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Super 8

publicado em:5/09/11 10:28 PM por: Kamila Azevedo Cinema

“Super 8”, filme escrito e dirigido por J.J. Abrams, tem a essência daqueles filmes da década de 80/90, que passavam na Sessão da Tarde, na Rede Globo. Para citar somente duas obras que eram veiculadas constantemente naquela época, “Super 8” tem elementos que podem ser vistos em filmes como “Radio Flyer”, de Richard Donner, e “Conta Comigo”, de Rob Reiner, uma vez que o longa de J.J. Abrams coloca um grupo de amigos vivendo uma aventura que disfarça uma jornada de auto-descoberta, ao mesmo tempo em que a trajetória que eles vivem também é uma forma utilizada para dar a eles a possibilidade de voar em sua imaginação e ficar longe de qualquer problema familiar ou escolar.

A história do filme nos é contada por meio do olhar de Joe Lamb (Joel Courtney). Filho do xerife local (Kyle Chandler, conhecido pela série “Friday Night Lights”), Joe acaba de perder a mãe num acidente trágico na usina de aço da cidade de Lillian, onde ele nasceu e é criado. A válvula de escape dele, nesse período pós-perda da mãe, é a participação como maquiador, operador de câmera e qualquer outra função relacionada ao curta-metragem que seu melhor amigo, Charles (Riley Griffiths), está dirigindo com o objetivo de inscrevê-lo em um festival estudantil de cinema.

O legal nesse pequeno empreendimento é que todos os amigos de Charles e Joe possuem algum papel fundamental para a execução do curta. E este é um projeto que envolve a todos eles durante as madrugadas de suas férias de verão. Numa das noites nas quais estão gravando uma das cenas cruciais do curta – que envolve também Alice Dainard (Elle Fanning), única garota e “musa” de todos eles –, o grupo de amigos testemunha um terrível acidente de trem (uma cena brilhantemente executada, diga-se de passagem). O que seria uma tragédia isolada acaba revelando uma série de acontecimentos e desaparecimentos estranhos na cidade de Lillian. Caberá a este grupo de jovens descobrir a verdade por trás desses fatos.

O mais curioso em “Super 8” não é somente o fato de ele ter essa sensação nostálgica para quem viveu os anos 80 e 90, com esses filmes que evocavam valores como a amizade e o amor e falavam sobre o momento da perda da inocência da infância rumo à adolescência. O longa fala muito sobre isso, mas o mais importante para o roteiro de J.J. Abrams é fazer referência também ao senso de imaginação e de fantasia, como se isso fosse também uma parte importante da jornada de vida de qualquer criança rumo à adolescência. De certa forma, isso também é um rito de passagem.

Talvez, por ter esses elementos tão arraigados em sua estrutura narrativa e visual, “Super 8” tenha suscitado comparações com as obras dirigidas por Steven Spielberg, nos anos 80 (notadamente “E.T. – O Extra-Terrestre”). Os paralelos ficam ainda mais fortes quando notamos que Spielberg é um dos produtores desse longa. “Super 8” poderia ter sido dirigido por ele. Mas, não foi e, por trás das câmeras, temos um profissional que se revelou como diretor e roteirista na TV norte-americana (por meio de seriados como “Felicity” e o fenômeno “Lost”) e que, aos poucos, vai fazendo uma transição muito bem-sucedida para o cinema, provando ser uma mente fresca, que faz essa reverência ao passado de forma a olhar para o futuro, mostrando que ele tem muito a acrescentar ao cinema norte-americano, que anda carente mesmo de profissionais criativos e talentosos como ele.

Cotação: 8,5

Super 8 (Super 8, 2011)
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: J.J. Abrams
Elenco: Joel Courtney, Kyle Chandler, Elle Fanning, Riley Griffiths, Ryan Lee, Gabriel Basso, Zach Mills, Jessica Tuck, Joel McKinnon Miller, Ron Eldard



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Comentários


É um belo filme mesmo, remete diretamente a filmes como E.T., Contatos Imediatos do Terceiro Grau e Tubarão, do Spielberg, e Os Goonies e Conta Comigo… tem um pouquinho de cada um deles, ainda que, claro, não chegue à beleza deles. Acho que o único problema de Super 8 é sua “surpresa”, seu monstro. Abrams repete a estratégia de Spielberg em Tubarão ao escondê-lo por boa parte do filme mas, quando o mostra, o resultado é decepcionante. Não é suficientemente assustador nem carismático. Mas, ainda assim, é um grande filme. E com um belo final.

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Um bom filme. Não conhecia J.J. Abrams até então e fiquei feliz com o que ele mostrou aqui. Mas não achei Super 8 um filme tão excelente quanto ele foi promovido ou como todos andam falando.

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Wallace, eu não achei o resultado do “monstro” decepcionante, pra falar a verdade.

Gabriel, é um ótimo filme. O J.J. Abrams tem muito talento.

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Eu confesso que não gostei tanto do filme, acho válido, interessante o início, as referências, os meninos, o filme de zumbi. Mas, acho que no ato final ele se perde.

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Não acho Abrams esse talento todo. Mas ele tem referências sólidas e quando trabalha para evidenciá-las, como é o caso aqui, se dá muito bem. Super 8 é um deleite em termos de nostalgia e impede que uma análise mais objetiva se materialize. Não que haja qualquer problema nisso… rsrs

Beijos

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Amanda, eu confesso que gostei muito do filme. E não acho que, no ato final, ele se perde.

Reinaldo, eu gosto muito do Abrams. De certa forma, eu concordo contigo. rsrsrsrrsrs Beijos!

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Infelizmente ainda não assisti, mas quero ver no cinema ainda. Gostei de saber que podemos fazer esse link com filmes como Conta Comigo, algo que eu suspeitei quando vi o trailer.

De fato o JJ ABRAMS está se afirmando no cinema a cada trabalho. Bastante coisa vai vir por aí!

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Adorei o feeling Goonies + Et!!! Fazia tempo que não via uma aventura no estilo anos 80!!!! Sem comentários p/ o trash no final, adorei!

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Não gostei nem um pouco de Super 8. Achei decepcionante o final, além de estar repleto de clichês. Entretanto, você escreveu um belo texto. Parabéns pelo domínio da escrita!
Abraços

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Bruno, espero que, quando você assistir, goste do filme.

Mandy, eu também fazia tempo que não assistia um filme como esse, que lembrava tanto a minha infância.

Thiago, eu discordo de você, mas respeito sua opinião. Abraços!

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Voltei a ser criança com este filme. Graças a Deus. Não que eu tenha crescido 100%. Mas… você entendeu.

Bjs!

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Otavio, te entendi, até porque eu também voltei a ser criança assistindo a esse filme. Beijos!

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Esse filme ficou pouco tempo em cartaz na minha cidade e não tive tempo de assitir “Super 8”.Legal saber que remete aos filmes do Spielberg,o que é um otimo sinal.Infelizmente só vou assistir em DVD.Bjs.

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Acho que existe no filme toda uma carga de referencialidade muito gostosinha, mas que acaba por tirar um traço de originalidade que o filme poderia ter. Tudo é muito colado de uma série de referências que a gente carrega. Além disso, o “mistério” é um tanto decepcionante, mas no filme isso me parece menos importante do que no material de divulgação do projeto. De qualquer forma, é uma experiência delicisíssima.

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O principal atrativo é o clima dos anos 80, é um bom exemplar de cinema catástrofe, além do elenco juvenil ser ótimo, um ótimo filme.

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Paulo, que pena que você perdeu a chance de conferir este filme no cinema. Beijos!

Rafael, pode ser que as referências tirem esse caráter de originalidade que o filme poderia ter. Mas, eu acho que a obra, mesmo assim, acaba sendo muito boa, excelente.

Cleber, concordo!

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Kamila não ficou pra DVD não,consegui ver “Super 8” e já digo que é um dos melhores filmes que eu vi em 2011.Você tem toda razão,o filme tem um delicioso tom nostálgico que atinge diretamente nossa geração.No inicio do filme o logotipo da antiga produtora Amblim me trouxe recordações dos filmes de Steven Spielberg e o diretor J.J Abrams é fiel ao mestre como tem uma marca própria.Não acho exagero afirmar que “Super 8” é filme de autor,mesmo que produzido por um grande estúdio.O filme é magistralmente conduzido entre o entretenimento e muito bem desenvolvido dramaticamente.O protagonista Joel(Joel Courtney) sofre com a perda da mãe e o envolvimento com aquele grupo de amigos que estão produzindo um filme amador é uma forma de escapar da dor de ter perdido a mãe e evitar ir para casa e dividir essa dor com o pai(na qual ele não tem uma boa relação).Charles(Rylei Griffiths) que é o “diretor” do filme amador parece uma homenagem de Abrams á Spielberg uma vez que o personagem tem um estilo perfeccionista do diretor e os momentos cômicos são ótimos,como na hora que Charles revela a Joe que chamou Alice(Elle Fanning)para o filme porque gostava dela e não se importava com Joe ficar com ela porque ele não iria emagrecer mesmo hehehe.A parte técnica é impecável,mas vou destacar a trilha sonora de Michael Giacchino que me lembrou as de John Williams e os efeitos especiais que fazem parte da estrutura narrativa do filme e não estão lá de uma forma gratuita.A paleta de cores que o diretor de fotografia Larry Fong usa é uma homenagens aos antigos filmes de terror B(me lembrou muito a fotografia de “O Nevoeiro” ).O lado dramático Kamila tem seu auge na última cena do filme que o protagonista solta o colar com a foto da mãe e o imã leva em direção à nave toda sucateada.O coração do seu amigo disparou e me lembrou o memorável final de “Et-O Extraterrestre”.Cinema é isso,entretenimento e arte.E “Super 8 “ tem as duas qualidades.Um belíssimo filme.Beijos.

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Adorei o filme. O clima nostálgico dos anos 80/90 e a atuação do elenco juvenil foram sensacionais.

Bjos

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Paulo, a trilha do Giacchino, realmente, lembra a de John Williams. A parte técnica é excelente mesmo. Concordo com muito do seu comentário! Beijos!

João Linno, eu também adorei esse filme. Beijos!

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Eu acabei de assistir “Super 8” aqui no computador. Foi um bom filme, uma experiência agradável, mas eu não o achei de todo excelente como “a grande massa” anda comentando.

Sim, ele remete a um tom anos 80/90 e isso acabou trazendo um aspecto positivo e negativo ao filme. Um dos pontos positivos foi: Super 8 traz essa nostalgia que deve ter sido um deleite para aqueles que cresceram nessa época (o que não foi o meu caso). O ponto negativo: tudo o que eles retrataram já foi abordado antes em outros longas, o que tornou a obra um pouco previsível (Impossível não me lembrar de E.T durante todo o filme).

A trilha sonora de Giacchino não impressiona, o que é uma pena pois sou muito fã de suas composições desde os tempos de “Lost”. E o roteiro, que parecia ser um dos favoritos a ser nomeado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, não é tão original assim. Em compensação, o elenco é incrível, assim como a edição de som e os efeitos especiais. Só acho que eles pesaram um pouco a mão na mixagem de som (fiquei surdo durante a cena do trem.)

Em suma, as mensagens de amizade e o rito de passagem da infância para a adolescência são belíssimas, e mensagens como essas, quando bem empregadas, nunca deixam de cativar o espectador. Talvez esse tenha sido o motivo pelo qual eu apreciei o filme, mas se tivesse de escolher o blockbuster do verão, eu ficaria com Harry Potter ou X-Men.

Nota: 8,0

Abraços!

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Clóvis, a nostalgia, sem dúvida alguma, é o ponto mais alto desse filme. E não acho que retratar algo que já foi mostrado antes seja um ponto negativo, especialmente porque Abrams apresenta essa trama da sua própria forma, emulando todas as suas referências. Discordo também em relação à trilha sonora de Giacchino e não acho que o filme seja indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, apesar de ele estar nas minhas previsões. Abraços!

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