode Viver sem Amor (2011)
Direção: Jorge Durán
Roteiro: Jorge Durán e Dani Patarra
Elenco: Cauã Reymond, Ângelo Antônio, Victor Navega Mott, Simone Spoladore, Maria Ribeiro, Fabiula Nascimento



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Comentários


Uma pena que o filme deixa a desejar. A sinopse e o elenco é bacana. Talvez eu veja, mas todas as críticas que ando lendo sobre o filme são bastante desanimadoras.

Fabiula Nascimento gosta e interpretar “a prostituta”, hein? Eita!

Abs.

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Pelo jeito é o famoso, esse é o caminho, mas ainda tem muitos erros.
É esse tom universal que irá salvar o cinema nacional, mas ao mesmo tempo, só falta que os outros elementos com um roteiro mais rebuscado e atuações que não se limitam a questão televisiva … ai sim … veras o deslanche …

Beijos Milla.

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Amanda, se puder assista. Ainda mais porque você gosta desses filmes diferentes. 🙂

Raspante, ela adora interpretar esse tipo de mulher, até fiz esse comentário no twitter depois de assistir a este filme. Abraços!

João Paulo, exatamente. Você foi perfeito na primeira frase do seu comentário. Também acho que é esse tom universal que o cinema brasileiro deve buscar, seguindo até mesmo a trajetória do cinema argentino. Beijos!

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Eu fiquei com uma boa imprenssão do chileno Jorge Duran pelo filme “É Proibido Proibir”(um filme mt irregular,mas com um trio de atores que tinham uma boa quimica em cena,Caio Blatt,Maria Flor que esta no novo projeto de F.Meirelles e Alexandre Rodrigues).Vou ver hj em DVD Malu de Bicicleta que vc elogiou aqui no blog.Deixo esse pra DVD tbm rss,beijos Kamila

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Pena que a boa premissa seja tratada de maneira desleixada assim. E, sinceramente, ando cansado desse amadorismo nacional, desse “empréstimo” que é feito ao cinema. Tá mais do que na hora de termos um movimento que traga novas direções, sem se preocupar tanto com o padrão novelístico.

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Nossa, fiquei com vontade de ver, mas sem muitas expectativas. Uma pena que o roteiro seja assim, tão cheio de falhas. Mas vou tentar conferir.

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Paulo, esse foi o primeiro filme do Jorge Durán que eu assisti. Espero seu comentário sobre “Malu de Bicicleta”. Beijos!

Victor, pois é, uma pena mesmo. Eu não me canso do “amadorismo” do cinema nacional, porque acho que o nosso cinema ainda vai deslanchar com esses erros, pois irá aprender.

Gabriel, assistir sem expectativas é o melhor mesmo.

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Acho que o cinema nacional pode deslanchar e crescer com a prática do experimentalismo. A partir do instante que tenta coisas novas, mesmo que com erros, realmente irá aprender. O que eu estou cansado é desse amadorismo de não tratar o cinema como cinema e vê-lo como extensão da tv. Dando uma procurada aqui na mente, o amadorismo que eu menciono: “De Pernas Pro Ar”, “As Mães de Chico Xavier”, “Aparecida”, “Desenrola”, Muita Calma Nessa Hora”, “Lula”, “5x Favela”, “Salve Geral”… De novo, não vejo problemas com os erros, quando eles acontecem tentando algo novo, mas realmente me indignam e me cansam essas produções que parecem seguir manual de instrução.

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Victor, concordo que pode deslanchar, sim, com a prática do experimentalismo. Até porque, se a gente for analisar o cinema norte-americano, ele evoluiu muito graças às experimentações do cinema independente.

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Oi Kamila. Há duas atrizes neste longa de quem gosto bastante, Simone e Fabiula, e graças a Deus não tem a LP ( foi parar de escrever Luana Piovani nos comentários, pois atrai né rs) – portanto o filme é assistível.

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Flávio, a Simone e a Fabiula são duas ótimas atrizes mesmo!!! Para com sua birra com a LP! rsrsrsrs

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